Disputa por comando de Belford Roxo tem pancadaria e acusações de manipulação

Política
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A disputa pelo comando da Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, já começou com uma briga generalizada, com troca de socos, suspeitas de bomba no carro de um vereador e acusações de manipulação política pelo poder na Câmara do município a cerca de um ano das eleições.

O pleito deve colocar o atual prefeito da cidade Wagner Carneiro (Republicanos), o Waguinho - que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - e o deputado estadual Márcio Canella (União), aliado do governador Cláudio Castro (União), em lados opostos da disputa. De acordo com a Polícia Militar do Rio, uma pessoa armada foi presa durante a confusão no plenário da Casa nesta quarta-feira, 27.

 

A briga ocorreu após os vereadores Eduardo Araújo (MDB) e Fabinho Varandão (Novo) pedirem exoneração do secretariado de Waguinho, na Prefeitura de Belford Roxo, para votar contra um projeto do chefe do Executivo municipal em discussão no Legislativo. Ao comparecerem à sessão, eles foram informados de que as exonerações ainda não haviam sido publicadas, logo eram considerados licenciados e não tinham direito à voto.

Waguinho enviou um projeto que altera as regras para a eleição da presidência da Câmara com o objetivo de manter o seu aliado, o atual presidente vereador Armandinho Penélis (MDB), por mais um ano no comando do Legislativo municipal. Os parlamentares afirmam que Waguinho quebrou um acordo informal que previa a alternância de poder na Casa.

 

Araújo e Varandão se juntaram aos opositores de Waguinho para tentarem manter a eleição da mesa diretora. Ao serem informados de que ainda não poderiam retomar os mandatos na Câmara, os vereadores acusaram Penélis de impedimento. Foi o estopim para a briga generalizada.

 

Imagens que circulam nas redes sociais mostram os parlamentares trocando socos no plenário da Casa. O vereador Danielzinho (PL), aliado de Waguinho, afirmou que foi agredido por um grupo contrário ao atual prefeito.

 

"A gente estava participando de mais uma sessão legislativa na casa do povo, na Câmara dos Vereadores, quando um grupo de vereadores se manifestou contra o governo, contra o presidente (da Câmara), e partiram para a ofensa e para a agressão. O vereador Markinhos Gandra, na covardia, me atacou com socos. Eu estou aqui prestando depoimento e fazendo exame de corpo de delito. Por trás desse vereador, há um grupo político dando apoio", disse o vereador Danielzinho em frente à 58ª Delegacia de Polícia (Nova Iguaçu).

 

Vereador em Belford Roxo, Fabinho Varandão era considerado um dos homens de confiança de Waguinho. Ele ocupou três secretarias na prefeitura nos últimos dois anos. O parlamentar responde a acusações de comandar uma milícia na Baixada Fluminense. Recentemente, se uniu à oposição.

 

"Eu e o vereador Eduardo Araújo viemos tomar posse. Tentamos ontem e não conseguimos. Hoje viemos tomar posse e fomos agredidos dentro da Câmara. Alguém puxou uma arma dentro do plenário. Existe relatos de tiro para o alto. Esse prefeito perdeu a cabeça. Isso é política, democracia. Nós fomos eleitos pelo povo. Tem que respeitar o nosso mandato", disse Varandão.

 

Markinho Gandra (PDT), que também integra o grupo contrário ao atual prefeito, afirmou que Waguinho tentou impedir que os ex-secretários tomassem posse.

 

"Queremos, legitimamente, dar posse a dois vereadores eleitos pela população dessa cidade. E mais uma vez, sistema fora de ar, desligam as luzes. Isso aqui parecia um cenário de guerra. Houve uma confusão generalizada. Eu apenas me defendi. Infelizmente, houve essa violência por ambas as partes, completamente equivocada. Não vão levar na marra", afirmou Markinhos Gandra.

 

A PM do Rio de Janeiro diz que policiais militares do 39º BPM (Belford Roxo) foram acionados para uma ocorrência de briga na Câmara. De acordo com o comando da unidade, o policiamento no local foi reforçado e durante a ação, um homem armado foi detido portando uma arma e foi conduzido para a 54ª DP (Belford Roxo).

 

Em nota, Waguinho lamentou a confusão e disse que o projeto que prorroga por mais um ano o mandato do presidência da Casa não será mais votado.

 

"O prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, repudia veementemente o episódio ocorrido nesta quarta-feira na Câmara Municipal, que terminou em confusão. Waguinho entende que a democracia é o choque de ideias contrárias, mas dentro da normalidade e respeitando os preceitos constitucionais. Toda oposição é salutar, mas o debate deve ficar sempre no campo das ideias. O que ocorreu nesta quarta-feira na Câmara foi lamentável, deplorável e com cenas que nada têm a ver com o conceito de política. O prefeito pede desculpas aos munícipes por cenas tão constrangedoras que enlutecem a democracia", afirmou, em nota.

 

Nas redes sociais, Canella afirmou que a confusão na Câmara é "lamentável".

 

"O Ministério Público e a Justiça estão atentos para o cumprimento da lei. E não tenho dúvida de que a lei será cumprida em defesa da nossa Constituição", disse.

 

Uma equipe do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil chegou a ser mobilizada para apurar uma suspeita de um artefato explosivo em um carro, no estacionamento da Câmara. Os policiais isolaram o veículo do vereador Amigo Binho (Solidariedade), que fez a denúncia, e encontram um GPS.

 

Veja o vídeo da confusão clicando aqui.

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Prestes a completar 100 dias de governo com a aprovação em queda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou novos decretos com foco na imigração e nas polícias nesta segunda-feira, 28. Uma das ordens do republicano mira nas "cidades santuário", status que limita a cooperação para prisões e deportações de imigrantes sem documentos.

O presidente ordenou que a procuradora-geral, Pam Bondi, e a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, publiquem uma lista com as "cidades santuário" e adotem "todas as medidas legais" contra aquelas que continuarem se opondo às políticas contra imigração. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que essas cidades "obstruem" a aplicação da lei.

Em outro decreto assinado nesta segunda-feira, Trump determinou que o governo forneça apoio jurídico aos policiais acusados de irregularidades. Além de revisar as restrições para atuação das polícias e equipá-las com aparatos militares. Karoline Leavitt, disse que ordem deve "liberar as forças de segurança dos Estados Unidos para perseguir criminosos".

O terceiro decreto reforça as regras já existentes que exigem que os motoristas de caminhão profissionais tenham proficiência em inglês. A ordem de Trump afirma que esse "deve ser um requisito de segurança inegociável para motoristas profissionais."

Trump assinou os decretos um dia antes de completar 100 dias de governo. A Casa Branca programou uma série de eventos ao longo da semana para promover as ações do presidente, começando pela repressão contra imigração.

'Cidades santuário' na mira

À medida que tenta acelerar as deportações, a Casa Branca tem se mostrado cada mais irritada com as cidades que limitam ou bloqueiam a cooperação para a prisão de imigrantes sem documentos.

O governo já processou a cidade de Rochester, em Nova York, acusando as autoridades locais de obstruir ilegalmente a aplicação das leis sobre imigração.

O prefeito Malik Evans e o presidente da Câmara Municipal Miguel Meléndez, ambos democratas, criticaram a ação. "O que se vê na denúncia é mais teatro político do que prática jurídica", disseram em nota na sexta-feira. "A cidade de Rochester está comprometida em investir seus recursos na segurança pública para todos, e não em fazer o trabalho de fiscalização de imigração do governo federal."

O Departamento de Justiça também entrou com ação contra uma juíza de Milwaukee, detida na semana passada, acusada de obstruir a prisão de um imigrante.

Mesmo antes dos novos decretos, o Departamento de Segurança Interna já revisava bilhões de dólares em subsídios a cidades e estados, para garantir que estivessem em acordo com as prioridades do governo em matéria de imigração.

Um juiz federal de San Francisco bloqueou temporariamente a suspensão de verbas federais para cidades e condados que não cooperassem com as autoridades de imigração.

Assessores de Trump veem as "cidades santuário" como um dos principais obstáculos para a deportação em massa que o republicano prometeu em campanha.

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, acusou governadores e prefeitos democratas de travarem uma "guerra" contra as autoridades federais. Segundo ele, democratas estariam permitindo que "imigrantes ilegais saíssem livres para estuprar e matar".

Tom Homan, o "czar da fronteira", disse mais cedo que o governo já realizou 139 mil deportações - abaixo do ritmo registro no último ano do governo Joe Biden. Ele disse que os números seriam mais altos, mas que havia menos pessoas para deportar porque as travessias na fronteira caíram significativamente.

"Estou satisfeito com o número? Ele é bom", disse. "Eu leio na mídia: 'Ah, as deportações do ICE estão atrás das do governo Biden.' Bem, por quê? Porque eles contavam também as remoções de fronteira."

Homan disse ainda que, a partir de terça-feira, o governo vai começar a exigir que imigrantes sem documentos a partir dos 14 anos se registrem e forneçam impressões digitais, sob pena de possível processo criminal. (Com agências internacionais).

O Partido Liberal do primeiro-ministro Mark Carney venceu a eleição federal do Canadá, encerrando uma reviravolta impulsionada pelas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à economia e à soberania do Canadá. A disputa opôs o primeiro-ministro ao candidato conservador Pierre Poilievre.

Liderados por Carney, os liberais devem conquistar mais assentos na Câmara dos Comuns que os conservadores. Ainda não está definido se os liberais irão liderar um governo minoritário ou majoritário, já que os votos continuavam sendo contados.

As ameaças de Trump sobre tarifas e suas sugestões de que o Canadá deveria se tornar o 51º Estado dos EUA mudaram o rumo da disputa, já que as pesquisas mostravam Pierre Poilievre e seu Partido Conservador com liderança confortável há apenas alguns meses.

No discurso de vitória diante de apoiadores em Ottawa, Carney enfatizou a importância da unidade canadense diante das ameaças de Washington. "Como venho alertando há meses, os Estados Unidos querem nossa terra, nossos recursos, nossa água, nosso país", disse. "Essas não são ameaças vazias. O presidente Trump está tentando nos destruir para que os Estados Unidos possam nos dominar. Isso nunca... jamais acontecerá", acrescentou.

Quem é Mark Carney?

Mark Carney, ex-governador do Banco Central canadense, se tornou primeiro-ministro do Canadá após a renúncia de Justin Trudeau em janeiro deste ano. Em março, ele venceu com mais de 85% dos votos dos membros do Partido Liberal para assumir a função.

Carney tem 60 anos. Nasceu em Fort Smith, nos Territórios do Noroeste do Canadá, em 16 de março de 1965, e foi criado em Edmonton, Alberta. Sua esposa, Diana, nasceu no Reino Unido, e o casal tem quatro filhas.

Carney comandou o Banco do Canadá de 2008 a 2013 e o Banco da Inglaterra de 2013 a 2020. Após ajudar o Canadá a lidar com os piores impactos da crise financeira de 2008, foi recrutado para se tornar o primeiro não-britânico a chefiar o Banco da Inglaterra desde sua fundação em 1694.

Carney possui cidadania canadense, britânica e irlandesa. Ele está em processo para manter apenas a cidadania canadense - o que não é exigido por lei, mas é considerado uma decisão politicamente prudente.

Em 2020, começou a atuar como enviado especial das Nações Unidas para ação climática e finanças.

Carney é ex-executivo do Goldman Sachs. Trabalhou por 13 anos em Londres, Tóquio, Nova York e Toronto antes de ser nomeado vice-presidente do Banco do Canadá em 2003. Até o momento, ele não tinha experiência em política.

Formação acadêmica

Carney tem bacharelado em Economia pela Universidade de Harvard (1988) e mestrado e doutorado em Economia pela Universidade de Oxford. (Com informações da Associated Press).

O presidente da China, Xi Jinping, defendeu o fortalecimento de políticas para promover o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA) para ampliar a independência do país no setor de maneira "benéfica, segura e justa". O comentário foi realizado em uma reunião do Politburo na tarde de sexta-feira, 25, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira, 29.

O encontro discutiu medidas focadas no desenvolvimento e na regulação de IA.

Em seu discurso, Xi pediu que as autoridades concentrem esforços coordenados para avançar na construção de infraestrutura computacional, promovam o compartilhamento de recursos de dados, façam a integração de políticas sobre direito de propriedade intelectual, encontrem novos talentos na área, entre outros.

O presidente chinês também defendeu o uso de incentivos fiscais e melhor nivelamento financeiro para o campo de ciência e tecnologia.