Ministra do STJ fatia em 9 frentes de investigação inquérito que mira Gladson por desvios no AC

Política
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A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu desmembrar as investigações da Operação Ptolomeu. O inquérito se debruça sobre desvios no Governo do Acre e já tem mais de 22 mil páginas.

A Polícia Federal (PF) pediu a divisão do inquérito em investigações menores para facilitar o trabalho e a individualização do papel de cada um dos investigados. O Ministério Público Federal foi a favor.

"Os fatos investigados continuam os mesmos e estão conectados com a autoridade detentora de foro", informou a PF. "O que se postula é a divisão dos inquéritos para uma melhor organização da investigação e de eventual ação penal."

O inquérito principal foi dividido em nove apurações autônomas, mas conexas. Todas seguem a cargo do STJ, porque o governador ao Acre, Gladson Cameli (PP), é visto como idealizador do suposto esquema e elo entre os crimes investigados. Ele sempre negou irregularidades e afirma ser vítima de 'excessos e ilegalidades'.

A variável usada para o desmembramento foi a empresa contratada pelo governo, ou seja, os policiais federais agruparam os contratos suspeitos a cargo de sete diferentes companhias e dividiram as investigações. Outras duas apurações envolvem a rotina de supostos desvios e os métodos de lavagem do dinheiro.

Ao atender ao pedido, a ministra Nancy Andrighi afirmou que, com o avançar do inquérito, a PF chegou a um "elevado número de investigados" e que, sem a divisão do caso, o andamento dos trabalhos pode ser "obstaculizado". Ela também demonstrou preocupação com a duração da investigação, o que pode dar margem para contestações das defesas, por um prolongamento excessivo.

"A pretensão formulada pela autoridade policial merece guarida, já que irá propiciar maior eficiência na atividade investigativa e contribuirá para a finalização da etapa inquisitorial", escreveu.

A Operação Ptolomeu investiga crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e peculato.

A PF afirma ter descoberto desvios em setores sensíveis da administração estadual, como Saúde e Educação, e em áreas estratégicas, como Infraestrutura, frequentemente cooptada em esquemas de corrupção por causa das obras vultosas. Os contratos suspeitos somam mais de R$ 68 milhões.

Além do próprio Gladson Cameli, familiares do governador, servidores e empresários são investigados. Os desvios, segundo o cálculo parcial dos investigadores, podem chegar a mais de R$ 16,3 milhões.

Defesa

A assessoria do governador de manifestou sobre o assunto. "Desde que estourou a Operação Ptolomeu o governador do Acre tem repelido enfaticamente existência de desvios de recursos públicos em sua gestão. Gladson Cameli afirma que está à disposição das autoridades e que confia que tudo será apurado e esclarecido. Também atribuiu aos investigadores 'excessos e ilegalidades'".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.