Auditor da Fazenda de SP vira réu por cobrar R$ 20 mil para engavetar denúncia

Política
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A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado contra o auditor fiscal de Rendas Jorge David Júnior, da Secretaria da Fazenda do Estado, por corrupção. Ele está afastado do cargo por ordem judicial.

A decisão da juíza Ana Paula Mezher Mattar, da 2.ª Vara Criminal de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, dá início a uma ação penal. Testemunhas serão ouvidas e eventuais novas provas produzidas durante a fase de instrução do processo.

O auditor também está sendo investigado em um Processo Administrativo Disciplinar na Secretaria da Fazenda, que pode gerar demissão.

O criminalista Fábio Mariz, que defende Jorge David Júnior, afirmou que o cliente nunca pediu propinas. "Ficou algo absolutamente em aberto do ponto de vista de prova. Não tem um ponto sequer que sustente a reação ministerial, especialmente porque o Ministério Público não fez uma investigação prévia", diz o advogado ao Estadão.

A investigação que atinge Jorge David Júnior teve início depois que o empresário Márcio Petito procurou o Ministério Público para relatar que o auditor teria pedido R$ 20 mil para engavetar uma denúncia de lavagem de dinheiro envolvendo seus familiares.

A promotora de Justiça Ruth Katherine Anderson Pinheiro, que assina a denúncia oferecida no último dia 2, afirma que Jorge David Júnior se 'apresentou como pessoa acessível e disposta a ajudar na solução da questão no âmbito administrativo'.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fizeram uma ação controlada em conjunto com a Polícia Civil. Os agentes fotografaram as cédulas que seriam entregues ao auditor para registrar o número de série.

Ele foi preso em flagrante no dia 30 de maio no posto oficial da Fazenda de Osasco. A quantia de R$ 5 mil, correspondente à primeira de quatro parcelas de propina, estava em sua mochila, segundo a denúncia.

O auditor pagou fiança de R$ 20 mil e conseguiu liberdade provisória. Uma das medidas cautelares impostas é o comparecimento bimestral em juízo. A defesa questionou, ao longo da investigação, a regularidade da prisão. Os advogados afirmam que que os fatos são 'confusos' e que 'diversas perguntas permanecem sem resposta'. Um ponto questionado é que a ação controlada foi realizada sem autorização judicial.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA FÁBIO MARIZ, QUE REPRESENTA O AUDITOR

Procurado pela reportagem, o criminalista Fábio Mariz afirmou que o cliente nunca pediu propinas. A defesa alega que o auditor tinha uma notícia de fato do Ministério Público sobre suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo o empresário e fez a intimação, agindo dentro da legalidade.

O advogado afirma ainda que não há provas de que o dinheiro apreendido foi encontrado na mochila do auditor, apenas o testemunho dos policiais. "Ficou algo absolutamente em aberto do ponto de vista de prova. Não tem um ponto sequer que sustente a reação ministerial, especialmente porque o Ministério Público não fez uma investigação prévia", afirma.

A defesa informou ainda que aguarda a citação para apresentar provas.

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O Vaticano disse ter tido uma "troca de opiniões" a respeito de "países afetados por guerra, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção particular a migrantes, refugiados e prisioneiros" com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance em agenda neste sábado, 19.

Em comunicado, a Santa Sé disse que o norte-americano foi recebido na Secretaria de Estado pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com Estados e Organizações Internacionais. Não foi relatado nenhum encontro entre Vance e o Papa Francisco.

O comunicado pós-encontro afirmou ainda que "expressou-se a esperança por uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, cujo valioso serviço às pessoas mais vulneráveis foi reconhecido".

De acordo com a Associated Press, a declaração foi vista como uma referência à afirmação de Vance de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA estava reassentando "imigrantes ilegais" para receber financiamento federal. A fala causou reação de altos cardeais dos EUA.

Vance é católico, mas já apresentou posições opostas às expressadas pelo Papa Francisco em assuntos como o tratamento dado a imigrantes ilegais.

O político está em Roma, onde assistiu aos serviços da Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro com a família após se encontrar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. De lá, segue para a Índia. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky publicou no X neste sábado, 18, que o país agirá em conformidade com as ações da Rússia, que ordenou uma trégua nos ataques durante o fim de semana de Páscoa. "Se a Rússia estiver agora subitamente disposta a empenhar-se verdadeiramente num formato de silêncio total e incondicional, a Ucrânia agirá em conformidade", escreveu Zelensky, que também defendeu prolongar o cessar-fogo por mais 30 dias.

Ele ressaltou que "a proposta correspondente de um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias ficou sem resposta por parte da Rússia durante 39 dias. Os Estados Unidos fizeram esta proposta, a Ucrânia respondeu positivamente, mas a Rússia ignorou-a".

"Se um cessar-fogo total for realmente estabelecido, a Ucrânia propõe que seja prolongado para além do dia de Páscoa, 20 de abril. É isso que revelará as verdadeiras intenções da Rússia - porque 30 horas são suficientes para fazer manchetes, mas não para medidas genuínas de criação de confiança. Trinta dias poderiam dar uma oportunidade à paz", acrescentou Zelensky na publicação.

O presidente ucraniano escreveu ainda que as operações russas continuam no país ucraniano, de acordo com relatórios do comandante chefe,Oleksandr Syrskyi. "Espero que o comandante chefe Oleksandr Syrskyi apresente atualizações pormenorizadas às 21h30 e às 22h, na sequência das suas conversas com os comandantes de brigada e outras unidades na linha da frente sobre a situação em direções específicas", finalizou.

O empresário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), Elon Musk, afirmou que pretende visitar a Índia ainda este ano depois de conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

"Foi uma honra falar com o primeiro-ministro Modi. Estou ansioso para visitar a Índia ainda este ano", escreveu em sua rede social, o X, ao compartilhar o comentário de Modi sobre a conversa.

Segundo o primeiro-ministro, ambos discutiram vários assuntos incluindo "o imenso potencial para colaboração nas áreas de tecnologia e inovação", disse citando reunião realizada em Washington, nos EUA, no início do ano. "A Índia permanece comprometida em avançar nossas parcerias com os EUA nesses domínios", completou.

As mensagens ocorrem às vésperas de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, visitar o país asiático onde se encontrará com Modi e passará pelas cidades de Nova Délhi, Jaipur e Agra. No momento, o vice-presidente está na Itália. De acordo com o governo norte-americano, ele discutirá "prioridades econômicas e geopolíticas compartilhadas" com os dois países.