Governo Tarcísio desiste de contrato de R$ 345 mil para menu em avião oficial

Política
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O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) desistiu da compra de R$ 345,3 mil para fornecimento de refeições de bordo para o governador paulista e sua comitiva consumirem em viagens oficiais dentro do Brasil. O serviço teria duração de 30 meses, ao custo mensal de R$ 11,5 mil para o fornecimento de até 35 refeições, conforme a proposta vencedora da licitação, que chegou a ser feita. O menu incluía salmão e filé mignon, entre outros itens (veja abaixo).

O recuo ocorreu após o Estadão procurar o governo para pedir informações sobre o contrato. Como resposta, a Casa Militar, órgão estadual responsável pela segurança direta do governador, informou que o processo eletrônico para a contratação do serviço foi revogado. Segundo o órgão, os recursos serão agora destinados a outras atividades da Pasta.

A decisão foi tomada nesta terça-feira, 10, quatro dias após o pregão eletrônico que licitou o contrato e somente um dia depois do questionamento da reportagem. O governo estadual, porém, não explicou o motivo da revogação, tampouco atualizou a situação do contrato no sistema eletrônico de compras, que segue aguardando homologação do órgão responsável.

De acordo com o edital suspenso, o cardápio servido nos aviões do governo paulista deve ser preparado somente com produtos de primeira qualidade. O texto ainda veta o uso de produtos com alterações de características, ainda que dentro do prazo de validade. Além disso, determina que cada prato deve contar com uma proteína, duas guarnições ou uma massa, uma salada e uma sobremesa. As opções de cada item são escolhidas pelo passageiro, enquanto o pedido é feito por e-mail. O serviço pode ser acionado até cinco vezes por mês, sendo que, em cada ocasião, são servidas de duas a sete refeições, conforme o número de passageiros.

Após o pedido, o fornecedor teria quatro horas para entregar as refeições nas aeronaves oficiais localizadas no Palácio dos Bandeirantes, Aeroporto de Congonhas, Aeroporto do Campo de Marte, Aeroporto Internacional de Guarulhos ou outros endereços da capital paulista. O edital também determinava que as refeições deviam ser servidas em bandeja de marmitex de alumínio ou pote de polipropileno com capacidade adequada para a quantidade de comida, sendo que a salada e a sobremesa devem ser oferecidas em recipientes próprios. Já as proteínas devem ser cortadas em cubos, para facilitar o consumo dentro das aeronaves.

No momento, o governador, vice e secretários de Estado contam com dois helicópteros e um avião bimotor para o transporte aéreo. A operação é realizada pelo Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo.

Veja abaixo o cardápio completo das aeronaves:

- Proteínas: filé mignon (150g), preparado grelhado ou à parmegiana; filé de salmão (150g), preparado grelhado ou assado; filé de peito de frango (150g), preparado grelhado, assado, à parmegiana ou à milanesa; lombo suíno (150g), preparado grelhado, assado ou cozido.

- Guarnições: Arroz branco, arroz com espinafre, purê de batata, purê de mandioquinha, legumes no vapor, creme de milho, feijão carioca. Deverão ser servidas as duas opções escolhidas pelo governo na medida mínima de 150g, exceto a opção legumes cozidos que deverá ser servida no mínimo de 200g, pesadas após o preparo.

- Massas: Espaguete, penne, fettuccine, nhoque de batata, ravióli, lasanha. Deverá ser servida a opção escolhida com o molho escolhido - bolonhesa, sugo ou branco - pelo governo na medida mínima de 200g, pesada após o preparo.

- Saladas: caprese (tomate, mussarela de búfala e manjericão); waldorf (aipo, maçã, nozes e maionese); caesar (alface americana, croutons, parmesão e frango desfiado); grega (tomate, pepino, cebola e azeitona). Todas as saladas deverão acompanhar sal, azeite e vinagre para tempero. As saladas deverão ser servidas na medida de 100 a 120g após o preparo.

- Sobremesas: pudim de leite, torta de limão, torta de morango, mousse de maracujá, mousse de chocolate, doce de leite, frutas. Deverá ser servida a opção escolhida pela contratante na medida mínima de 120g para doces e 150g para frutas.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

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O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.