Prefeito de São Bernardo do Campo quer prisão do presidente da Enel após apagão

Política
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O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, deveria ser preso e responsabilizado pelo apagão que já chega ao quarto dia e ainda atinge ao menos 200 mil domicílios em 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com Morando, o Ministério Público do Estado deveria pedir a prisão preventiva de Cotugno para "resguardar os direitos da sociedade". "Ele é um criminoso", disse ao Estadão.

"Se qualquer gestor público estivesse cometendo as atrocidades que eles estão cometendo, seguramente o Ministério Público teria pedido o afastamento do cargo e a prisão. É inaceitável. Não é razoável o deboche que com que eles estão tratando a sociedade. Além de não atender a população, comprovadamente reduziu as equipes de manutenção. Ele (presidente da Enel) se sente no direito de debochar e achar que isso é normal, que é um caso fortuito, atípico, que tá dentro da expectativa. É o fim do mundo", disse.

Pelas redes sociais, Morando cobrou medidas das autoridades. "Até quando as autoridades vão continuar lenientes? Será que não seria razoável prender o presidente da Enel até que ele pudesse religar todos os lares de São Paulo e devolver energia elétrica? Garantir que todas as escolas, públicas e privadas, voltassem a funcionar, além de todos os equipamentos de saúde. Creio que desta forma, com ele preso, a companhia, pela qual ele é responsável, seria um pouco mais eficiente e menos displicente com a população", escreveu.

O prefeito de São Bernardo do Campo, quarto maior município do Estado, afirmou ainda que Cotugno "é um criminoso" e que pessoas podem ter morrido com a falta de energia nas cidades afetadas pelo blecaute.

"Provavelmente, gente morreu. Quem precisava de equipamento dependente de energia elétrica, aqueles que estão em home care podem ter perdido a vida. Esse sujeito tinha que ser preso para resguardar os direitos da sociedade. Ele é criminoso. Eu estou afirmando", disse ao Estadão.

A declaração de Morando ocorre depois de Cotugno afirmar, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que não há motivos para a empresa se desculpar. De acordo com ele, "o vento foi absurdo".

Imóveis permanecem sem energia

Na sexta-feira, 3, uma forte chuva atingiu a região e deixou diversas localidades sem luz. Nesta terça, ao menos 200 mil imóveis continuam sem energia elétrica.

A Enel Brasil afirmou que "colocou quase 3 mil profissionais nas ruas que seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo". A previsão é que o serviço seja totalmente restabelecido até a noite desta terça-feira.

Durante a tempestade, sete pessoas morreram. Duas mortes ocorreram na capital paulista. As cidades de Santo André, Osasco, Suzano, na Grande São Paulo, Limeira, no Interior, e Ilhabela, na Baixada Santista, registraram uma morte cada.

Manifestação ocorre em São Paulo

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizam protesto nesta terça na sede da Enel na capital paulista. Eles cobram retorno imediato da energia elétrica aos imóveis. "Mais de 2 milhões de casas, comércios, escolas e hospitais foram negligenciados e ficaram sem luz", publicaram os manifestantes nas redes sociais.

O Estadão procurou a Enel Brasil e aguarda retorno.

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Os Emirados Árabes Unidos pediram que Israel não tome medidas que possam agravar as tensões no Oriente Médio em declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país neste domingo, 20. Na declaração, o ministério responsabiliza as autoridades israelenses pela interrupção do cessar-fogo na região e pediu que se abstenham de medidas que possam agravar as tensões. No comunicado, os Emirados Árabes Unidos também afirmam "rejeição categórica a todas as práticas que violem o direito internacional e ameacem levar a uma maior escalada" do conflito na região.

A declaração dos Emirados Árabes Unidos ocorre após ameaças de invasão e fechamento da mesquita de Al-Aqsa, localizada em Jerusalém e foco histórico de tensões entre judeus e muçulmanos. Na declaração, os Emirados Árabes Unidos afirmaram haver necessidade de "proteção total aos locais sagrados islâmicos e cristãos" e de impedir violações no complexo da mesquita.

"Os Emirados Árabes Unidos condenam nos termos mais fortes os apelos extremistas para bombardear a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha e cometer violações contra os cristãos em Jerusalém. Também condenam veementemente as violações de Israel contra os cristãos em Jerusalém durante o Sábado Santo, incluindo a negação de acesso às igrejas e agressões físicas, alertando sobre as sérias repercussões dessas práticas arbitrárias, que ameaçam aumentar ainda mais as tensões na região", disse o país na declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.

Por fim, os Emirados Árabes Unidos apelaram à comunidade internacional por esforços para alcançar uma paz abrangente com base em dois Estados. A manifestação ocorre também depois de novos ataques das forças israelenses no Líbano, com Israel intensificando as ações militares na região.

Os Emirados Árabes Unidos são um dos países que atuam como mediadores do conflito em Gaza.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou neste domingo, 20, que as forças ucranianas lançaram ataques noturnos na região de Donetsk, apesar do cessar-fogo de Páscoa. "Durante a noite do #CessarFogoPáscoa, o regime de Kiev lançou 48 drones, incluindo um sobre a Crimeia. Tropas ucranianas atingiram posições russas com armas e canhões 444 vezes e realizaram 900 ataques com drones do tipo quadricóptero", informou o ministério em publicação na rede social X.

Segundo o ministério, houve "mortos e feridos entre a população civil". O ministério afirma que as tropas russas observaram rigorosamente o cessar-fogo. Autoridades instaladas pela Rússia na região ucraniana parcialmente ocupada de Kherson também disseram que as forças ucranianas continuaram seus ataques.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou no sábado uma trégua temporária nos ataques pelo exército russo durante o fim de semana de Páscoa. De acordo com o Kremlin, o cessar-fogo durará das 18 horas, horário de Moscou, de sábado, até a meia-noite do domingo de Páscoa.

Putin não ofereceu detalhes sobre como o cessar-fogo seria monitorado ou se abrangeria ataques aéreos ou batalhas terrestres, que ocorrem 24 horas por dia.

No sábado, poucas horas após anunciar o cessar-fogo, Putin participou de uma missa de Páscoa na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, liderada pelo Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa e defensor da guerra na Ucrânia. A trégua temporária declarada ocorre em meio à ameaça dos Estados Unidos de abandonarem as negociações para um cessar-fogo entre os países, caso não haja um progresso em breve.

A Ucrânia também acusa a Rússia de não respeitar o cessar-fogo. Desde que a trégua temporária foi anunciada por Putin, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que as ações militares russas continuam.

Mais cedo, Zelensky acusou a Rússia de violar o cessar-fogo e contabilizou 26 ataques em 12 horas. O governo ucraniano propõe a extensão do cessar-fogo para 30 dias após a Páscoa.

*Com informações da Associated Press

Opositores do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram protestos em várias cidades dos Estados Unidos no sábado, 19, denunciando o que classificam como "ameaças aos ideais democráticos do país". Os organizadores afirmam se opor ao que chamam de violações dos direitos civis e constitucionais de Trump, incluindo os esforços para deportar dezenas de imigrantes e reduzir o governo federal, demitindo milhares de funcionários públicos e efetivamente fechando agências. Os protestos acontecem apenas duas semanas após manifestações semelhantes em todo o país.

As manifestações incluíram uma marcha pelo centro de Manhattan e um comício em frente à Casa Branca. Em Boston, manifestantes se concentraram na reconstituição das Batalhas de Lexington e Concord, alegando que o país vive um momento perigoso para sua liberdade.

Em Denver, centenas de manifestantes se reuniram no Capitólio do Estado do Colorado com faixas expressando solidariedade aos imigrantes e dizendo ao governo Trump: "Tirem as Mãos!". Milhares de pessoas também marcharam pelo centro de Portland, Oregon, enquanto em São Francisco, centenas soletraram as palavras "Impeach & Remove" em uma praia de areia ao longo do Oceano Pacífico, também com uma bandeira dos EUA de cabeça para baixo. As pessoas protestaram pelo centro de Anchorage, Alasca, com cartazes feitos à mão listando os motivos pelos quais estavam protestando.

Em outros lugares, protestos foram planejados em frente a concessionárias da Tesla contra o bilionário e conselheiro de Trump, Elon Musk, e seu papel na redução do governo federal. Outros organizaram eventos mais voltados para o serviço comunitário, como campanhas de arrecadação de alimentos, palestras e trabalho voluntário em abrigos locais.

Em Washington, manifestantes citavam preocupações com as ameaças aos direitos ao devido processo legal, protegidos pela Constituição, à Previdência Social e a outros programas federais de segurança. Em Columbia, Carolina do Sul, centenas de pessoas protestaram na sede do governo estadual segurando cartazes com slogans como "Lute Ferozmente, Harvard, Lute".E em Manhattan, manifestantes se reuniram contra as contínuas deportações de imigrantes enquanto marchavam da Biblioteca Pública de Nova York em direção ao Central Park e passavam pela Trump Tower. Fonte: Associated Press