Relator da LDO propõe nova emenda com recursos do antigo orçamento secreto

Política
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O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), confirmou nesta terça-feira, 7, que criará um novo tipo de emenda parlamentar que ficará sob o controle dos líderes partidários do Congresso. Essa nova rubrica, chamada de "RP5", será abastecida com os recursos do antigo orçamento secreto que estão hoje sob responsabilidade dos ministérios do governo Lula. O esquema, revelado pelo Estadão, envolvia destinação de recursos do orçamento federal sem transparência e por mecanismos que dificultavam a fiscalização.

"Estamos criando um novo espaço, uma nova rubrica, que é a RP5, que vai abrigar a parte do Orçamento, que será destinada às emendas parlamentares por bancadas. É uma iniciativa nova, em que as bancadas, pela representação, terão uma participação de influir na construção orçamentária do País", disse Forte.

O orçamento secreto foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano passado. Após um acordo do governo Lula com o Congresso, os recursos das antigas emendas "RP9", código usado para definir o orçamento secreto, foram divididos: metade foi usada para turbinar as emendas individuais e a outra parte ficou sob a responsabilidade de alguns ministérios.

O ano foi marcado, contudo, por reclamações de deputados sobre demora na liberação dos recursos do orçamento previstos nas emendas parlamentares. Algumas delas, como as individuais e as de bancada estadual, são impositivas, ou seja, o pagamento é obrigatório, mas o governo pode controlar o ritmo da liberação dos recursos, que ocorre principalmente às vésperas de votações importantes.

De acordo com Forte, ainda está sendo discutido se a nova "emenda de liderança ou de bancadas partidárias" será impositiva ou não. Os parlamentares também discutem tornar obrigatório o pagamento das emendas de comissões. Nos últimos anos, principalmente no governo Bolsonaro, o Congresso aumentou seu poder sobre o Orçamento da União.

"Ficou um vácuo no Orçamento que deu desconforto com relação à execução orçamentária das antigas RP9. Criou-se uma simbologia, RP2-A4, que não tem nada a ver com o arcabouço orçamentário do País", disse Forte, numa crítica ao fato de parte dos recursos do antigo orçamento secreto ter ficado sob o controle do Executivo.

"[A criação de um novo tipo de emenda] é importante para democratizar o acesso desses partidos ao Orçamento e, ao mesmo tempo, dar mais transparência à execução orçamentária", defendeu o relator da LDO. "Quando mais impositivo e participativo, melhor será o Orçamento", emendou.

Forte também quer incluir na LDO um mecanismo para proteger emendas parlamentares de cortes e bloqueios feitos pelo governo. A proposta, segundo ele, tem amplo apoio do Congresso. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, em agosto, o deputado também adiantou que pretende fixar um calendário para o pagamento de emendas parlamentares.

Emendas parlamentares são recursos no Orçamento do governo federal que podem ser direcionados aos redutos eleitorais de deputados e senadores para, por exemplo, realizar obras e implementar políticas públicas. Para Forte, a liberação dos recursos de emendas hoje fica condicionada ao "humor" e à "vontade" de quem está no governo.

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O Vaticano disse ter tido uma "troca de opiniões" a respeito de "países afetados por guerra, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção particular a migrantes, refugiados e prisioneiros" com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance em agenda neste sábado, 19.

Em comunicado, a Santa Sé disse que o norte-americano foi recebido na Secretaria de Estado pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com Estados e Organizações Internacionais. Não foi relatado nenhum encontro entre Vance e o Papa Francisco.

O comunicado pós-encontro afirmou ainda que "expressou-se a esperança por uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, cujo valioso serviço às pessoas mais vulneráveis foi reconhecido".

De acordo com a Associated Press, a declaração foi vista como uma referência à afirmação de Vance de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA estava reassentando "imigrantes ilegais" para receber financiamento federal. A fala causou reação de altos cardeais dos EUA.

Vance é católico, mas já apresentou posições opostas às expressadas pelo Papa Francisco em assuntos como o tratamento dado a imigrantes ilegais.

O político está em Roma, onde assistiu aos serviços da Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro com a família após se encontrar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. De lá, segue para a Índia. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky publicou no X neste sábado, 18, que o país agirá em conformidade com as ações da Rússia, que ordenou uma trégua nos ataques durante o fim de semana de Páscoa. "Se a Rússia estiver agora subitamente disposta a empenhar-se verdadeiramente num formato de silêncio total e incondicional, a Ucrânia agirá em conformidade", escreveu Zelensky, que também defendeu prolongar o cessar-fogo por mais 30 dias.

Ele ressaltou que "a proposta correspondente de um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias ficou sem resposta por parte da Rússia durante 39 dias. Os Estados Unidos fizeram esta proposta, a Ucrânia respondeu positivamente, mas a Rússia ignorou-a".

"Se um cessar-fogo total for realmente estabelecido, a Ucrânia propõe que seja prolongado para além do dia de Páscoa, 20 de abril. É isso que revelará as verdadeiras intenções da Rússia - porque 30 horas são suficientes para fazer manchetes, mas não para medidas genuínas de criação de confiança. Trinta dias poderiam dar uma oportunidade à paz", acrescentou Zelensky na publicação.

O presidente ucraniano escreveu ainda que as operações russas continuam no país ucraniano, de acordo com relatórios do comandante chefe,Oleksandr Syrskyi. "Espero que o comandante chefe Oleksandr Syrskyi apresente atualizações pormenorizadas às 21h30 e às 22h, na sequência das suas conversas com os comandantes de brigada e outras unidades na linha da frente sobre a situação em direções específicas", finalizou.

O empresário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), Elon Musk, afirmou que pretende visitar a Índia ainda este ano depois de conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

"Foi uma honra falar com o primeiro-ministro Modi. Estou ansioso para visitar a Índia ainda este ano", escreveu em sua rede social, o X, ao compartilhar o comentário de Modi sobre a conversa.

Segundo o primeiro-ministro, ambos discutiram vários assuntos incluindo "o imenso potencial para colaboração nas áreas de tecnologia e inovação", disse citando reunião realizada em Washington, nos EUA, no início do ano. "A Índia permanece comprometida em avançar nossas parcerias com os EUA nesses domínios", completou.

As mensagens ocorrem às vésperas de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, visitar o país asiático onde se encontrará com Modi e passará pelas cidades de Nova Délhi, Jaipur e Agra. No momento, o vice-presidente está na Itália. De acordo com o governo norte-americano, ele discutirá "prioridades econômicas e geopolíticas compartilhadas" com os dois países.