Sem generalizar, Dino diz ser 'inequívoco' financiamento do agro a atos golpistas

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que setores do agronegócio participaram de forma "inequívoca" do financiamento dos atos golpistas ocorridos neste domingo, 8, em Brasília. O titular da pasta, no entanto, disse que qualquer responsabilização é "precoce" e defendeu que não haja "generalizações".

"Eu prefiro não me intrometer em investigações que competem à PF e é precoce porque pode revelar ideia de generalização. Há pessoas vinculadas a este segmento econômico que participaram, é inequívoco, mas isso não significa generalização. Sejam quem for, serão chamados à responsabilização penal e civil", afirmou Dino em entrevista coletiva na tarde desta segunda, 9.

Ao falar sobre os ataques ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o "agro que usa agrotóxico sem respeito à saúde humana estava em Brasília", ao associar o setor aos atos terroristas. Dino disse também que a identificação de possíveis financiadores dos atos vai começar pelos contratantes dos ônibus que levaram bolsonaristas à capital federal. "Não é possível distinguir nitidamente possibilidades de financiamento. O que é possível é dizer cabalmente que há financiamento", destacou.

Ainda segundo Dino, a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, decretada ontem por Lula, pode ser encerrada antes de 31 de janeiro, prazo final da medida ordenada pelo petista. "Quero crer que não haverá nenhuma outra situação em que intervenção federal seja necessária. Com nova situação jurídica no DF, o quanto antes for possível suspender intervenção federal no DF nós faremos."

O ministro da Justiça também afirmou que a situação de flagrante acabou e, com isso, os próximos pedidos feitos serão de prisão temporária ou preventiva. Ele ainda anunciou a instauração de novos inquéritos sobre os ataques. "Hoje teremos instauração de 3 novos inquéritos, houve um antes do domingo relativo aos ataques ao Supremo e agora teremos desdobramento de 3 novos inquéritos, um para Planalto, um para Congresso e um para STF."

Denúncias

Dino, afirmou que a pasta já recebeu 13 mil denúncias sobre possíveis envolvidos nos atos golpistas ocorridos em Brasília neste domingo.

As informações foram enviadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., aberto pelo ministério para que a sociedade civil possa colaborar com elementos que ajudem na responsabilização pelos ataques. Segundo Dino, as investigações querem chegar, principalmente, nos financiadores e organizadores das ações terroristas.

"Já recebemos 13 mil e-mails, há uma equipe fazendo triagem (dos e-mails), para que a responsabilidade final vá além daqueles que tiveram presencialmente na Esplanada (dos Ministérios), para que cheguemos aos financiadores, organizadores", afirmou o ministro, em entrevista coletiva nesta segunda, 9.

Ainda de acordo com o titular da pasta, a Polícia Federal pode usar as informações para municiar novos pedidos de prisão temporária contra autores de um "conjunto de crimes" cometidos ontem.

"Vivenciamos ontem um conjunto de crimes. Temos o crime de golpe de Estado, vivemos o crime de tentativa de abolição violenta do Estado de direito, crime de dano qualificado ao patrimônio público, inclusive ao patrimônio histórico, associação criminosa, lesões corporais. E este conjunto de crimes faz com que haja múltiplas possibilidades de responsabilidade", defendeu.

Até o momento, 1500 pessoas foram detidas por suspeita de participação nos ataques. Elas foram levadas para a Academia Nacional da Polícia Federal, em Brasília, e estão sendo ouvidas pelos agentes.

Em outra categoria

A milícia houthi prometeu neste domingo, 16, retaliar os EUA após uma série de bombardeios ordenados pelo presidente Donald Trump no sábado, 15, no Iêmen. A maior ação militar desde o retorno do republicano à Casa Branca, envolvendo ataques aéreos e navais, matou 31 pessoas, segundo o grupo iemenita, incluindo mulheres e crianças.

Mohamed al-Bukhaiti, um dos principais líderes houthis, afirmou que os ataques foram "injustificados" e prometeu responder na mesma proporção. "Responderemos à escalada com escalada", escreveu Bukhaiti na rede social X.

Pouco depois, a milícia reivindicou um ataque contra ao porta-aviões americano USS Harry Truman no Mar Vermelho. Os rebeldes afirmaram que dispararam 18 mísseis e um drone. O Pentágono não comentou a alegação.

Repetição

Os houthis, uma milícia xiita que conta com apoio do Irã, vêm realizando ataques contra Israel e ameaçando a navegação comercial no Mar Vermelho há mais de um ano, em solidariedade ao Hamas.

Os ataques americanos destruíram radares, defesas antiaéreas e sistemas de mísseis e drones, reduzindo a capacidade do grupo de interferir em rotas marítimas no Mar Vermelho. A estratégia é a mesma usada pelo governo de Joe Biden, embora Trump tenha dito que seu antecessor agiu de forma "fraca".

O Comando Central dos EUA, que publicou um vídeo mostrando a destruição de um complexo no Iêmen, afirmou que os ataques do fim de semana foram realizados com precisão para "defender os interesses americanos, dissuadir inimigos e restaurar a liberdade de navegação".

Os ataques atingiram a capital, Sana, além das províncias de Saada, al-Bayda, Hajjah e Dhamar. Segundo autoridades americanas, a pressão militar deve continuar por mais algumas semanas. No sábado, Trump exigiu que o Irã interrompa o apoio ao grupo.

Rússia

O conflito ganhou ramificações globais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, pediu ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em uma ligação telefônica, a suspensão dos ataques.

"Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar imediato do uso da força e a importância de que todas as partes participem do diálogo político para encontrar uma solução que evite um maior derramamento de sangue", disse a chancelaria russa, em comunicado.

No ano passado, a Rússia condenou os ataques dos EUA e do Reino Unido contra o Iêmen e tem mantido conversas com os iranianos, que estão cada vez mais próximos de Moscou. Na semana passada, China, Rússia e Irã realizaram um exercício naval conjunto no Golfo de Omã. Na sexta-feira, diplomatas dos três países se reuniram em Pequim e pediram o fim das sanções ao Irã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após acusar o ex-presidente Joe Biden de assinar documentos oficiais do governo americano utilizando uma auto pen, uma caneta automática para assinaturas em série, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, uma montagem com a foto oficial de Biden substituída por uma imagem do nome do democrata sendo assinado por uma máquina.

A provocação foi compartilhada numa publicação conjunta feita pelos perfis oficiais da Casa Branca e do POTUS (sigla em inglês para President of the United States) no Instagram.

"O verdadeiro presidente durante os anos Biden foi a pessoa que controlou a auto pen", disparou o magnata em publicação na sexta-feira, 14, à noite.

Na quinta, 13, durante entrevista para a rede de televisão americana Fox News, Trump já havia chamado Biden de "incompetente" ao acusá-lo de usar o dispositivo feito para duplicar assinaturas e comumente usados por celebridades para distribuição de produtos autografados.

"Se você observar, ele assina com auto pen", disparou. "São documentos importantes, você tem orgulho de assiná-los", mas "quase tudo foi assinado com auto pen". "Nunca deveria ter acontecido", finalizou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, devem conversar nesta terça-feira, 18, sobre as negociações pelo fim da guerra na Ucrânia. A discussão tratará da divisão de "certos ativos", como terras e usinas de geração de energia.

"Veremos se temos algo a anunciar talvez até terça-feira. Falarei com o presidente Putin na terça-feira", disse Trump a repórteres em coletiva a bordo do Air Force One durante um voo da Flórida, onde mora, para Washington, na noite do domingo, 16.

"Muito trabalho foi feito no fim de semana. Queremos ver se podemos dar um fim a essa guerra", continuou. A nova conversa entre os dois líderes nesta semana foi revelada pelo enviado especial da Casa Branca à Ucrânia, Steve Witkoff, no domingo.

O enviado disse que teve uma reunião positiva com Putin na semana passada que durou de três a quatro horas. Apesar de não dar detalhes da conversa, Witkoff afirma que ambos os lados "diminuíram as diferenças entre eles".

A Ucrânia já concordou em apoiar o cessar-fogo proposto pelos EUA. Mas o presidente Volodmir Zelenski acusa Putin de atrasar propositalmente as negociações enquanto tenta prender as forças ucranianas para melhorar sua posição nas discussões de cessar-fogo. (Com informações de agências internacionais).