Bolsonaro critica postura política de Tarcísio de Freitas: 'Não está tudo certo'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 16, que a sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) está estremecida e criticou a postura política do seu ex-ministro. "Não, não está tudo certo. Eu não mando no Tarcísio. É um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas", disse em entrevista à Rádio Gaúcha.

A reforma tributária foi o ápice das discordâncias entre os dois. Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e se elegeu governador como candidato do ex-presidente, apoiou a reforma desde o começo da tramitação e tentou persuadir o antigo chefe a acompanhá-lo.

Por outro lado, Bolsonaro se empenhou até o fim pela rejeição da proposta. O Estadão flagrou mensagens enviadas pelo ex-presidente durante a sessão de votação no Senado, pedindo aos parlamentares que fossem contra a proposta. A PEC da reforma tributária foi aprovada por 53 a 24 na Casa, nos dois turnos de votação.

Na entrevista desta quinta, Bolsonaro disse que "jamais faria certas coisas que ele (Tarcísio) faz com a esquerda", mas reconheceu que, como governador, ele "depende do governo federal" e "não pode se afastar".

Questionado sobre a foto tirada ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ex-presidente disse que não repetiria o gesto. "Eu não tiraria. Aí eu sou radical. O que que eu tenho com o Haddad? O que que eu tenho com o pior prefeito da história de São Paulo? Eu fiz minha parte e tentei derrubar a reforma tributária no Senado", disse Bolsonaro.

A relação de Tarcísio com o ex-presidente e seu clã tem sido atravessada por discordâncias e conflitos. O governador tem sido emparedado por aliados mais radicais de Bolsonaro, que cobram fidelidade do ex-ministro.

O apagão que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia na Grande São Paulo no último dia 3 provocou uma onda de críticas ao governador - a Enel, que fornece energia, foi privatizada em 2018, e hoje Tarcísio trabalha para privatizar a Sabesp, a companhia de saneamento básico. Fábio Wajngarten, assessor pessoal de Bolsonaro, usou o momento para criticar abertamente a desestatização da Sabesp.

Paralelamente, aliados do ex-presidente prometeram levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) informações que podem influenciar o ministro André Mendonça a decidir contra a privatização da Sabesp. Ele é o relator de uma ação do PSOL sobre o assunto e também teve uma discordância com Tarcísio, por causa de uma indicação para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

No plano da eleição municipal de 2024, Bolsonaro vive um vaivém com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), com quem tenta construir uma aliança enquanto o PL aposta em outras alternativas - como o senador Marcos Pontes (PL-SP), que chegou a ser apresentado como pré-candidato da sigla. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que também foi ministro de Bolsonaro, voltou a citar sua pré-candidatura, mesmo que tenha que sair por outro partido - sem minar sua fidelidade ao ex-presidente.

Tarcísio tem se firmado ao lado de Nunes, que disputa o primeiro lugar nas intenções de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Os dois estiveram juntos nesta quarta, 15, na inauguração de uma nova sede da Assembleia de Deus em Belém, na zona leste da capital paulista. Além de firmar o vínculo entre os dois, o gesto é um aceno ao eleitorado evangélico, em que a esquerda tem menos inserção.

Apesar das rusgas, Tarcísio não bate de frente com o ex-presidente. No último dia 9, ele sancionou um projeto de lei, proposto por ele próprio, que anistia multas por falta de uso de máscara durante a pandemia da covid-19. Bolsonaro é beneficiário direto da medida, pois deve R$ 1,1 milhão aos cofres públicos do Estado de São Paulo por não ter usado máscara em cinco ocasiões durante a pandemia.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.