Sem citar ataque do Hamas, Janja pede trégua em Gaza em evento com mulheres de Maduro e Erdogan

Política
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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, defendeu o cessar-fogo "imediato" do conflito na Faixa de Gaza em mensagem enviada ao encontro promovido pela primeira-dama da Turquia, Emine Erdogan. No vídeo, Janja condena a morte de mulheres e crianças no enclave palestino, mas sem mencionar o ataque terrorista do Hamas contra Israel. O evento também contou com Cilia Flores, mulher do ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

"Jamais imaginei que depois da 2ª Guerra e de todos os seus horrores, nós teríamos que assistir a um massacre de bebês, de crianças e jovens. É intolerável", afirma a brasileira. "Se aprofunda a cada dia a necessidade de um cessar-fogo imediato e abertura dos corredores humanitários para entrada de medicamentos e alimentação. E mais urgente ainda é o fim do conflito", acrescentou.

Janja foi convidada para o encontro de primeiras-damas em Istambul, chamado "Todos Pela Paz na Palestina", mas afirma que não pode comparecer presencialmente. O vídeo enviado a Turquia foi compartilhado por ela nas redes sociais.

O documento final do encontro, que não foi assinado por Janja, também condena e violência em Gaza e pede por cessar-fogo, mas não cita o ataque do Hamas. "O massacre de mais de 11 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, na tragédia em Gaza desde 7 de outubro constitui uma das mais graves violações da lei internacional", diz o texto.

No encontro, estiveram presentes representantes do Catar, Senegal, Malásia, Uzbequistão, Congo, Bangladesh, Bósnia e Herzegovina, Líbano, Escócia, Líbia, Emirados Árabes Unidos e Egito. Além de uma representante especial palestina.

Assim como Janja, a primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, também participou apenas por vídeo. A mulher do ditador Nicolás Maduro, por sua vez, caracterizou o conflito em Gaza como "genocídio". "Vemos as vítimas em Gaza, vemos a morte de crianças, mulheres, idosos... Vemos as vítimas civis saindo das suas casas destruídas, mas sem ter como deixar a cidade porque eles estão em uma prisão a céu aberto", acrescentou, segundo relato da agência estatal turca Anadolu.

Turquia acusa Israel de cometer crimes de guerra

Em um tom acima do que foi adotado pelo documento final do encontro, a anfitriã Emine Erdogan pediu a condenação de Israel pelo que chamou de "Holocausto" na Palestina.

"Peço que todos os membros relevantes do Estado de Israel sejam processados perante o Tribunal Penal Internacional por todos os crimes de guerra que cometeram. Acredito que aqueles que afirmam que o holocausto pós-moderno na Palestina é uma manifestação do direito à autodefesa devem ser igualmente responsabilizados", disse a primeira-dama turca no encontro.

Na mesma linha, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem acusado Israel de cometer crimes de guerra na Faixa de Gaza e já chamou Israel de "Estado terrorista". Enquanto o Hamas, na visão de Ancara, é considerado um movimento de "libertação".

As declarações recentes levaram Israel a convocar o embaixador na Turquia. Os dois países tem um passado tenso e já chegaram a cortar relações diplomáticas nos últimos anos.

A guerra que se arrasta desde o dia 7 de outubro deixou mais de 11 mil mortos do lado palestino, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. A invasão israelense é uma resposta ao ataque dos terroristas, que mataram 1.200 pessoas e arrastaram cerca de 240 para o enclave como reféns.

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Mais 135 brasileiros repatriados dos Estados Unidos chegaram neste sábado, 15, ao País. Em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o quarto voo com imigrantes deportados desde o começo do ano pousou em Fortaleza e depois desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Minas Gerais costumava ser o destino dos voos com deportados dos Estados Unidos, mas o governo decidiu mudar a rota para reduzir o tempo que os brasileiros passam algemados depois que o tratamento dado aos imigrantes abriu uma crise diplomática entre Brasília e Washington. As algemas foram retiradas já na parada em Fortaleza.

De volta à Casa Branca, Donald Trump fechou o certo contra os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e intensificou as prisões como parte da operação para deportação em massa. Estima-se que 230 mil brasileiros estão em situação irregular nos Estados Unidos. Desses, 38 mil estão sob ordem de deportação, sem possibilidade de recurso.

No primeiro voo de deportação da era Trump, as imagens de brasileiros algemados em território nacional e as denúncias de maus tratos por parte das autoridades americanas levaram o governo a pedir explicações sobre o tratamento considerado degradante.

Depois do episódio, o chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, pediu desculpas em reunião a portas fechadas. E autoridades dos dois países se reuniram para discutir os próximos voos com deportados.

José Maria Ferreira da Costa, um dos deportados, afirmou que a tentativa de imigrar para os Estados Unidos não valeu a pena. Ele ficou detido por quatro meses após cruzar a fronteira. "A gente nos Estados Unidos é tratado muito mal dentro da prisão. Passa muita fome, é muito maltratado. É uma situação muito desagradável para um pai de família, uma mãe de família, com suas crianças. Não desejo para ninguém", relatou no desembarque em Minas Gerais.

Em Fortaleza, os deportados receberam os primeiros atendimentos antes de seguir para Minas Gerais, origem de boa parte dos imigrantes. A operação envolve os ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública e Defesa, além da Polícia Federal.

De acordo com o governo brasileiro, os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar os documentos e apoio logístico para retornar a suas cidades de origem. No aeroporto de Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição dos deportados.

Com o voo deste sábado, o total de repatriados dos Estados Unidos desde o começo do ano chega a 498, segundo informações do governo. O País tem recebido deportados com frequência desde 2018, em acordo com os EUA para reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos por imigração ilegal.

Dentre os deportados, dois foram presos pela Polícia Federal já na parada em Fortaleza por estarem com mandado de prisão em aberto no Brasil: um, de Rondonópolis (MT), foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma; outro, de Contagem (MG), cometeu um roubo e havia fugido da prisão.

Uma forte tempestade atingiu várias regiões dos Estados Unidos neste fim de semana, provocando tornados, incêndios e ventos extremos. Pelo menos 17 pessoas morreram e centenas de casas foram destruídas. O Estado mais afetado foi o Missouri, onde 11 mortes foram confirmadas após tornados durante a madrugada deste sábado, 15. Em Arkansas, três pessoas morreram e 29 ficaram feridas em oito condados. No Texas, três pessoas morreram em colisões causadas por uma tempestade de poeira.

Os ventos chegaram a 130 quilômetros por hora, causando incêndios em Oklahoma, Texas, Kansas, Missouri e Novo México. Mais de 130 focos de fogo foram registrados apenas em Oklahoma, onde 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt afirmou que 266 mil hectares já foram queimados. Em Texas e Oklahoma, milhares de pessoas ficaram sem energia após os ventos derrubarem linhas de transmissão e tombarem caminhões em rodovias.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas para tornados, incêndios e nevascas. Em Estados do norte, como Minnesota e Dakota do Sul, a previsão é de nevascas com ventos de 100 quilômetros por hora e acúmulo de até 30 centímetros de neve. Fonte: Associated Press.

Os bombardeios americanos contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen mataram pelo menos nove civis e feriram outros nove em Sanaa, capital do país, segundo informou neste sábado, 15, Anees al-Asbahi, porta-voz do ministério da saúde controlado pelo grupo.

Imagens que circulam na internet mostram colunas de fumaça preta sobre a área do complexo do aeroporto de Sanaa, que inclui uma extensa instalação militar. Moradores relataram que pelo menos quatro ataques aéreos atingiram o bairro Eastern Geraf, no distrito de Shouab, ao norte da capital. "As explosões foram muito fortes", disse Abdallah al-Alffi, morador da região. "Foi como um terremoto."

Nasruddin Amer, vice-chefe do escritório de mídia dos houthis, afirmou que os bombardeios não vão dissuadir o grupo, que promete retaliar contra os Estados Unidos. "Sanaa continuará sendo o escudo e o apoio de Gaza e não a abandonará, não importam os desafios", acrescentou em mensagem nas redes sociais.

O presidente Donald Trump anunciou a operação enquanto passava o dia no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida. O ataque foi realizado exclusivamente pelos EUA, segundo uma autoridade americana, sem participação de Israel ou do Reino Unido, países que também já bombardearam alvos houthis no passado.

A operação ocorre poucos dias depois de os houthis anunciarem que retomariam ataques contra embarcações israelenses em águas próximas ao Iêmen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Segundo o grupo, as ameaças valem para o Mar Vermelho, o Golfo de Áden, o Estreito de Bab el-Mandeb e o Mar Arábico.

O escritório de mídia dos houthis afirmou que os ataques americanos atingiram "um bairro residencial" no distrito de Shouab. Para os houthis, as agressões elevam seu perfil em um momento em que enfrentam problemas econômicos e intensificam a repressão aos dissidentes e trabalhadores humanitários em meio à guerra civil que há uma década desestrutura o país mais pobre do mundo árabe.

Os bombardeios acontecem duas semanas após Trump enviar uma carta aos líderes iranianos oferecendo um caminho para retomar conversas bilaterais sobre o programa nuclear do Irã. Ao mesmo tempo, o presidente americano adotou uma postura mais dura ao reinstituir a designação de "organização terrorista estrangeira" para os houthis e prometeu responsabilizar Teerã pelas ações do grupo rebelde, como parte de sua estratégia de "pressão máxima" contra o regime iraniano. Fonte: Associated Press.