Palestra de Dallagnol na UFPR é cancelada; ex-procurador diz que foi censurado

Política
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O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) teve uma palestra cancelada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), após membros do movimento estudantil pressionarem a instituição para impedir a participação de Dallagnol no evento na Faculdade de Direito da instituição. O ex-parlamentar afirmou ser alvo de censura.

A UFPR afirmou ao Estadão que a reserva do espaço na universidade não havia sido efetuado pelo órgão responsável da instituição e que os organizadores não haviam cumprido os requisitos para a palestra.

O evento intitulado "Voz e Vez: A Liberdade de Expressão e Processo Penal", foi marcado para as 19h20 desta sexta-feira, 17, mas foi cancelado nesta quinta-feira, 16, pela Direção do Setor de Ciências Jurídicas da instituição.

O ex-deputado diz que foi censurado pela universidade. Segundo Deltan Dallagnol, não é possível debater ideias na UFPR porque a "esquerda tomou conta" da instituição. "O autoritarismo e a fiscalização do pensamento têm encontrado adeptos em todos os lugares e fico decepcionado ao ver isso", afirmou.

"A UFPR é a faculdade onde estudei e me formei em Direito. Além disso, a universidade é o ambiente por excelência de respeito à pluralidade e à diversidade de ideias. Assim, os verdadeiros fascistas são aqueles que tentam calar as vozes de quem é de direita. É absurdo pensar que a universidade tenha barrado e censurado justamente uma palestra em que eu falaria sobre liberdade de expressão", disse Deltan Dallagnol.

Movimento estudantil fez pressão e comemorou cancelamento de palestra

O evento com a participação do ex-deputado começou a ser divulgado nas redes sociais no início desta semana, o que levou o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPR e outros movimentos estudantis a pedirem o cancelamento da palestra.

O DCE marcou um ato na universidade para começar uma hora antes do início do evento, com uma postagem no Instagram exortando os estudantes a "expulsarem o fascista da UFPR".

Após o anúncio do cancelamento, o DCE da UFPR publicou no Instagram uma nota onde comemorou a decisão da universidade e classificou o cancelamento da palestra como uma vitória do coletivo. Segundo o diretório, eles estiveram em contato com a administração da instituição para tentar "encontrar uma maneira de barrar a realização" do evento.

"Essa é mais uma vitória do movimento estudantil e todo o campo progressista, democrático e popular da nossa instituição. Continuemos atentos! Aqueles que diariamente atacam as instituições públicas de ensino amam utilizá-las de palanque político para espalhamento do ódio", disse o DCE da UFPR.

No X (antigo Twitter), o Novo afirmou que "o cancelamento do evento é um absurdo e revela mais uma tentativa de calar vozes da direita". "O Novo segue vigilante para garantir a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias em nossas universidades. Chega de dominação esquerdista!", afirmou o partido.

Justiça paranaense não enxerga censura em cancelamento de palestra

O ex-vereador de Curitiba Rodrigo Marcial (Novo) apresentou uma medida de segurança no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para que a UFPR possibilitasse a realização do evento nesta sexta-feira ou em alguma data posterior. O pedido foi indeferido pelo tribunal na noite desta sexta-feira, 17.

Segundo a Justiça, a UFPR não teve tempo hábil para garantir a segurança dos estudantes e de Dallagnol na palestra. "Verifica-se, nesses termos, que a negativa de autorização em discussão apresentou fundamentação razoável, não sendo possível concluir, pelos elementos constantes dos autos, que seja decorrente de ato de censura ou cerceamento da liberdade de expressão", afirmou o TJ-PR.

UFPR disse que Deltan não efetuou reserva de espaço

Em nota enviada ao Estadão, a UFPR afirmou que a reserva do espaço na Faculdade de Direito não havia sido efetuado pelo órgão responsável da instituição. Segundo a universidade, seria necessário que um professor realizasse a solicitação, o que não teria sido feito pelos organizadores da palestra.

"O setor de Ciências Jurídicas não recebeu confirmação por parte do docente da faculdade que fez a solicitação inicial, dando conta de que se responsabilizaria pelo evento e de que acompanharia o desenvolvimento do mesmo. Temos, então, que o evento em questão foi anunciado por supostos organizadores sem que houvesse autorização ou confirmação por parte da direção do setor de Ciências Jurídicas de reserva nem do Salão Nobre nem de outra sala do setor", disse a UFPR.

Marcial nega que a solicitação tenha sido feita sem cumprir os requisitos feitos pela UFPR, argumentando que havia uma professora que se prontificou a acompanhar o evento. A docente confirmou o interesse ao Estadão, mas não quis se identificar com receio de retaliação, segundo ela.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.