Sidebar

30
Qua, Abr
222 Noticias Novas

Lula diz que conversar com Centrão é normal e que governo não é 'dono da verdade'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 22, que é normal conversar com o Centrão e que pensar o contrário é "uma coisa atrasada". Ele deu a declaração em cerimônia sobre o Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto.

"Habitualmente eu ouço dizer assim: o presidente Lula conversou com o Centrão; o Centrão exigiu do presidente Lula tal coisa; o presidente Lula fez não sei das quantas. Uma coisa tão atrasada... porque não existe possibilidade de você exercer uma governança democrática se você não conversar com as pessoas", declarou o presidente da República.

"Eu preciso conversar com governadores, eu preciso conversar com prefeitos, eu preciso conversar com deputados federais, não importa de que partido sejam eles, eu preciso conversar com senadores, não importa de que partidos sejam eles", disse o petista.

O governo Lula alterna momentos de proximidade com o Congresso, principalmente na pauta econômica, e momentos de desgaste. O presidente da República é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas não do chefe da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Um motivo de tensão atualmente é a portaria do Ministério do Trabalho que limita jornadas aos domingos e feriados. Deputados ameaçam votar para derrubar a norma ainda nesta quarta.

"É preciso que a gente estabeleça nesse país a criação de uma cultura em que as pessoas entendam como normal a necessidade de conversar", afirmou Lula. Ele também disse que não há problemas em o Congresso alterar propostas do Executivo, e que tem mais 3 anos de governo em que a convivência com outros setores políticos deve ser madura, sem ninguém precisar ceder em suas convicções.

"Muitas vezes uma emenda ajuda a melhorar. Muitas vezes uma emenda não atende ao que a gente queria, mas paciência, nós não somos os donos da verdade", disse o presidente. Ele também disse que se os governos federal, dos Estados e dos municípios trabalharem juntos seria possível zerar o déficit habitacional do Brasil.

Lula deu as declarações em discurso na cerimônia de anúncio da primeira seleção de propostas para o novo programa Minha Casa, Minha Vida. Os projetos são da faixa 1 do programa, para famílias com renda de até dois salários mínimos - ou seja, R$ 2.640 nos valores atuais. O governo planeja construir 187,5 mil novas unidades do tipo em 560 municípios.

Além disso, foi assinado um protocolo de intenções com a Academia Brasileira de Letras para criar um acervo de livros provenientes de doações. A ideia é incluir salas de leitura ou bibliotecas nas obras do Minha Casa, Minha Vida. O governo também lançou o edital do Prêmio Minha Casa, Minha Vida, que visa estimular sustentabilidade e inovações nos projetos do programa.

Além de Lula, também compareceram à solenidade ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, e o presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção, Renato Correia. Também compareceu o presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira - ele também é colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews.

Em outra categoria

Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."