Em vitória provisória de Lula, Kassio adia votação sobre indicações políticas nas estatais

Política
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O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira, 23, o julgamento sobre indicações políticas para cargos de chefia em empresas estatais. A decisão é considerada uma vitória para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto o STF não concluir a votação, vale a liminar do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, que abriu caminho a nomeação de políticos nas empresas públicas.

O julgamento foi suspenso por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Kassio Nunes Marques. "Me comprometendo a trazer na maior brevidade possível, eu peço vista dos autos para melhor analisar e tentar amadurecer e refletir um pouco mais", justificou.

Não há data para a retomada da votação. Nunes Marques tem 90 dias para liberar processo para julgamento, ou a ação entra automaticamente na fila para ser incluída na pauta. Os prazos, no entanto, ficam suspensos no recesso de final de ano.

Os ministros analisam uma ação movida pelo PCdoB contra trechos da Lei das Estatais, promulgada em 2016, que restringiu as nomeações políticas para cargos de administração e diretoria de empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias.

Se o STF decidir que a legislação é constitucional, o presidente precisará rever indicações no Banco do Brasil, Banco do Nordeste e na Petrobras, por exemplo.

O julgamento foi retomado com o voto do ministro André Mendonça, que abriu divergência em relação a Lewandowski e defendeu a validade da Lei das Estatais. Ele argumentou que a legislação ajudou a "construir boa governança na administração pública". Com o voto, o placar está empatado.

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Moscou vê progresso nas negociações com os Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia. Em entrevista à CBS News neste domingo, 27, Lavrov elogiou a atuação do presidente Donald Trump, afirmando que ele "reconheceu a necessidade de abordar as causas profundas" do conflito e está promovendo um diálogo baseado no "equilíbrio de interesses".

Lavrov reforçou que a Rússia está "pronta para buscar um acordo" e destacou que os contatos diplomáticos seguem em andamento. Ele, no entanto, evitou revelar detalhes: "Negociações sérias não se fazem pelo microfone", afirmou, acrescentando que qualquer anúncio só será feito ao final do processo.

Sobre a questão iraniana, Lavrov declarou que Moscou "saúda o diálogo" entre os EUA e o Irã e "está pronta para ajudar" se ambas as partes julgarem conveniente. "Eles sabem que podem contar com a nossa colaboração", afirmou. O ministro evitou comentar se a Rússia estaria disposta a armazenar novamente material nuclear iraniano, mas ressaltou que Moscou vê com bons olhos a retomada da comunicação entre Washington e Teerã.

Questionado sobre a ameaça de Trump de impor tarifas adicionais ao petróleo russo caso não haja acordo, Lavrov minimizou a pressão. "Estamos concentrados nas negociações reais. Não baseamos nossa diplomacia em slogans ou ameaças públicas", afirmou.

Lavrov também criticou a cultura política americana, dizendo que "nos Estados Unidos, cria-se tensão em torno das expectativas", o que, segundo ele, dificulta o avanço de negociações diplomáticas. "Concentramos nossos esforços nos fatos, não em cenários de fracasso ou vitória", disse.

Um homem suspeito de matar um general russo com uma bomba se declarou culpado de acusações de terrorismo e disse que foi pago pelo Serviço de Segurança da Ucrânia, informaram as autoridades russas neste domingo, 27.

O Comitê Investigativo disse que Ignat Kuzin admitiu ter sido pago para matar o tenente-general Yaroslav Moskalik, vice-chefe do principal departamento operacional do Estado-Maior das forças armadas russas.

Moskalik foi morto na sexta-feira, 25, por uma bomba em seu carro em Balashikha, nos arredores de Moscou.

As autoridades ucranianas não comentaram o ataque, o segundo em quatro meses que teve como alvo um alto oficial militar russo e que Moscou atribuiu à Ucrânia em meio ao conflito entre os países vizinhos.

O tenente-general Igor Kirillov foi morto em 17 de dezembro de 2024, quando uma bomba escondida em uma scooter elétrica estacionada do lado de fora de seu prédio explodiu no momento em que ele saía para seu escritório. A agência de segurança da Ucrânia reconheceu que estava por trás do ataque.

Kirillov era o chefe das Forças de Proteção contra Radiação, Biologia e Química da Rússia, as tropas especiais encarregadas de proteger os militares do uso de armas nucleares, químicas ou biológicas pelo inimigo e garantir operações em um ambiente contaminado.

O assistente de Kirillov também morreu no ataque. Kirillov estava sob sanções de vários países, incluindo o Reino Unido e o Canadá, por suas ações nos combates na Ucrânia.

Um motorista atropelou uma multidão durante um festival de rua em Vancouver, no Canadá, na madrugada deste domingo, 27 (pelo horário de Brasília). A polícia local confirmou que há pelo menos nove mortos, mas não informou ainda o número de feridos.

O motorista está sob custódia. O suspeito é um homem 30 anos e cidadão de Vancouver; ele foi preso no local.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram pessoas e destroços espalhados por uma longa rua. Um SUV preto com a parte frontal amassada podia ser visto em fotos do local.

O incidente ocorreu enquanto membros da comunidade filipina se reuniam para celebrar o Dia de Lapu Lapu, festival que homenageia um líder anticolonial filipino do século XVI.

O prefeito de Vancouver, Ken Sim, lamentou a situação. "Confirmamos que há vários mortos e feridos. Nossos pensamentos estão com todos os afetados e com a comunidade filipina de Vancouver neste momento incrivelmente difícil", escreveu Sim em publicação no X.

A polícia de Vancouver descarta "de momento" que o atropelamento tenha sido um ato terrorista.

"De momento, estamos convencidos de que este incidente não foi um ato terrorista", publicou a polícia da cidade na rede social X.

Carro acelerou, as pessoas corriam e gritavam

James Cruzat, um empresário de Vancouver, estava no evento e ouviu um carro acelerar o motor e depois "um barulho alto, como um estouro forte", que inicialmente pensou que poderia ser um tiro.

"Vimos pessoas na rua chorando, outras corriam, gritavam ou até pediam ajuda. Então tentamos ir até lá só para verificar o que realmente estava acontecendo, até que encontramos alguns corpos no chão. Alguns estavam sem vida, e outros, feridos", disse Cruzat.

"Foi terrível ver esse tipo de incidente, essa situação. Foi de partir o coração", disse Cruzat. "Eu nem conseguia imaginar que realmente estava acontecendo na vida real, porque normalmente vemos isso na televisão ou nos filmes. Mas quando você está naquele tipo de situação, realmente foi chocante. Você meio que não conseguia pensar muito bem. Não conseguia fazer nada além de rezar por eles."

Vancouver tinha mais de 38.600 residentes de ascendência filipina em 2021, o que representava 5,9% da população total da cidade, de acordo com a Statistics Canada, a agência que realiza o censo nacional.

Festival homenageia chefe indígena filipino que lutou contra colonizadores

O Dia de Lapu Lapu comemora Datu Lapu-Lapu, um chefe indígena que enfrentou os colonizadores espanhóis que chegaram às Filipinas no século XVI.

Os organizadores do evento em Vancouver disseram que ele "representa a alma da resistência nativa, uma força poderosa que ajudou a moldar a identidade filipina frente à colonização".

Políticos canadenses expressam solidariedade

O primeiro-ministro, Mark Carney, e outros políticos canadenses importantes publicaram mensagens expressando choque pela violência, condolências às vítimas e apoio à comunidade que celebrava sua herança cultural no festival.

"Ofereço minhas mais profundas condolências aos entes queridos dos falecidos e feridos, à comunidade filipino-canadense e a todos em Vancouver. Estamos de luto com vocês. Estamos monitorando a situação de perto e agradecemos aos nossos socorristas pela rápida ação", escreveu Carney.

"Enquanto esperamos para saber mais, nossos pensamentos estão com as vítimas e suas famílias, e com a comunidade filipina de Vancouver, que se reunia hoje para celebrar a resiliência", escreveu Jagmeet Singh, líder do Novo Partido Democrático, que havia estado no festival mais cedo naquele dia.

"Meus pensamentos estão com a comunidade filipina e todas as vítimas deste ataque sem sentido. Obrigado aos serviços de emergência que estão na cena enquanto esperamos para saber mais", escreveu Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador.

David Eby, o primeiro-ministro da Colúmbia Britânica, a província onde Vancouver está localizada, disse que estava chocado e com o coração partido. "Estamos em contato com a cidade de Vancouver e forneceremos qualquer apoio necessário", escreveu Eby.

(Com agências internacionais)