'Ódio, mentiras e golpismo nunca mais', afirma Barroso em ato sobre o 8 de janeiro

Política
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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira, 8, em ato pró-democracia que marca um ano dos ataques de 8 de janeiro, que deseja "que todos os brasileiros - liberais, progressistas e conservadores - possam se unir em torno dos denominadores comuns da Constituição". "Ódio, mentiras e golpismo nunca mais", declarou.

Barroso repetiu que o ataque não foi "fato isolado ou mero acidente de percurso, foi meticulosamente preparado".

"O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas a seus integrantes, disseminação de ódio e mentiras", disse Barroso. "Passamos a ser mal vistos globalmente, um Brasil que deixou de ser Brasil."

Apesar disso, destacou Barroso, "as instituições venceram e a democracia prevaleceu".

De acordo com o ministro, a reação da sociedade e das instituições mostrou que "já superamos os ciclos do atraso" e que "já não há espaço para quarteladas ou descumprimento das regras do jogo".

Mistura entre ódio e religião

O presidente do Supremo voltou a falar que o que mais o impressionou foi a mistura entre ódio e religião nos atos golpistas.

"Que desencontro espiritual pode ser esse, que não é capaz de mínima distinção entre o bem e o mal, que tipo de inspiração terá empurrado essas pessoas para uma ribanceira moral?, questionou. "A violência, intolerância e extremismo só levam à decadência e à infelicidade", prosseguiu o ministro.

E declarou: "O futuro por aqui se atrasou, mas ainda está no horizonte. Que o momento de tristeza, de desalento e de destruição do dia 8 de janeiro de 2023 marque, também, o início de uma nova era."

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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 2, novas sanções contra uma rede de facilitadores financeiros e operadores de suprimentos dos houthis, grupo rebelde do Iêmen, acusados de adquirir armas e commodities da Rússia, incluindo grãos roubados da Ucrânia, segundo comunicado divulgado pelo governo. A ação visa Said al-Jamal, alto funcionário houthi apoiado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e seus colaboradores.

"Os houthis dependem de Said al-Jamal e sua rede para obter bens essenciais que abastecem sua máquina de guerra terrorista", afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. "Esta medida reforça nosso compromisso em reduzir a capacidade do grupo de ameaçar a região com atividades desestabilizadoras".

Segundo o comunicado, os Houthis têm usado mísseis, drones e minas navais para atacar embarcações comerciais no Mar Vermelho, colocando em risco a navegação global. Os ataques, incentivados pelo Irã, já causaram mortes de civis e milhões em prejuízos.

A rede sancionada inclui os empresários afegãos Hushang e Sohrab Ghairat, localizados na Rússia, que ajudaram, segundo o governo americano, a orquestrar o envio de grãos ucranianos roubados da Crimeia para o Iêmen no navio Am Theseus, de bandeira russa. A empresa Hong Kong AM Asia M6 Ltd, proprietária da embarcação, e seus capitães russos, Vyacheslav Vidanov e Yuri Belyakov, também foram alvos das sanções.

Além disso, o Tesouro identificou oito carteiras de criptomoedas usadas pelos houthis para transferir fundos. O turco-iraniano Hassan Jafari, acusado de lavar milhões em dólares para a rede, também foi incluído na lista de sanções.

Equipes de resgate retiraram dois homens com vida dos escombros de um hotel na capital de Mianmar nesta quarta-feira, 2, e um terceiro de uma pousada em outra cidade, cinco dias após o terremoto de magnitude 7,7. No entanto, a maioria das equipes está encontrando apenas corpos, e crescem as preocupações de que os contínuos ataques militares contra forças de resistência possam comprometer os esforços de socorro.

O terremoto atingiu a região ao meio-dia da última sexta-feira, 28, derrubando milhares de edifícios, colapsando pontes e destruindo estradas. O número de mortos subiu para 2.886 nesta quarta-feira, com outros 4.639 feridos, segundo a emissora estatal MRTV. Relatórios locais sugerem números ainda mais altos.

O terremoto ocorreu em meio à guerra civil em Mianmar, agravando uma crise humanitária já severa. Antes do desastre, mais de 3 milhões de pessoas já haviam sido deslocadas de suas casas e quase 20 milhões necessitavam de assistência, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Duas das principais forças armadas de resistência que lutam contra o governo militar, que tomou o poder em 2021 do governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi, anunciaram cessar-fogo para facilitar a resposta humanitária ao terremoto. No entanto, os militares não interromperam seus ataques.

"Mais uma vez, eles estão colocando a sobrevivência do regime acima dos interesses do povo, mesmo em um momento de calamidade", disse Richard Horsey, assessor sênior para Mianmar do Crisis Group.

Resgate dramático na capital

Na capital, Naypyitaw, uma equipe de resgate turca e local utilizou uma câmera endoscópica para localizar Naing Lin Tun em um andar inferior do hotel danificado onde ele trabalhava. Eles o retiraram cuidadosamente através de um buraco aberto com uma britadeira e o colocaram em uma maca quase 108 horas após ele ter ficado preso.

Sem camisa e coberto de poeira, ele parecia fraco, mas consciente, em um vídeo divulgado pelo Corpo de Bombeiros local, enquanto recebia soro intravenoso antes de ser levado para atendimento.

A emissora estatal MRTV informou mais tarde que outro homem foi resgatado do mesmo prédio mais de 121 horas após o terremoto. Ambos tinham 26 anos.

Outro homem foi resgatado por equipes da Malásia e de Mianmar de uma pousada desmoronada no município de Sagaing, próximo ao epicentro do terremoto, perto da segunda maior cidade do país, Mandalay.

O terremoto também foi sentido na vizinha Tailândia, causando o colapso de um prédio de grande altura em construção em Bangcoc. Um corpo foi retirado dos escombros na madrugada de quarta-feira, elevando o número de mortos em Bangcoc para 22, com 35 feridos, a maioria no local da construção.

Militares rejeitam cessar-fogo

A Aliança dos Três Irmãos, uma das poderosas milícias que tomaram uma grande parte do país do controle militar, anunciou um cessar-fogo unilateral de um mês na terça-feira, 1º, para facilitar a resposta humanitária.

O Governo de Unidade Nacional, formado por parlamentares depostos em 2021, já havia convocado um cessar-fogo para suas forças. Essas declarações colocaram pressão sobre o governo militar para seguir o mesmo caminho, disse Morgan Michaels, analista do International Institute of Strategic Studies em Cingapura, que gerencia o projeto Myanmar Conflict Map.

No entanto, o chefe do governo militar de Mianmar, o General Sênior Min Aung Hlaing, rejeitou até agora a ideia de um cessar-fogo.

Ajuda internacional

Diversos países prometeram milhões em assistência para ajudar Mianmar e organizações humanitárias no enorme desafio de reconstrução.

A Austrália anunciou na quarta-feira, dia 1º, que fornecerá mais US$ 4,5 milhões, além dos US$ 1,25 milhão já comprometidos, e enviou uma equipe de resposta rápida ao país.

A Índia enviou aviões com ajuda e dois navios da Marinha com suprimentos, além de cerca de 200 socorristas.

Outros países também enviaram equipes:

- China: 270 pessoas;

- Rússia: 212 pessoas;

- Emirados Árabes Unidos: 122 pessoas.

Uma equipe de três pessoas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) chegou na terça-feira para avaliar como responder, diante dos cortes no orçamento de ajuda externa dos EUA. Washington anunciou que fornecerá US$ 2 milhões em assistência emergencial.

Extensão da devastação ainda é incerta

Até agora, a maioria das informações vem de Mandalay (próxima ao epicentro) e Naypyitaw (cerca de 270 km ao norte de Mandalay). Muitas áreas estão sem energia elétrica, telefone ou conexões móveis, além de serem de difícil acesso por estrada. No entanto, novos relatos começam a surgir.

No município de Singu, cerca de 65 km ao norte de Mandalay, 27 mineiros de uma mina de ouro morreram devido ao desmoronamento de uma caverna, segundo a Democratic Voice of Burma.

Na região do Lago Inle, a nordeste da capital, muitas pessoas morreram quando casas construídas sobre estacas na água colapsaram durante o terremoto, segundo o jornal Global New Light of Myanmar, que não forneceu números exatos.

Os republicanos conquistaram as duas cadeiras da Câmara da Flórida uma eleição especial nesta terça-feira, 1, derrotando seus adversários democratas.

Jimmy Patronis venceu no 1º Distrito Congressional da Flórida, apoiado pelo endosso do presidente Donald Trump para preencher a vaga. Patronis, o diretor financeiro do estado, concorreu contra a democrata Gay Valimont. Ele ocupará a vaga no noroeste do estado deixada pelo ex-deputado Matt Gaetz, que foi escolhido para ser o procurador-geral de Trump, mas desistiu de concorrer em meio a alegações de má conduta sexual.

Mais cedo, o senador estadual republicano Randy Fine conseguiu o assento no 6º Distrito Congressional do estado, derrotando o democrata Josh Weil.

"As duas cadeiras da Câmara da Flórida foram conquistadas, em grande escala, pelos candidatos republicanos. O apoio de Trump, como sempre, provou ser muito maior do que as forças do mal dos democratas. Parabéns América!!!", escreveu o presidente no Truth Social.

*Com informações da Associated Press