Em discurso no ato sobre 8 de janeiro, Moraes defende regulamentação das redes sociais

Política
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, defendeu nesta segunda-feira, 8, durante ato no Congresso que marca um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro, a regulamentação das redes sociais para evitar manipulações políticas que culminaram nos atos ocorridos há um ano. De acordo com o magistrado, o "maléfico e novo populismo digital extremista" evoluiu nos métodos utilizados por nazismo e fascismo.

"Hoje também é o momento de olharmos para o futuro e reafirmamos a urgente necessidade de neutralização de um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista", disse Moraes, durante o seu discurso.

O ministro afirmou que as recentes inovações de tecnologia de informação e o acesso universal às redes sociais, com crescimento das chamadas big techs e ampliação do uso da inteligência artificial, potencializaram a desinformação fraudulenta e intensificaram os discursos de ódio.

"A ausência de regulamentação e inexistente responsabilização das plataformas somadas à falta de transparência na utilização da inteligência artificial e dos algoritmos tornaram os usuários suscetíveis a demagogia e manipulação política, possibilitando o novo populismo digital extremista e de seus aspirantes a ditadores", disse Moraes.

O magistrado ressaltou que a preocupação com a "captura furtiva" da vontade do eleitorado em meio ao avanço das redes sociais é um problema discutido em todas as democracias.

Ele avaliou que não há razoabilidade em manter a internet como "terra de ninguém". "O que vale para o mundo real deve valer para o mundo virtual", defendeu.

Inércia das instituições democráticas e monetização as redes

O presidente do TSE e ministro do STF afirmou ainda que as redes sociais, em busca do lucro, nada fizeram para impedir o avanço dos "novos populistas digitais extremistas", classificados pelo magistrado como inimigos da democracia e do Estado de direito.

Moraes afirmou que, pelo contrário, as redes sociais criaram mecanismos para monetizar o avanço do populismo digital extremista. "E, para atingir seus objetivos, (as redes sociais) aproveitaram-se da total inércia das instituições democráticas e organizaram sua máquina de desinformação, com a criação de suas milícias digitais, que vem atuando sem restrições nas redes sociais, por ausência de regulamentação", completou.

O ministro reforçou que as democracias não podem mais ignorar o poder político das redes sociais como meio de desinformação massiva utilizados por grupos extremistas.

"Essa nova realidade exige a imediata regulamentação e controle da desinformação, não só em defesa da democracia, mas também em proteção à dignidade da pessoa humana", insistiu o magistrado.

Moraes ressaltou ainda ter certeza absoluta de que, na defesa incansável da democracia, o País aprenderá as lições do passado para evitar novas tentativas de golpe no futuro.

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira, 2, que Israel está estabelecendo um novo corredor de segurança através da Faixa de Gaza para pressionar o Hamas, sugerindo cortar a cidade de Rafah do resto do território palestino.

O anúncio foi feito depois que o ministro da defesa de Netanyahu declarou que tomaria grandes áreas de Gaza e as adicionaria às suas chamadas zonas de segurança. Enquanto isso, uma onda de ataques israelenses matou mais de 40 palestinos, incluindo várias mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Israel prometeu intensificar a guerra de quase 18 meses contra o Hamas até que o grupo devolva dezenas de reféns restantes, desarme-se e deixe o território. Fonte:

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, está viajando para a Groenlândia nesta quarta-feira, 2, para uma visita de três dias com o objetivo de construir a confiança dos líderes groenlandeses, em um momento em que o governo Trump busca o controle do vasto território ártico.

Mette Frederiksen anunciou planos para sua visita após o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ter visitado uma base aérea americana na Groenlândia na semana passada e acusado a Dinamarca de investir pouco no território.

A Groenlândia é uma ilha rica em minerais e estrategicamente crítica, tornando-se mais acessível devido às mudanças climáticas.

Trump afirmou que a massa terrestre é essencial para a segurança dos EUA. Ela faz parte da América do Norte, mas é um território semiautônomo pertencente ao Reino da Dinamarca.

A primeira-ministra deve se reunir com o novo líder groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, após uma eleição no mês passado que resultou em um novo governo. Nielsen afirmou no último fim de semana que os EUA não ficarão com a Groenlândia, em reação às afirmações de Donald Trump de que os norte-americanos assumirão o controle do território insular.

Mette Frederiksen também deve se encontrar com o futuro Naalakkersuisut, o gabinete ministerial, durante a visita que deve durar até sexta-feira.

"Tenho o mais profundo respeito por como o povo groenlandês e os políticos groenlandeses lidam com a grande pressão que há sobre a Groenlândia", disse ela em um comunicado do governo anunciando a visita.

Na agenda, estão conversas com Nielsen sobre a cooperação entre Groenlândia e Dinamarca.

Há anos, o povo da Groenlândia, com uma população de cerca de 57 mil pessoas, trabalha para alcançar a independência da Dinamarca. As ameaças do governo Trump de assumir o controle da ilha de qualquer maneira, possivelmente até com força militar, irritaram muitos na Groenlândia e na Dinamarca.

O novo governo quer adotar uma abordagem mais lenta sobre a questão da eventual independência. O grupo político na Groenlândia mais simpático ao presidente dos EUA, o partido Naleraq, que defende um caminho rápido para a independência, foi excluído das negociações da coalizão para formar o próximo governo.

Peter Viggo Jakobsen, professor associado da Academia de Defesa Dinamarquesa, disse na semana passada que as aspirações do governo Trump para a Groenlândia poderiam ter um efeito contrário e aproximar os partidos mais moderados ainda mais da Dinamarca.

Ele disse que "Trump assustou a maioria dos groenlandeses com essa ideia de um relacionamento próximo com os Estados Unidos porque eles não confiam nele". /AP

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 2, novas sanções contra uma rede de facilitadores financeiros e operadores de suprimentos dos houthis, grupo rebelde do Iêmen, acusados de adquirir armas e commodities da Rússia, incluindo grãos roubados da Ucrânia, segundo comunicado divulgado pelo governo. A ação visa Said al-Jamal, alto funcionário houthi apoiado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e seus colaboradores.

"Os houthis dependem de Said al-Jamal e sua rede para obter bens essenciais que abastecem sua máquina de guerra terrorista", afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. "Esta medida reforça nosso compromisso em reduzir a capacidade do grupo de ameaçar a região com atividades desestabilizadoras".

Segundo o comunicado, os Houthis têm usado mísseis, drones e minas navais para atacar embarcações comerciais no Mar Vermelho, colocando em risco a navegação global. Os ataques, incentivados pelo Irã, já causaram mortes de civis e milhões em prejuízos.

A rede sancionada inclui os empresários afegãos Hushang e Sohrab Ghairat, localizados na Rússia, que ajudaram, segundo o governo americano, a orquestrar o envio de grãos ucranianos roubados da Crimeia para o Iêmen no navio Am Theseus, de bandeira russa. A empresa Hong Kong AM Asia M6 Ltd, proprietária da embarcação, e seus capitães russos, Vyacheslav Vidanov e Yuri Belyakov, também foram alvos das sanções.

Além disso, o Tesouro identificou oito carteiras de criptomoedas usadas pelos houthis para transferir fundos. O turco-iraniano Hassan Jafari, acusado de lavar milhões em dólares para a rede, também foi incluído na lista de sanções.