Lewandowski entra na mira de comissão da Câmara para esclarecer planos para Segurança Pública

Política
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O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a ser empossado em fevereiro, já terá que prestar esclarecimentos para a Câmara dos Deputados. A Comissão de Segurança Pública da Casa protocolará um convite assim que Lewandowski assumir o cargo, para que ele fale sobre os planos para a área no País.

"Vamos, inicialmente, convidar o novo ministro para a comissão para falar o que pretende fazer para conter o crescimento assustador da delinquência no Brasil", disse o presidente do colegiado, Ubiratan Sanderson (PL-RS). Caso recuse, o convite se transformará em convocação, sinaliza Sanderson.

A comissão é conhecida por ser controlada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi uma das principais linhas de enfrentamento ante Flávio Dino no ano passado. Depois de o ministro faltar a uma convocação feita pelo grupo em outubro, Sanderson e demais integrantes pressionaram Dino aprovando sucessivos novos requerimentos de convocação - todos não atendidos pelo chefe da pasta.

Comissões do Congresso Nacional podem chamar ministros para falar aos seus integrantes por meio de dois recursos: o convite e a convocação. No caso do convite, cabe ao ministro aceitar ou não; na convocação, o chefe da pasta é obrigado a comparecer, sob pena de impeachment por crime de responsabilidade.

Dino não compareceu ao colegiado no fim do ano alegando falta de segurança devido a ameaças proferidas por parlamentares da oposição e sugeriu a audiência em uma comissão geral. Sanderson disse que terá com Lewandowski a mesma postura que teve com o atual ministro.

O atual ministro chegou a ir a uma sessão da comissão, em abril. Naquele dia, Dino interrompeu o depoimento após a sessão virar palco de confronto entre membros do governo e da oposição. Depois de ser chamado de "fujão", o ministro disse que poderia retornar para lá, desde que fosse sem tumulto. "Para cá voltarei quantas vezes for necessário, agora desde que tenha debate, e não esse tumulto", afirmou.

A intensa pressão feita pela Comissão de Segurança Pública da Câmara a Dino ocorreu, sobretudo, pelos decretos que limitaram a posse de armas de fogo no Brasil e pelas alegações de integrantes do colegiado de pouca interlocução do ministro, em especial, com membros da bancada da bala.

"Tivemos uma péssima experiência no último ano com Flávio Dino à frente do ministério. Esperamos que o novo ministro tenha um comportamento oposto ao de seu antecessor. Queremos dialogar e esperamos ser ouvidos pelo novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Somos eleitos pelo povo e representamos seus anseios em Brasília", disse o Sargento Gonçalves (PL-RN).

O presidente da comissão critica a indicação de Lewandowski para o ministério e afirma que a escolha foi para atender aos interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não gostei da indicação, porque Lewandowski nunca teve qualquer relação com a segurança pública e está na cara que irá para o MJ para fazer as vontades políticas e ideológicas de Lula e sua turma", afirmou Sanderson.

Como mostrou o Estadão, Lewandowski, que foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), é contrário à divisão do Ministério da Justiça. No ano passado, Lula chegou a dizer em uma live que estudava recriar o Ministério da Segurança Pública, mas a ideia foi descartada.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.