Salário de chefe da Abin é de R$ 18,9 mil; saiba os requisitos para a vaga

Política
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Alvo da Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal (PF) que apura suspeita de espionagem ilegal contra nomes considerados rivais do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) possui cargos de carreira com salários de até R$ 25.718,98.

Já o diretor-geral do órgão é escolhido pelo presidente da República com remuneração mensal de R$ 18.887,14. Hoje deputado pelo PL, Alexandre Ramagem, que comandou a Abin de julho de 2019 a março de 2022, era delegado federal, assim como o atual chefe: Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio do ano passado.

O foco da operação da PF está na gestão de Ramagem, que, de acordo a investigação, teria montado uma "estrutura paralela" na Abin e tentado associar ministros do Supremo Tribunal Federal ao PCC. Ramagem nega tal estrutura e disse que a investigação cujo foco é a época em que ele era diretor do órgão é "uma salada de narrativas".

Com o avanço da apuração da PF, porém, Corrêa, o novo chefe, pode ser exonerado, assim como todos os membros da cúpula do órgão. Isso porque, segundo a PF, os membros da direção atual tentaram dificultar a apuração do sistema ilegal de espionagem e podem ter agido em "conluio" com os servidores investigados pela operação deflagrada nesta quinta, 25. A Abin disse que é a "maior interessada" e afirmou que defende "apuração rigorosa" dos fatos.

Luiz Fernando Corrêa foi indicado por Lula em maio do ano passado e teve o nome aprovado na Comissão de Relações Exteriores (CRE) e no plenário do Senado. Ele recebe a maior gratificação entre os cargos comissionados do Executivo federal.

A legislação brasileira não exige que o indicado para comandar a Abin seja do ramo investigativo, porém, é costume dos chefes do Executivo apontarem nomes da PF ou da própria agência para gerenciar o órgão. Outros cargos de direção também não exigem um vínculo ativo com atividades policiais. As funções de carreira, por sua vez, exigem aprovação em concurso público.

Cargo mais alto da Abin tem salário de R$ 25,7 mil

De acordo com um relatório de dezembro dos Dados Abertos da Presidência da República, a Abin conta com 732 oficiais de inteligência, sendo esta a função com melhor remuneração no órgão. Os salários variam entre R$ 16.690,89 e R$ 25.718,98 de acordo com a experiência do servidor.

Para exercer esse cargo, é necessário possuir um ensino superior e ingressar em um concurso público. Segundo o regulamento da Abin, os oficiais de inteligência são os responsáveis por manusear plataformas de vigilância e de proteção à segurança nacional.

A Abin também possui 59 agentes de inteligência, que são encarregados de prestar suporte aos oficiais técnicos. As remunerações para esse cargo variam entre R$ 6.869,43 e R$ 11.805,13. Assim como os oficiais, a função exige uma nomeação por concurso público.

Entenda a operação que investiga espionagens ilegais na Abin

Nesta quarta-feira, 27, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de aparelhar a Abin para espionar ilegalmente opositores do governo Bolsonaro. Um dos alvos foi o ex-diretor da Abin, deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência durante entre 2019 e 2022 e é pré-candidato à prefeitura do Rio com o apoio de Bolsonaro.

Segundo a investigação, durante o período em que Ramagem comandou a Abin, servidores usaram indevidamente um sistema israelense de espionagem chamado "FisrtMile". O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G.

Em outubro do ano passado, durante a deflagração da Operação Última Milha, a PF identificou que o FisrtMile foi utilizado pela Abin em 33 mil monitoramentos ilegais. Dos usos, 1.800 foram destinados à espionagem de políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e adversários do governo do ex-presidente.

Outro alvo da Vigilância Aproximada foi Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho que na Abin de Ramagem foi secretário de Planejamento e Gestão e chefe de Inteligência. Em outubro, ele foi nomeado pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, ao cargo de coordenador da Diretoria-Executiva da Polícia Federal (PF). Nesta sexta-feira, 26, ele foi exonerado da pasta.

Os investigadores da PF chamaram as pessoas apontadas como responsáveis pelo monitoramento ilegal de "organização criminosa". "O grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal", diz um comunicado divulgado pela corporação.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.