'Eu queria o Salles', diz Bolsonaro ao confirmar apoio a Nunes e indicação de coronel a vice

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou a indicação do ex-comandante da Rota - grupo de elite da Polícia Militar de São Paulo -, coronel Ricardo Mello Araújo, para ser candidato a vice-prefeito da capital paulista na chapa com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). A confirmação foi dada em entrevista nesta quinta-feira, 1º, ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste. Na ocasião, Bolsonaro também reforçou o apoio a Nunes, embora tenha indicado que, pessoalmente, preferia o deputado federal Ricardo Salles (PL) como candidato à Prefeitura.

Segundo Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, aprovou a indicação do nome levado pelo próprio Bolsonaro e agora o trâmite depende da "aceitação" do prefeito Ricardo Nunes, que tem ainda três outros nomes sugeridos. A sugestão de Mello Araújo para composição da chapa será analisada pelos partidos que já firmaram aliança pela reeleição de Nunes, de acordo com o prefeito. Bolsonaro, não escondeu, porém, que preferia apoiar outro cabeça de chapa, mas que foi convencido por Valdemar a entrar na campanha do prefeito, que teria mais chances de derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

"Minha preferência (para prefeitura) sempre foi o Ricardo Salles, não nego isso aí, gosto muito dele e tenho uma boa amizade com ele", a firmou Bolsonaro, reforçando depois: "Lamento, repito, do coração, eu queria o Ricardo Salles, mas é página virada isso aí".

Salles desistiu oficialmente da candidatura nesta quarta-feira, 31, depois que Valdemar entregou uma lista com quatro nomes ao atual prefeito. Nunes ainda não cravou o nome de quem será seu vice de chapa.

"Escolhi o coronel Mello Araújo, que fez um excelente trabalho à frente da Ceagesp no meu governo, atuou quase como um mini-prefeito", disse Bolsonaro, que afirmou ainda que haverá outras ocasiões mais "oportunas" para que o ex-ministro do Meio Ambiente sirva ao Estado e à cidade de São Paulo.

Salles já havia desistido outra vez da candidatura a prefeito, em junho do ano passado, quando desagradou o PL ao "queimar a largada" e se anunciar como pré-candidato sem autorização do partido, que já negociava apoio a Nunes.

Como mostrou o Estadão, Mello Araújo é um fiel seguidor de Bolsonaro e seria uma espécie de preposto do ex-presidente da República numa eventual nova gestão de Nunes.

O coronel foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa pública federal, na gestão do ex-presidente desde outubro de 2020. Em janeiro de 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi exonerado do cargo. Antes, comandou a Rota entre 2017 e 2019.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.