TRE-RJ cassa deputado estadual por abuso de poder religioso em rádio e 'showmício'

Política
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O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) cassou nesta quinta-feira, 1º, o mandato do deputado estadual Fábio Silva (União Brasil). Ele foi condenado por abuso de poder religioso com repercussão econômica nas eleições 2022, nas quais concorreu ao cargo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O Estadão tentou contato com o parlamentar, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

O deputado foi condenado por promover a própria candidatura na emissora de rádio evangélica na qual é sócio, diretor e apresentador, a Rádio Melodia, divulgando eventos de música gospel com presença de cantores famosos desse gênero, em eventos semelhantes a "showmícios". A divulgação alcançou 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais.

Silva esteve presente em dois deles, um na zona oeste da capital fluminense, e outro em Itaguaí, município da região metropolitana, há um mês das eleições. Nos eventos, o deputado teria distribuído material de campanha e feito discurso político.

Para os magistrados, o "desvirtuamento de santuário e apropriação como espaço privado de autoridade e influência eleitoral" comprovam o abuso de poder, uma vez que o evento teve investimentos econômicos elevados e foi bastante repercutido, o que provocou desequilíbrio na disputa eleitoral.

Na decisão, ainda há destaque para o fato de Silva ter divulgado fake news sobre um suposto projeto de lei para proibir a "pregação do evangelho".

Além da perda do mandato, a decisão da Corte deixa o deputado inelegível até 2030. Ele poderá recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Silva, que está em seu sexto mandato na Alerj, já esteve envolvido em outras polêmicas relacionadas à religião. Em 2015, um projeto proposto por ele previa pagamento de multa de R$ 270 mil para quem fizesse sátira com símbolos religiosos. O projeto foi arquivado pela Casa. Ele também já propôs a criação do "Dia do Orgulho Hétero" e de outro projeto, aprovado na Alerj, que estabelece prioridade para igrejas na tramitação de processos judiciais e administrativos.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.