Para Eurasia, próximos 6 a 8 meses devem ser mais ruidosos para Lula

Política
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Dificilmente o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá manter o seu atual índice de aprovação popular ao longo dos próximos seis a oito meses. Com isso, o País poderá assistir no período uma pressão maior do Palácio do Planalto sobre o Congresso para aprovar medidas de crescimento econômico e que traga apoio popular às vésperas das eleições municipais.

A previsão foi feita nesta segunda-feira, 5, pelo diretor para as Américas da Eurasia, Christopher Garman, durante o evento "Plano de Voo Amcham 2024" que a Câmara Americana realiza nesta segunda na sede da B3, em São Paulo.

Ainda, para Garman, para o Brasil, do ponto de vista político, 2024 será um ano mais difícil que 2023. Primeiro, porque, segundo ele, as propostas aprovadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no ano passado "sugerem espaço para aumentos de tributos" neste ano.

No campo político a Eurasia prevê a colocação da reforma do Imposto de Renda sobre a mesa do Congresso, mas adverte que ela não passará.

Da mesma forma, disse o analista, "a chance de a reforma administrativa passar no Congresso é baixa".

"O terreno para o ministro Fernando Haddad vai ser mais difícil em 2024", previu Garman.

Relação entre cenário mundial e políticas econômicas nos próximos 2 anos

A despeito das perspectivas para os próximos meses, Garman avalia que o cenário mundial de maiores turbulências para os próximos dois anos, pelas perspectivas da Eurasia Group, não deve ameaçar as políticas econômicas de Fernando Haddad.

"Para o Brasil nos próximos dois anos nós estamos um pouco mais construtivos. Estes ruídos não devem ameaçar seriamente as diretrizes das medidas econômicas do ministro Fernando Haddad", pontuou Garman.

Para ele, o Brasil está bem posicionado diante dos choques geopolíticos e a despeito destes ruídos as reformas continuam andando no Congresso.

"No fundo, o que o Brasil vem fazendo, com as agendas do atual governo Lula, estamos nos situando com uma recuperação da economia um pouco mais robusta no final deste ano. Com isso, os riscos associados à condução da política econômica também devem enfraquecer", previu Garman.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.