Justiça extingue ação contra bolsonaristas que ligaram Lula ao crime organizado por boné 'CPX'

Política
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) extinguiu uma ação civil pública, movida pelo Centro Social Comunitário Favela em Desenvolvimento, que pedia indenização por danos coletivos ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e aos deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Mário Frias (PL-SP) por declarações associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao crime organizado. As acusações foram feitas após Lula usar um boné com a sigla "CPX" em uma visita ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, na campanha das eleições de 2022.

A ação pedia R$ 600 mil em indenizações aos moradores do local para projetos sociais ou de valorização cultural. A Justiça entendeu, porém, que a entidade "não tem legitimidade" para fazer a solicitação, uma vez que pede danos coletivos aos moradores do Alemão, mas fica localizada no Alto da Boa Vista, cerca de 18 quilômetros de distância de onde Lula esteve usando o boné.

Ainda segundo a decisão, "não há qualquer prova de manter entre seus associados moradores de comunidades que possam ter se sentido ofendidos com as publicações feitas pelos réus".

Com a decisão, o processo foi arquivado em 29 de janeiro. Na época em que Lula usou o boné, bolsonaristas disseram que a sigla seria uma abreviação para a palavra "cupinxa", que remete ao tráfico. Cupincha, com "ch", é sinônimo de "companheiro", "camarada", e, por vezes, é utilizado como tratamento entre criminosos. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram publicações afirmando que Lula seria um "comparsa" do crime.

Em nota publicada no site oficial, a equipe de Lula afirmou na época, em outubro de 2022, que CPX é uma abreviação para a palavra "complexo", usada por ocasião da visita do então candidato à Presidência ao Complexo do Alemão.

A verificação feita pelo Projeto Comprova, do qual o Estadão Verifica faz parte, mostrou que o post com a associação de Lula a organizações criminosas alcançou 11,9 mil compartilhamentos, 45,7 mil curtidas e 1.598 mil comentários no Twitter (atual X), até o dia 14 de outubro de 2022. No Instagram, a publicação com o conteúdo falso tinha 26 mil interações até dia 13 de outubro, quando foi apagada. No Facebook, o post da deputada federal Carla Zambelli, com o mesmo teor, até dia 14 de outubro, tinha 28 mil curtidas, 3,9 mil comentários e 25 mil compartilhamentos.

O Centro Social Comunitário Favela em Desenvolvimento, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Mário Frias foram procurados pelo Estadão, mas não retornaram até a publicação deste texto. A deputada Carla Zambelli disse que ainda não vai se pronunciar, pois não foi notificada formalmente sobre a decisão.

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O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, reafirmaram nesta terça-feira, 22, o compromisso de aprofundar a cooperação bilateral, em meio a críticas conjuntas a práticas unilaterais que, segundo eles, ameaçam a estabilidade global. A conversa ocorreu por telefone.

O diálogo acontece em um contexto de crescente tensão no comércio internacional. Wang Yi destacou os esforços da China para "manter as regras internacionais" frente ao avanço de medidas protecionistas. "Os EUA, usando tarifas como arma, estão atacando indiscriminadamente vários países, violando abertamente as regras da OMC e prejudicando os direitos legítimos das nações", afirmou. "Essa regressão à lei da selva nas relações entre países é um retrocesso histórico, insustentável e cada vez mais rejeitada."

Segundo comunicado do governo chinês, Wang ressaltou que, desde o início do ano, Pequim e Londres vêm ampliando o diálogo estratégico em áreas como economia, energia e segurança. Estão previstas ainda novas conversas sobre inteligência artificial, tecnologia, mudança climática e educação. "A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para superar interferências e focar em cooperação mútua."

Lammy, por sua vez, afirmou que o Reino Unido "apoia firmemente o livre comércio e o sistema multilateral baseado na OMC".

O chanceler britânico também manifestou interesse em "aprofundar o intercâmbio de alto nível" com a China e em buscar soluções conjuntas para desafios globais.

Além das questões comerciais, os dois diplomatas trataram da guerra na Ucrânia. O comunicado não mencionou eventuais convergências, e o tema continua sendo um ponto sensível: o Reino Unido integra o bloco ocidental que apoia Kiev, enquanto a China mantém uma postura de neutralidade, defendendo negociações de paz, segundo o texto.

A Universidade de Harvard entrou com uma ação federal contra o governo de Donald Trump na segunda-feira, 21, argumentando que ele violou os direitos constitucionais da universidade ao congelar bilhões de dólares em financiamento federal e colocar em risco sua independência acadêmica.

O processo estabelece um confronto legal entre a universidade mais proeminente dos EUA e o presidente Trump, que está em uma campanha crescente para reordenar o ensino superior de elite.

"As consequências do exagero do governo serão graves e duradouras", disse o presidente de Harvard, Alan Garber, em uma mensagem comunitária anunciando a ação judicial.

As pesquisas em risco, devido aos cortes de verbas, incluem trabalhos sobre câncer infantil, surtos de doenças infecciosas e alívio da dor de soldados feridos em batalha, afirma Garber.

Harvard argumenta que o governo cortou os fundos "como parte de sua campanha de pressão" para forçar a universidade "a se submeter ao controle de seus programas acadêmicos".

A ação pede que o tribunal suspenda o congelamento do financiamento e declare ilegais tanto o congelamento quanto as exigências feitas à universidade. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 21, que há uma "boa chance" de que a Rússia e a Ucrânia cheguem a um acordo nesta semana para acabar com a guerra. O conflito já dura três anos.

"Há uma boa chance", declarou Trump quando perguntado se ele achava que Moscou e Kiev poderiam selar um acordo até sexta-feira, acrescentando que teve boas reunião com os dois lados.

Durante o evento anual Easter Egg Roll realizado na Casa Branca, o republicano também disse que teve "reuniões muito boas sobre o Irã" e expressou confiança de que uma solução comercial seria alcançada com a União Europeia. "No final das contas, teremos um acordo com qualquer um", afirmou ele.