Bolsonaro e outros 23 investigados por tentativa de golpe prestam depoimento à PF; veja a lista

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 23 investigados por tentativa de golpe de Estado prestarão esclarecimentos à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 22. A corporação marcou as oitivas para que os alvos da Operação Tempus Veritatis esclareçam às autoridades o que sabem sobre a trama que pretendia abolir o Estado Democrático de Direito no País após as eleições de 2022.

Os depoimentos estão previstos para as 14h30 e serão simultâneos, para que os investigados não mantenham comunicação entre eles e não combinem versões. Dos 23 depoimentos, 14 estão marcados para Brasília, onde fica a sede da corporação, incluindo o do ex-presidente.

Também ocorrerão depoimentos em outras cidades, nas superintendências da PF no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Minas Gerais, no Mato Grosso do Sul, no Espírito Santo e no Ceará.

A PF espera que Bolsonaro se manifeste a respeito de conversas recuperadas nos celulares do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e do general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército. As mensagens sugerem que o ex-presidente ajudou a redigir e a editar uma minuta golpista.

O ex-presidente, no entanto, já disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ficará em silêncio durante a oitiva. Outros investigados podem, se assim desejarem, recorrerem ao mesmo direito.

Ex-ministros e aliados de Bolsonaro serão ouvidos

Além de Bolsonaro, ex-ministros de sua gestão estão na relação de depoentes desta quinta-feira, como Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Anderson Torres, ex-titular da Justiça, e Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil que já foi titular da Defesa e integrou a chapa à reeleição de Bolsonaro em 2022.

Aliados próximos do ex-presidente também estão na lista, como Marcelo Câmara, que foi membro da equipe de ajudância de ordens do mandatário; Filipe G. Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais; e Tércio Arnaud, apontado como mentor do "gabinete do ódio", um grupo do Palácio do Planalto que usava as redes sociais para difundir desinformações sobre adversários de Bolsonaro.

Veja a lista de quem depõe à PF nesta quinta-feira:

- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

- General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;

- Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército;

- Mário Fernandes, ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência;

- Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro;

- Almir Garnier, ex-comandante geral da Marinha;

- Valdemar Costa Neto, presidente do PL;

- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

- Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército;

- Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;

- Bernardo Romão Correia Neto, coronel do Exército;

- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;

- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;

- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;

- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército;

- Ailton Gonçalves Moraes de Barros, capitão reformado do Exército;

- Rafael Martins Oliveira, major do Exército;

- Amauri Feres Saad, advogado;

- José Eduardo de Oliveira, pároco;

- Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais;

- Éder Balbino, empresário;

- Laércio Virgílio, coronel reformado do Exército;

- Ângelo Martins Denicoli, major do Exército.

Nesta sexta-feira, 23, deve ocorrer o depoimento do general Estevam Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), em Fortaleza (CE).

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.