Bolsonaro chega à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar esclarecimentos na investigação que apura uma eventual tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A expectativa é que o depoimento de Bolsonaro seja breve, pois sua defesa alega não ter obtido acesso à integra dos autos do inquérito e já adiantou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente permanecerá em silêncio durante a oitiva. A defesa de Bolsonaro tentou adiar o depoimento três vezes, mas o ministro Alexandre de Moraes negou.

Depoimentos de Bolsonaro à PF

É a oitava vez que Bolsonaro presta depoimento na PF desde que deixou a Presidência da República. Também não é a primeira oportunidade em que o ex-mandatário recorre à prerrogativa de permanecer em silêncio.

Em abril do ano passado, Bolsonaro foi intimado pela PF para explicar a sua participação no caso da venda ilegal de joias da Presidência da República. O esquema havia sido revelado pelo Estadão no mês anterior um mês antes. Naquele mesmo mês, voltou a dar depoimento, desta vez explicando sua conduta em relação ao ataque aos Três Poderes, em 8 de Janeiro.

Bolsonaro voltou à PF um mês depois, em maio, para a depor sobre o as fraudes nos cartões de vacinação de covid-19 dele e da sua filha, Laura. Dois meses depois, em julho, foi novamente convocado pela corporação. Dessa vez, teve que fornecer explicações sobre uma denúncia do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Do Val afirmou que o então presidente teria realizado uma reunião de teor golpista com Daniel Silveira.

Ainda em 2023, em duas ocasiões, ele esteve na sede da corporação para prestar esclarecimentos sobre um grupo de empresários que defendia um golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. A esse respeito, na segunda vez em que foi intimado a depor, permaneceu em silêncio e entregou suas considerações por escrito.

Investigados por golpe de Estado depõem nesta semana

25 investigados na Tempus Veritatis serão ouvidos nesta semana: além do ex-presidente, mais 23 depoimentos estão previstos para esta quinta-feira, 22, e devem ocorrer ao mesmo tempo, de forma a evitar a comunicação entre os interrogados. Há ainda um depoimento marcado para amanhã.

A maior parte vai ocorrer em Brasília, no mesmo prédio em que Bolsonaro será interrogado. A Polícia Federal reservou 16 salas para as oitivas em Brasília. Também há audiências marcadas por todo o País. Na lista de interrogados desta semana, há ex-ministros e aliados próximos a Bolsonaro no período em que ele esteve na Presidência.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.