Com apoio de ala do PSDB, Rafa Zimbaldi diz que será pré-candidato à prefeitura de Campinas

Política
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Com o apoio de uma ala do PSDB, o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania) anunciou nesta terça-feira, 27, que será o pré-candidato da Federação PSDB-Cidadania na disputa pela Prefeitura de Campinas na eleição de outubro deste ano. A pré-candidatura de Zimbaldi, no entanto, foi contestada pelo Diretório Municipal do PSDB na cidade, que afirmou, por meio de nota, que não houve qualquer ato de confirmação de candidatura até o momento.

O presidente do PSDB de Campinas, Guilherme Damaceno, disse ao Estadão que a estratégia eleitoral do partido será definida até abril deste ano. "Até o momento, não houve qualquer conversar entre o diretório e o Rafa no sentido de formalizar a candidatura", disse, acrescentando que a definição sobre quem será o nome da sigla na eleição compete à instância municipal. Por constituírem uma federação, Cidadania e PSDB são obrigados a atuarem como se fossem um único partido.

Diante da contestação, Zimbaldi afirmou, por meio de sua assessoria, que o PSDB de Campinas se encontra inativo. "Logo, não tem legitimidade para, de maneira independente, decidir sobre qualquer assunto relacionado às eleições municipais de 2024. Como não há Diretório Municipal formado devidamente, ao menos, até o momento, quem responde pela sigla em Campinas são as esferas superiores", diz o texto.

Damaceno esclarece que, neste momento, o diretório de Campinas não está devidamente regulamentado na Justiça Eleitoral por conta da intervenção realizado no Diretório Estadual do partido. "Toda documentação foi enviada para o Diretório Estadual, mas o partido não encaminhou os papéis porque estava esperando a definição da nova Executiva Estadual. Não é só Campinas que está nessa situação, existem outras cidades", relatou.

A suposta confirmação de Zimbaldi como o pré-candidato da federação na disputa em Campinas teria ocorreu neste domingo, 25, durante a convenção estadual do PSDB de São Paulo. O Estadão apurou com tucanos presentes no encontro que, de fato, o deputado estadual possui o apoio de lideranças do partido para emplacar a sua candidatura em Campinas. Porém, a decisão não foi tomada e, segundo eles, deverá ser decidida em momento oportuno.

O encontro reuniu lideranças nacionais da sigla, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o presidente do partido, Marconi Perillo, e também estabeleceu Santo André, Ribeiro Preto e São Bernardo do Campo como prioridades nas eleições. Atualmente, as cidades têm prefeitos tucanos.

"A Federação PSDB-Cidadania está empenhada em eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em 2024, e Campinas é cidade estratégica neste processo", declarou Zimbaldi, que ocupa a segunda posição em pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Paraná Pesquisas. Saadi, que derrotou o deputado no segundo turno da última eleição municipal em 2020, lidera o levantamento. O pré-candidato do PT, Pedro Tourinho, aparece em terceiro lugar.

Embora esteja melhor colocado em relação ao pré-candidato petista em intenção de voto, a ida de Zimbaldi ao segundo turno, caso seja candidato, não será fácil, avaliam lideranças locais. Isso porque existe a expectativa de que a disputa em Campinas fique polarizada entre os candidatos apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Neste contexto, a falta de um cabo eleitoral de peso pode reduzir a competitividade de Zimbaldi.

Em busca da reeleição, Saadi aposta em uma ampla aliança com partidos de centro e de direita. A base do prefeito abriga desde o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, mais à esquerda, até o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo também: MDB, Podemos, PP, PSD e União Brasil.

Já Tourinho avalia que, com a vitória da chapa Lula-Alckmin em 2022, o contexto hoje é mais favorável para a sua candidatura em relação à última eleição municipal. A pré-candidatura petista conversa com PDT e PSOL para selar aliança na cidade. Além disso, já conta com apoio de PCdoB e PV, legendas federadas ao PT.

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A Ucrânia está aberta a negociar o fim da guerra com a Rússia "em qualquer formato", desde que haja um cessar-fogo efetivo, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta terça-feira, 22. "Se os russos amanhã não apenas estiverem prontos para um cessar-fogo, mas se cessarem o fogo, estamos prontos para sentar e conversar", declarou.

Segundo Zelensky, a delegação ucraniana tem mandato para discutir um acordo de cessar-fogo total ou parcial. "Estamos prontos para essa etapa", disse, destacando o apoio de Kiev à proposta de trégua incondicional apresentada pelos Estados Unidos. Ele alertou, no entanto, que Moscou ainda não sinalizou disposição concreta. "Putin mostrou na Páscoa que, se querem reduzir ataques, reduzem. Mas até um cessar-fogo incondicional está muito longe", afirmou.

Ao comentar um possível acordo de paz, Zelensky foi taxativo: "É impossível acertar todos os termos rapidamente". Ele comparou o processo a "tentar ler um livro pelo meio" e criticou a pressa em discutir temas como soberania territorial antes do fim dos combates. "Se queremos realmente avançar para o fim da guerra, o primeiro passo é o cessar-fogo incondicional", reforçou.

A Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, continua sendo um dos principais impasses. Zelensky reiterou que o país não aceitará a ocupação. "Não podemos simplesmente dizer 'por que não?'. Isso está fora da nossa Constituição. É nosso território." Questionado sobre rumores de pressão americana por concessões, respondeu: "Se houver uma proposta oficial, reagiremos. Até agora, são apenas sinais na imprensa".

Na agenda internacional, Zelensky confirmou que está disposto a se encontrar com Donald Trump durante a ida do presidente americano ao Vaticano para o funeral do papa Francisco. Sobre o apoio militar, disse que a Ucrânia ainda aguarda resposta formal de Washington à solicitação por novos sistemas de defesa aérea Patriot. "Esta guerra é algo muito mais sério do que um jogo de pressão", concluiu.

Homens armados abriram fogo contra turistas na região da Caxemira sob controle da Índia. O ataque, descrito pelas autoridades como o pior contra civis nos últimos anos, deixou pelo menos 26 mortos.

A polícia chamou o ataque de terrorista e culpou os rebeldes separatistas contra o domínio indiano. "Esse ataque é muito maior do que qualquer coisa que tenhamos visto direcionado a civis nos últimos anos", escreveu Omar Abdullah, chefe do governo local.

Autoridades policiais confirmaram que pelo menos quatro homens armados, que descreveram como militantes, atiraram à queima-roupa contra turistas. Pelo menos 24 corpos foram encontrados no local - a maioria deles seria de indianos. Outras duas pessoas morreram a caminho do hospital. E há dezenas de feridos, muitos em estado grave.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, condenou o que chamou de "ato hediondo" e prometeu que os agressores "serão levados à Justiça". Ele interrompeu uma visita à Arábia Saudita e deve chegar à Nova Délhi na madrugada de quarta-feira, segundo a imprensa local.

O ataque ocorreu em Pahalgam, um destino turístico muito procurado na Caxemira. A região é dividida entre a Índia e o Paquistão desde a independência do Reino Unido, em 1947, mas os dois lados reivindicam o território em sua totalidade.

Um guia turístico disse que chegou ao local após ouvir tiros e carregou alguns dos feridos a cavalo. "Vi vários homens caídos no chão, parecendo mortos", disse Waheed, que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome.

Uma testemunha do ataque contou, sob a condição do anonimato, que os homens armados saíram da mata e começaram a atirar. "Evitavam claramente as mulheres e seguiam atirando nos homens, às vezes com um único tiro e às vezes com várias balas, foi como uma tempestade", disse.

Após o ataque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump expressou apoio à Índia. "Os Estados Unidos estão firmes com a Índia contra o terrorismo. Oramos pelas almas das pessoas perdidas e pela recuperação dos feridos. O primeiro-ministro Modi e o incrível povo da Índia têm todo o nosso apoio e nossas mais profundas condolências. Nossos corações estão com todos vocês!", escreveu na sua rede, a Truth Social.

O vice-presidente JD Vance, que está em visita oficial de quatro dias à Índia, também lamentou o ataque, que chamou de terrorista. "Estendemos nossas condolências às vítimas do devastador ataque terrorista em Pahalgam, na Índia. Nos últimos dias, ficamos impressionados com a beleza desse país e de seu povo. Nossos pensamentos e orações estão com eles enquanto lamentam esse terrível ataque".

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.

Tensões entre Índia e Paquistão

Adversários com armas nucleares, Índia e Paquistão reivindicam o controle sobre a Caxemira desde o fim da Guerra Fria. A região de maioria mulçumana registrou uma onda de assassinatos de hindus depois que Nova Délhi restringiu a autonomia do território, em 2019, e intensificou suas operações de contrainsurgência.

Os insurgentes na parte da Caxemira controlada pela Índia têm lutado contra o domínio de Nova Délhi desde 1989. Muitos muçulmanos da Caxemira apoiam o objetivo dos rebeldes de unir o território, seja sob o domínio paquistanês ou como um país independente.

A Índia regularmente culpa o Paquistão por apoiar os grupos armados por trás da insurgência. Islamabad nega e diz apenas apoiar a luta da Caxemira por autodeterminação.

Apesar das tensões, os turistas, atraídos pelo sopé do Himalaia e pelas casas flutuantes com decoração requintada, eram poupados dos ataques. Com o turismo incentivado por Nova Délhi, a região recebe milhões de visitantes, que desfrutam da paz mantida por portos de controle, blindados e soldados em patrulha. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou hoje uma reestruturação significativa no Departamento de Estado, com planos de reduzir em 15% o número de funcionários no país e de fechar ou consolidar mais de 100 divisões ao redor do mundo. A medida faz parte da agenda "America First" (América Primeiro) do governo de Donald Trump.

O plano de reorganização, divulgado por Rubio nas redes sociais e detalhado em documentos obtidos pela Associated Press, é o mais recente esforço da Casa Branca para reformular a política externa dos EUA e reduzir o tamanho do governo federal.

"Não podemos vencer a batalha do século 21 com uma burocracia inchada que sufoca a inovação e aloca mal os recursos escassos", afirmou Rubio em um e-mail enviado a todo o departamento, obtido pela AP. "Por isso, sob a liderança do Presidente Trump e a minha direção, estou anunciando uma reorganização do Departamento para que ele possa enfrentar os enormes desafios do século 21 e colocar a América em primeiro lugar."

O plano inclui a redução de 734 divisões e escritórios para 602, além da realocação de 137 escritórios para outros locais dentro do Departamento, a fim de aumentar a eficiência, conforme uma ficha técnica obtida pela AP.

Haverá também a criação de um escritório "reimaginado", focado em assuntos internacionais e humanitários, para coordenar os programas de assistência externa restantes após o recente desmantelamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Algumas divisões que devem ser eliminadas incluem o Escritório de Questões Globais das Mulheres, assim como os esforços do departamento em diversidade e inclusão. Espera-se ainda que o Departamento elimine alguns escritórios que antes estavam sob o Subsecretário de Estado para Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos, embora a ficha técnica indique que grande parte do trabalho dessas divisões será transferido para outras áreas do Departamento.