Quem vota em cada etapa do processo de impeachment; veja o passo a passo

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
No último dia 22 de fevereiro, 139 deputados de oposição ao governo protocolaram um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o jurista, Miguel Reale Júnior, que foi um dos autores do requerimento que gerou a cassação a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), esses parlamentares não poderão votar no processo se o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acatar o documento. A Casa é a responsável pelo pontapé na deposição de um presidente.

O pedido da oposição está desde a semana passada na mesa de Arthur Lira e depende da aprovação do presidente da Câmara para tramitar no Congresso. O alagoano não é obrigado a acatar ou rejeitar o requerimento e nem possui um prazo para tomar a decisão.

O requerimento é encabeçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e possui 49 páginas. O pedido afirma que o presidente da República cometeu "ato de hostilidade contra Israel" por meio de "declarações de cunho antissemita". No último dia 18, Lula comparou a incursão de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus promovido pela Alemanha nazista.

No governo passado, Lira não deu prosseguimento a nenhuma das denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro foi alvo de 158 requerimentos, inclusive um "super pedido" assinado por 46 parlamentares, entidades representativas da sociedade e personalidades.

Processo começa em uma comissão especial da Câmara

Caso Lira dê encaminhamento para o pedido de impeachment protocolado pela oposição, a Câmara vai instaurar uma comissão especial para tratar sobre o tema. O colegiado é formado por deputados da base e da oposição, e tem como responsabilidade a produção e a apreciação de um parecer que decida sobre a admissão ou rejeição da denúncia de crime de responsabilidade.

A comissão especial de impeachment na Câmara é formada por 65 parlamentares, sendo necessário uma maioria simples para dar prosseguimento ou arquivar a proposta.

Signatários do pedido de impeachment devem ser impedidos de votar na Câmara

Caso a comissão especial aprove a denúncia de crime de responsabilidade, o plenário da Casa vai votar a admissão do pedido. Para que o processo de impeachment seja aprovado, é necessário o apoio de dois terços dos parlamentares, ou 342 dos 513 votos.

No cenário do pedido contra Lula, alcançar os votos necessários será mais difícil. Isso ocorre porque, segundo o jurista e ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, que foi um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, os 139 deputados que assinaram o requerimento de cassação devem ser impedidos de votar.

Para o jurista, os deputados renunciaram à competência de julgar os crimes de responsabilidade ao aderirem ao pedido como signatários. "Quem assina o impeachment é parte acusadora, portanto, está impedido de julgar", diz Reale Júnior.

Com os 139 signatários impedidos de participar do processo de cassação, o universo de votos possíveis se restringiria a 374, o que virtualmente acaba com as chances do pedido obter uma votação favorável. Nesse cenário, bastariam 32 votos contrários para obstruir o impeachment. Só a Federação PT/PV/PCdoB, por exemplo, possui 81 deputados.

Comissão no Senado decide se afasta o presidente por 180 dias

Aprovado pela Câmara, o processo é encaminhado para o Senado, onde será criada uma nova comissão especial responsável por aprovar ou rejeitar a abertura do processo de impedimento. O colegiado é composto por 21 titulares e suplentes, sendo necessária uma maioria simples para decidir o destino do impeachment.

Com uma decisão pela abertura do processo, o presidente é afastado automaticamente da sua função por 180 dias. Ao mesmo tempo, o pedido é encaminhado para a votação do plenário do Senado.

Para impeachment ser concretizado, é preciso o 'sim' de 54 dos 81 senadores

De acordo com a Lei do Impeachment de 1950, que dispõe sobre os crimes de responsabilidade do chefe do Executivo e rege o processo que pode levar até a cassação, as sessões do Senado são presididas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O atual chefe da Corte é o ministro Luís Roberto Barroso.

Para que o presidente seja afastado do cargo, é necessário que 54 dos 81 senadores votem pela cassação do mandato. Caso o pedido contra Lula chegue até essa definição, o petista é afastado definitivamente da Presidência e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) é empossado na chefia do Executivo.

De acordo com o cientista político Murilo Medeiros, do Instituto Millenium, um pedido de impeachment costuma prosperar quando há um "cenário perfeito" para a cassação do chefe do Executivo. Segundo o especialista, os fatores que criam esse contexto são uma crise econômica, protestos massivos nas ruas e deterioração da governabilidade do governo federal. "Como no atual contexto político essas três balizas não são preenchidas, dificilmente avançará", afirmou.

Em outra categoria

O governo da China isentou de suas tarifas retaliatórias algumas importações dos EUA que o país teria dificuldade em obter imediatamente de outros países para proteger seus interesses nacionais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Entre os produtos, estão alguns semicondutores, equipamentos para fabricação de chips, produtos médicos e peças de aviação.

O esforço chinês envolveu vários órgãos governamentais, com a coordenação supervisionada pela Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado, o gabinete do país. Segundo uma das fontes, Pequim se absteve de anunciar publicamente suas isenções tarifárias para não revelar suas vulnerabilidades estruturais, deixando espaço para ajustes e negociações futuras.

Dois comerciantes de semicondutores disseram que a alfândega chinesa suspendeu as tarifas sobre oito categorias de chips fabricados nos EUA, incluindo unidades centrais de processamento, a partir de 24 de abril. As autoridades chinesas não removeram as tarifas sobre chips de memória dos EUA. Muitos chips desenvolvidos pela Intel e Texas Instruments estão isentos das tarifas, enquanto alguns produtos americanos da fabricante de chips de memória Micron Technology continuarão sujeitos às tarifas.

Pequim preparou uma lista de importações dos EUA das quais planeja remover as tarifas, disseram algumas das fontes. Os produtos em consideração também incluem alguns produtos químicos industriais, como quartzo e etano, bem como máquinas de litografia, helicópteros e vacinas. As fontes alertaram que a lista pode mudar à medida que as discussões prosseguem.

Já o órgão regulador da aviação da China instruiu algumas companhias aéreas a suspenderem o recebimento de aeronaves e componentes dos EUA. A isenção para peças de aeronaves, como motores, permitirá que o país continue com a manutenção e a fabricação de aeronaves. A China possui uma fabricante nacional de aviões, a Comac, que continua dependente de cadeias de suprimentos estrangeiras. Autoridades chinesas também estão avaliando a isenção de tarifas para companhias aéreas chinesas que alugam jatos dos EUA, disse uma das pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado, 26, que "não há razão" para que o presidente russo, Vladimir Putin, use mísseis contra regiões civis da Ucrânia nos últimos dias. Na sua rede social, a Truth Social, Trump ameaçou lançar novas sanções contra a Rússia.

"Me faz pensar que, talvez, ele não queira parar a guerra, ele esteja apenas me enrolando, e isso tem de ser abordado de forma diferente, por meio de 'sanções secundárias' ou 'bancárias', talvez?", afirmou Trump, no seu perfil. "Muitas pessoas estão morrendo!!!"

Neste sábado, Trump se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, pouco antes do funeral do papa Francisco, em Roma. No X, antigo Twitter, Zelenski agradeceu a reunião e repetiu a demanda por um "cessar-fogo total e incondicional."

Na sua publicação, Trump ainda criticou o jornal The New York Times pela cobertura da sua proposta de acordo de paz, que envolve a cessão de territórios ucranianos para a Rússia.

Ele repetiu que a guerra foi culpa do ex-presidente americano Joe Biden, e disse que a Rússia pôde roubar a região da Crimeia da Ucrânia durante o governo Obama.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concordaram em manter "trabalho intenso" com parceiros internacionais para progredir nos próximos passos de planejamento para "assegurar paz justa e duradoura na Ucrânia". O encontro entre os líderes aconteceu neste sábado, 26, em Roma.

"Os líderes concordaram em conversar novamente na oportunidade mais próxima", afirmou um porta-voz da Downing Street, em nota.

Mais cedo, Zelenski também se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir os esforços por um cessar-fogo com a Rússia.

Ambas as reuniões aconteceram na Basílica de São Pedro, pouco antes do início do funeral do papa Francisco.