Tebet deve ficar com Planejamento turbinado com PPI mas sem BB e Caixa

Política
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A senadora Simone Tebet (MDB-MS) deve ser escolhida nos próximos dias para comandar o Ministério do Planejamento. A participação da emedebista no futuro governo é hoje a principal indefinição envolvendo a Esplanada dos Ministérios do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 26, que a senadora é "muito qualificada" e não vê "dificuldade" em ela assumir o Ministério do Planejamento. "A Simone é uma política muito qualificada, é uma pessoa que sabe trabalhar em equipe, é uma pessoa enfim que estava concorrendo à presidência da República, com muita respeitabilidade. Não vejo nenhuma dificuldade em relação a isso. Muito pelo contrário, acho que é uma pessoa que somou durante a campanha", disse Haddad.

De acordo com relatos do entorno de Lula ouvidos pelo Estadão, ideia é que a pasta comandada por Tebet tenha entre as suas atribuições a gestão do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável por tocar as parcerias público-privadas. Tebet chega na noite desta segunda-feira, 26, em Brasília e deve se encontrar com o presidente eleito amanhã. Lula já definiu o nome de 21 ministros e o restante deve ser anunciado na quarta-feira, 28.

Hoje o PPI está dentro do Ministério da Economia, que será desmembrado no governo de Lula. Inicialmente a ideia era que o programa que toca as concessões e as parcerias público-privadas fosse transferido para a Casa Civil, que será chefiada por Rui Costa.

A senadora, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2022 e termina seu mandato no Congresso neste ano, também pediu que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil ficassem sob o guarda chuva do Planejamento, mas a ideia foi de pronto descartada. Tradicionalmente os bancos públicos ficam sob a alçada do Ministério da Fazenda, que a partir de janeiro de 2023 será comandado por Fernando Haddad.

A parlamentar do Mato Grosso do Sul tinha como meta assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, mas a pasta foi entregue para o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). A senadora chegou a dizer que não aceitaria comandar nenhuma pasta que não fosse a cuida dos programas sociais, mas passou a avaliar outras opções após se reunir com Lula na semana passada.

Antes de Tebet outros nomes foram cogitados para a pasta. Para balancear com o perfil de Haddad na Fazenda, que é bastante ligado a Lula, a ideia era colocar um economista de tendência mais liberal. Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, foi convidado, mas recusou. Também houve a tentativa de chamar o economista André Lara Resende, que junto com Arida foi o principal mentor da proposta que deu origem ao Plano Real, mas ele também não aceitou o convite.

Haddad chegou a tentar uma solução dentro da política e sondou o interesse do senador eleito Renan Filho (MDB-AL) para o cargo. No entanto, a bancada do MDB no Senado não aceitou e demonstrou preferência por uma pasta com capacidade de entrega direta a população. A tendência é que Renan Filho seja escolhido ministro do Transportes.

Além de Tebet e do senador eleito por Alagoas, o MDB também deve emplacar um indicado no Ministério das Cidades. No entanto, ainda há indefinição. O governador do Pará, Helder Barbalho, tem demonstrado preferência para que Jader Filho, seu irmão, seja o escolhido. O Pará elegeu nove deputados federais do MDB neste ano, o que fortalece o governador nas negociações. Apesar disso, parte da bancada da Câmara prefere que o escolhido seja José Priante, que é primo do governador, mas também tem interlocução com mais emedebistas além da bancada do Pará.

Outros partidos também conversam com o presidente eleito para indicar ministros. O União Brasil dá como certa a escolha do deputado baiano Elmar Nascimento para comandar o Ministério da Integração Nacional. Mesmo assim, integrantes do partido vão evitar se classificar como base e já têm um discurso pronto para se desvincular da escolha de Elmar. A ideia é atribuir a indicação ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de quem o deputado da Bahia é próximo. O esforço para evitar se classificar como lulista se deve a uma tentativa de manter na legenda senadores que são opositores de Lula, como Sergio Moro (PR), Alan Rick (AC) e Márcio Bittar.

Por sua vez, o PSD terá os senadores Alexandre Silveira (MG) na pasta de Minas e Energia e Carlos Fávaro (MT) no Ministério da Agricultura. Além disso, a bancada da sigla na Câmara tenta emplacar o deputado Pedro Paulo (RJ), aliado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, no Ministério do Turismo.

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Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.

A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires