MST invade sede do Incra em Mato Grosso do Sul e pressiona governo por assentamentos rurais

Política
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu na manhã desta quarta-feira a sede do Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande (MS). O ato, iniciado por volta das 7h, foi informado pelo próprio movimento em nota em seu site oficial. Segundo o movimento, cerca de 200 militantes participam da ação.

Na nota, o MST informou que a mobilização tem o objetivo de "pressionar pela distribuição de terras para reforma agrária em áreas que já estão em negociação, que possuem ocupações ou cujos proprietários possuem irregularidades com a União". "Nossa ocupação é uma ação organizada com o objetivo de avançarmos na negociação com o Incra em MS e no Brasil, rumo à Reforma Agrária", disse Laura Santos, da direção estadual do MST em Mato Grosso do Sul.

No Estado, o MST reivindica áreas em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Bataiporã e Dourados para destinação a assentamentos para reforma agrária. O movimento também acusa fazendas crime de trabalho escravo.

O ato, de acordo com o movimento, faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre neste mês, conhecido como Abril Vermelho, em repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando 21 trabalhadores rurais ligados ao MST foram assassinados pela Polícia Militar. Na última segunda-feira, o MST invadiu 24 áreas nesta segunda-feira em 10 Estados e no Distrito Federal, com 20 mil famílias mobilizadas. O movimento informou à reportagem que há 27 "ocupações" em andamento.

No domingo, 14, o MST envadiu propriedades da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), e uma segunda área da Codevasf, utilizada pela Embrapa também em Petrolina.

Nesta semana, o governo federal lançou o Programa Terra para Gente, para acelerar o assentamento de famílias no País. O programa prevê a inclusão de 295 mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária, sendo 74 mil assentadas e 221 mil reconhecidas ou regularizadas em lotes de assentamentos existentes até 2026. O MST afirmou que as iniciativas do governo voltadas à reforma agrária são "insuficientes" e que há 70 mil famílias vivendo em acampamentos.

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O Conselho de Melhoria de Licenciamento Federal dos EUA anunciou nesta sexta, 18, que irá acelerar o licenciamento de 10 projetos de mineração nos EUA - em resposta à uma ordem executiva do presidente Donald Trump de medidas para aumentar a produção mineral no país.

"Esse é o primeiro uso da autoridade de transparência do Conselho de Licenciamento, e esperamos mostrar os muitos benefícios que ele pode trazer para projetos de infraestrutura essenciais como parte da ordem do presidente Trump", disse Manisha Patel, diretora executiva em exercício do Conselho de Licenciamento.

A mudança impulsiona propostas como a mina de antimônio e ouro em Idaho da Perpetua Resources, uma mina de cobre no Arizona da Rio Tinto e uma de cobre e prata em Montana da Hecla Mining.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira, 17, um instrumento liberando a pesca comercial no Monumento Nacional Marinho das Ilhas Remotas do Pacífico (PRIMNM, na sigla em inglês), onde até então era proibida.

O próprio instrumento menciona que o PRIMNM "foi estabelecido para proteger e preservar as terras e o ambiente marinho ao redor das Ilhas Wake, Baker, Howland e Jarvis; os Atóis Johnston e Palmyra; o Recife Kingman; e os objetos históricos e científicos neles contidos", incluindo peixes, aves, mamíferos marinhos, corais e a biodiversidade geral dos ecossistemas locais.

"Como parte da gestão do PRIMNM, a pesca comercial está atualmente proibida dentro de seus limites", menciona a resolução assinada por Trump na quinta-feira, 17. "Considero que uma pesca comercial devidamente gerida não colocaria em risco os objetos de interesse científico e histórico que o PRIMNM protege", completou.

No documento, o presidente norte-americano afirma que proibições à pesca comercial fizeram as frotas pesqueiras de seu país perderem acesso a quase metade da Zona Econômica Exclusiva dos Estados Unidos nas Ilhas do Pacífico.

"Isso levou os pescadores americanos a pescarem em águas internacionais mais distantes da costa para competirem com frotas estrangeiras pouco reguladas e altamente subsidiadas. Isso impõe desvantagens aos pescadores comerciais honestos dos Estados Unidos e prejudica territórios americanos como a Samoa Americana, cuja economia do setor privado depende em mais de 80% da indústria pesqueira", justificou Trump, na resolução.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o país está pronto para mediar e auxiliar nas negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. "Estamos prontos para ajudar, mediar e desempenhar qualquer papel que, do ponto de vista do Irã, seja útil e aceitável para os Estados Unidos", disse Lavrov, durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, 18, ao lado do ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.

Nesta sexta-feira, o Irã buscou apoio da Rússia para um possível acordo com os Estados Unidos sobre o rápido avanço do programa nuclear de Teerã, antes de uma segunda rodada de negociações neste fim de semana, em Roma.

Araghchi elogiou o papel da Rússia no acordo nuclear de 2015 do Irã com potências mundiais, que culminou no levantamento das sanções em troca da imposição de limites por Teerã às suas atividades nucleares. "Estamos esperançosos e esperamos que a Rússia continue apoiando qualquer novo acordo", disse.

O acordo nuclear de 2015 fracassou com a saída unilateral do presidente americano Donald Trump, enquanto o Irã abandonou todos os limites ao seu programa nuclear e enriqueceu urânio com até 60% de pureza - próximo aos níveis de 90% para armas nucleares.

Segundo a agência de notícias russa Interfax, Lavrov contou ter discutido detalhadamente com Araghchi o Plano de Ação Conjunta Abrangente sobre o programa nuclear iraniano. "Partimos do fato de que a única opção para um acordo, como o ministro (iraniano) acabou de dizer, é um acordo exclusivamente sobre questões nucleares", destacou Lavrov.

O ministro russo também disse que Araghchi se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, na quinta-feira, em conversas que "enfatizaram a dinâmica sem precedentes do diálogo político" entre Moscou e Teerã. Ele não deu detalhes, apenas disse que Putin estava "muito satisfeito" com as negociações.

Já em Paris, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, expressou esperança de que as negociações com o Irã sejam "frutíferas e que possam levar a algo". "Todos nós preferimos uma resolução pacífica e duradoura", afirmou.