Entenda por que Sérgio Cabral será solto apesar das condenações somarem 400 anos

Política
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Último político preso em regime fechado na esteira da Operação Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral pode ser solto a qualquer momento. Ele recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para deixar o presídio de Bangu 8. A soltura depende apenas de trâmites processuais de praxe. A expectativa da defesa é que ele seja liberado até segunda-feira, 19.

O ex-governador cumpria prisão preventiva desde 2016. Essa é uma modalidade de prisão cautelar ou processual - ou seja, decretada no curso de uma ação, quando ainda não há condenação definitiva. As prisões preventivas não têm prazo definido, mas devem ser revistas a cada 90 dias pelo juiz responsável. Elas podem ser determinadas para evitar interferências em investigações ou a continuidade de crimes, por exemplo.

Isso quer dizer que, na prática, Cabral ainda não havia começado a cumprir a pena no processo. Isso porque ainda há possibilidade de recurso. O STF decidiu, em 2019, que o cumprimento da pena só começa depois que todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado da condenação) tenham sido esgotadas.

Os advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes, que representam o ex-governador, argumentaram justamente que a prisão preventiva havia se prolongado além do prazo razoável. A defesa também afirmou que Sérgio Cabral não tem mais influência política no Governo do Rio, um dos motivos que justificou sua prisão em 2016. Na época, ele já não estava mais no cargo, mas havia conseguido emplacar o sucessor Luiz Fernando Pezão.

Embora tenha conseguido habeas corpus para deixar a prisão, o ex-governador passará para prisão domiciliar, decretada em outros processos. Ao todo, as condenações de Cabral chegam a 430 anos de prisão. Nenhuma delas transitou em julgado.

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As forças armadas de Israel atacaram o principal líder do Hamas em Gaza nesta terça-feira, 13, em um ataque aéreo que, se for bem-sucedido, marcará uma importante vitória militar em um momento em que o país está sob pressão para encerrar a guerra.

Uma autoridade israelense disse que o ataque tinha como alvo Mohammed Sinwar, que efetivamente assumiu o comando do Hamas em Gaza depois que Israel matou seu irmão, Yahya Sinwar, em outubro. Israel pode levar dias para determinar se o ataque foi bem-sucedido, afirmou outra autoridade.

Mohammed Sinwar foi responsável pela construção da ala militar do Hamas e era próximo do principal comandante do grupo terrorista designado pelos EUA, Mohammed Deif, que foi morto por Israel no ano passado.

Se Mohammed Sinwar estiver morto, isso significaria que todos líderes mais importantes do Hamas por trás do ataque de 7 de outubro foram eliminados.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve se encontrar com o novo presidente da Síria, Ahmed Al-Sharaa, quando o sírio viajar para Riad, a capital saudita, na quarta-feira, 14, de acordo com uma autoridade da Casa Branca.

Segundo uma autoridade síria, Sharaa espera garantir o fim das sanções americanas à Síria, que estão prejudicando a economia do país. O líder, um islamita anteriormente alinhado ao Estado Islâmico no Iraque e à Al-Qaeda, que ainda é considerado terrorista por Washington, renunciou a seus laços com o radicalismo e prometeu liderar um governo inclusivo.

Sharaa está tentando obter o apoio dos EUA para reconstruir a Síria após mais de uma década de guerra civil e autoridades do governo dizem que ele quer compartilhar com Trump sua visão de uma reconstrução no estilo do Plano Marshall, na qual empresas americanas e ocidentais venceriam a concorrência da China e de outras potências. Ele está entrando em contato com Israel por meio de intermediários e sinalizando disposição para permitir que empresas americanas de petróleo e gás operem no país.

O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica morreu nesta terça-feira, 13, aos 89 anos. A notícia foi confirmada nas redes sociais pelo atual presidente do país, Yamandú Orsi.

"Com profunda dor, comunicamos que faleceu nosso companheiro Pepe Mujica. Presidente, militante, referência e líder. Vamos sentir muito a sua falta, querido Velho. Obrigado por tudo o que nos deu e por seu profundo amor pelo seu povo", escreveu Orsi.

Ontem, em entrevista à imprensa uruguaia, a ex-vice-presidente e esposa de Mujica, Lucía Topolanski, havia revelado que o ex-mandatário estava em "fase terminal" de um câncer no esôfago e recebia cuidados paliativos para o alívio da dor. Segundo ela, a equipe médica fazia o possível para que Mujica se sentisse "da melhor maneira possível".

A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.