Processos contra Janones, Fernanda Melchionna e Glauber Braga voltam à pauta de Conselho

Política
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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados retomará as análises dos processos contra os deputados federais André Janones (Avante-MG), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Gauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro. A reunião está programada para às 11h desta quarta-feira, 4, e ainda não há local definido para o encontro.

Janones é suspeito de ter cobrado de seus assessores uma devolutiva do salário para pagar despesas pessoais, prática conhecida como "rachadinha". Durante uma conversa com Câmara, em 5 de fevereiro de 2019, o deputado afirmou que alguns funcionários receberiam salários maiores e devolveriam parte desse dinheiro para que Janones pudesse arcar com os custos da corrida eleitoral para prefeito. "Eu perdi R$ 675 mil na campanha", afirmou o parlamentar na gravação feita por um ex-funcionário.

Relator do caso, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) defendeu a rejeição do processo contra Janones, sob alegação de que o político ainda não ocupava o cargo na Câmara no momento em que realizou as declarações. O áudio contradiz a tese.

Marcada para a última terça-feira, 28, a reunião do Conselho de Ética iria analisar o caso. Porém, Boulos faltou à sessão e, como ele é o relator, a análise teve de ser adiada.

Melchionna é acusada de ofender a família Bolsonaro durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara, em 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, a parlamentar solicitou o tempo de líder para se opor ao projeto apresentado pelo Partido Liberal (PL) sobre mudanças na legislação penal a respeito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e relacionou a família Bolsonaro a criminosos.

O relator da apresentação, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), considerou que não houve quebra de decoro parlamentar.

Por fim, Braga é acusado de agredir fisicamente o deputado Abílio Brunini (PL-MT) durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdades Racial, da Câmara, em 8 de novembro de 2023, a qual discutia sobre a guerra na Faixa de Gaza.

Brunini interrompeu a sessão em defesa de Israel, alegando que os cartazes apresentados continham representações xenofóbicas e de apologia ao antissemitismo. Ao se posicionar em frente a mesa como ato de protesto, houve tumulto. Abílio Brunini diz que foi agredido por Braga fisicamente com empurrões e puxões, o que teria causado danos à sua honra e ao traje. O relator, deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), ainda não apresentou o parecer.

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O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

Os planos para o desfile, conforme detalhado pela primeira vez pela The Associated Press na quinta-feira, preveem que cerca de 6.600 soldados marchem de Arlington, Virgínia, até o National Mall, juntamente com 150 veículos e 50 helicópteros. Até recentemente, os planos do festival de aniversário do Exército não incluíam um desfile maciço, que, segundo as autoridades, custará dezenas de milhões de dólares.

Trump há muito tempo deseja um desfile militar, e as discussões com o Pentágono sobre sua realização - em conjunto com o aniversário presidencial - começaram há menos de dois meses.

O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

Na tarde de hoje, as autoridades do Exército comentaram que prosseguirão com o desfile, mas que ainda não há uma estimativa de custo.

Os habitantes de Cingapura irão às urnas neste sábado, 3, em uma eleição geral que deve manter no poder o Partido de Ação Popular (PAP), que governa a cidade-estado há décadas, e que é observada de perto como um termômetro da confiança pública na liderança do primeiro-ministro, Lawrence Wong, que assumiu o cargo no ano passado. Ele espera obter um mandato mais forte.

"Se o PAP tiver um mandato enfraquecido, é certo que haverá quem tente nos pressionar. Será mais difícil defender os interesses de Cingapura. Mas, com um mandato claro de vocês, minha equipe e eu poderemos representar o país com confiança", disse Wong nesta semana.

Esta é a primeira eleição sob a liderança de Wong desde que ele sucedeu Lee Hsien Loong, que deixou o cargo no ano passado após duas décadas no comando da cidade-Estado.

Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

A oposição admite que não pode derrotar o PAP, mas pede aos eleitores uma representação mais forte no Parlamento.

O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.