Em SP, Boulos vai melhor no extremo leste e Nunes, na zona oeste, diz pesquisa

Política
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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, tem melhor performance entre eleitores da zona leste da capital paulista. Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição, recebe mais intenções de voto entre os moradores da Zona Norte da cidade, além da região central. É o que revelam os cruzamentos por região da pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta segunda-feira, 1.

Na soma de todas as regiões da cidade, no principal cenário estimulado da pesquisa, o deputado federal figura com 29% de menções e o prefeito, com 28%. Como a margem de erro do levantamento é de três pontos porcentuais, há um empate técnico, apesar da vantagem numérica de Guilherme Boulos.

No cruzamento regional, o melhor desempenho de Boulos é na região "Leste II", que contempla os bairros mais distantes do centro paulistano. Nesta porção da cidade, o deputado federal desponta com 36% de intenções de voto. O pré-candidato do PSOL também apresenta bom desempenho na região sul, onde figura com 34%.

Ricardo Nunes obtém seus melhores resultados na região oeste, com 33% de menções, e no Centro-Sul, com 31%. (Veja abaixo a relação dos distritos que integram cada região, segundo a metodologia do Real Time Big Data).

Assim como Nunes, Pablo Marçal, do PRTB, vai melhor entre os entrevistados da região oeste: nesta localidade, o empresário e influenciador figura com 19% de menções.

Já José Luiz Datena (PSDB), tal como Guilherme Boulos, vai melhor no eleitorado da região sul e nos bairros do extremo leste da capital: em ambas as regiões, o tucano registra 13% de intenções de voto. O melhor desempenho da deputada federal Tabata Amaral (PSB) é na porção "Centro-Sul", onde figura com 13% de menções.

Os resultados do Real Time Big Data, por ora, indicam uma inversão entre os melhores desempenhos de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes nas eleições anteriores: como mostrou o Estadão, Nunes, historicamente, performou melhor na região sul, sua base eleitoral enquanto vereador da cidade. Já Boulos, na eleição à Câmara, foi melhor na região oeste, da qual é natural.

Legenda das regiões

A metodologia do Real Time Big Data não considera a divisão regional oficial da Prefeitura de São Paulo.

Confira abaixo quais bairros e distritos integram os grupos elaborados pelo instituto:

- Centro-Sul: Bela Vista, Santa Ifigênia, Jardim Paulista, Vila Mariana, Indianópolis, Saúde e Ipiranga.

- Oeste: Perdizes, Lapa, Pinheiros, Butantã, Rio Pequeno e Jaraguá.

- Norte: Santana, Vila Maria, Casa Verde, Tucuruvi, Pirituba, Nossa Senhora do Ó, Jaçanã, Brasilândia, Perus, Vila Sabrina e Lauzane Paulista.

- Sul: Valo Velho, Santo Amaro, Capela do Socorro, Jabaquara, Campo Limpo, Cidade Ademar, Grajaú, Piraporinha, Capão Redondo, Parelheiros, Jardim São Luís, Cursino e Pedreira.

- Leste I: Mooca, Tatuapé, Vila Prudente e Vila Formosa.

- Leste II: São Miguel Paulista, Itaquera, Penha, Ermelino Matarazzo, Vila Matilde, Sapopemba, Itaim Paulista, Guianases, São Mateus, Cangaíba, Ponte Rasa, Jardim Helena , Vila Jacuí , Cidade Tiradentes , José Bonifácio , Parque do Carmo e Teotônio Vilela.

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O governo de Israel e o grupo terrorista Hamas fecharam as bases para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de Gaza, após intensa mediação de Estados Unidos, Catar e Egito nesta quarta-feira, 15.

Segundo fontes israelenses e uma autoridade de um dos países envolvidos nas negociações, citados pelo New York Times e pela mídia israelense, ainda faltam confirmar a data de início da trégua e outras questões técnicas. O acordo deve ser anunciado ainda nesta quarta pelo premiê do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, que comanda as negociações.

O acordo também precisa ser formalmente ratificado pelo gabinete israelense. O Hamas colocou nas últimas horas da negociação demandas sobre a fronteira entre Egito e Gaza, atualmente controlada pelas forças israelenses, mas ainda não está claro se elas foram aceitas ou deixadas de lado.

O pacto também ameaça a estabilidade do governo de Binyamin Netanyahu. O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaça retirar o apoio à coalizão e articula para que outros parlamentares de extrema direita rompam com o governo. Segundo a mídia israelense, no entanto, o governo tem a maioria dos votos no gabinete para aprovar a trégua.

O presidente eleito americano, Donald Trump, celebrou o acordo em suas redes sociais. Seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, participou ativamente das negociações ao lado de emissários do presidente Joe Biden. "Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve", disse o republicano.

Libertação de reféns

O pacto fechado nesta quarta prevê que dezenas de reféns israelenses devem ser libertados, assim como centenas de prisioneiros palestinos e uma trégua nos combates.

O acordo de três fases - com base em uma estrutura estabelecida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e endossada pelo Conselho de Segurança da ONU - deve começar com a libertação gradual de 33 reféns ao longo de um período de seis semanas, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos em troca de centenas de prisioneiros palestinos que estão nas prisões israelenses.

Entre os 33, estariam cinco soldados israelenses, cada uma das quais seria libertada em troca de 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 terroristas condenados que estão cumprindo penas perpétuas. Ao final da primeira fase, todos os reféns civis- vivos ou mortos - terão sido libertados.

Durante esta primeira fase de 42 dias, as forças israelenses se retirariam dos centros populacionais de Gaza, os palestinos seriam autorizados a começar a retornar para suas casas no norte do enclave. Além disso, haveria um aumento na ajuda humanitária, com cerca de 600 caminhões entrando a cada dia no enclave.

Os detalhes da segunda fase ainda devem ser negociados durante a primeira fase. Esses detalhes continuam difíceis de resolver - e o acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo continuará até que um acordo seja alcançado, sinalizando que Israel poderia retomar sua campanha militar após o término da primeira fase.

Fases do acordo

Caso um acordo seja realizado para a continuidade do cessar-fogo, o Hamas libertaria o restante dos sequestrados vivos, principalmente soldados homens, em troca de mais prisioneiros e da "retirada completa" das forças israelenses de Gaza, de acordo com o rascunho do acordo. O grupo terrorista apontou que não libertaria os reféns restantes sem o fim da guerra e uma retirada israelense completa de Gaza, enquanto o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu prometeu só encerrar a guerra após destruir as capacidades militares do Hamas.

Em uma terceira fase, os corpos dos reféns restantes seriam devolvidos em troca de um plano de reconstrução de três a cinco anos que seria executado em Gaza sob supervisão internacional. (Com agências internacionais).

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em publicação na Truth Social que um acordo para os reféns no Oriente Médio foi alcançado nesta quarta-feira. "Eles serão libertados em breve. Obrigado!", escreveu o republicano há pouco.

Um pouco mais cedo, a Axios afirmou que o cessar-fogo entre Israel e Hamas foi alcançado, após uma semana de negociações entre as partes. É esperado que o governo israelense vote o acordo até esta quinta-feira. No fim de semana, Trump teria mandado o enviado responsável por Oriente Médio, Steven Witkoff, para participar das conversas para interromper o conflito.

Mediadores das negociações entre Israel e o Hamas, Israel, Catar e Egito confirmaram, há pouco, o fechamento do acordo para cessar-fogo na Faixa de Gaza, como já havia sido adiantado pela imprensa estrangeira mais cedo.

Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, informou que a trégua começa oficialmente no próximo domingo, 19, e que a primeira fase vai durar 42 dias.

O premiê explicou que as partes envolvidas continuarão trabalhando para assegurar a implementação do acordo. "ESperamos que esta seja a última página da guerra", afirmou ele, que disse acreditar que os dois lados estão comprometidos.

Em comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o acordo não apenas acabará com as hostilidades em Gaza, mas também ampliará o fluxo de assistência humanitária na região e garantirá o retorno dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.