Bolsonaro diz que pode voltar a ser alvo da PF em meio a investigações

Política
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Alvo de investigações por fraudes no cartão de vacinação e na venda das joias sauditas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 19, que a Polícia Federal (PF) pode voltar a cumprir mandados em suas residências. Segundo o ex-presidente, querem taxá-lo de "corrupto": "Vão tentar me esculachar".

"Amanhã pode vir na porta da minha casa a Polícia Federal pela quarta vez, buscar cartão de vacina. Eu não me vacinei. Vai lá buscar meu passaporte. Vai tentar, cada vez mais, me achincalhar, me esculachar, mas não vão encontrar nada porque não tem", afirmou Bolsonaro em um trio elétrico ao lado do senador Flávio Bolsonaro e do pré-candidato à Prefeitura do Rio Alexandre Ramagem.

Em meio aos avanços da investigação sobre o monitoramento de opositores pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão bolsonarista, Bolsonaro voltou a investir na narrativa de perseguição. Segundo o ex-chefe do Executivo, "apesar das perseguições e das acusações, vale a pena não desistir do Brasil".

"Eu poderia estar no EUA. Tinha proposta para ganhar 30 mil dólares", afirmou.

Nesta quinta, 18, Bolsonaro disse que Ramagem "paga um preço alto pela ousadia" de querer governar uma cidade como o Rio.

A reafirmação de apoio a Ramagem ocorre na semana em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do áudio de uma reunião em que o ex-presidente, o general Augusto Heleno (então chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e o ex-chefe Abin discutem um plano para anular o inquérito das "rachadinhas" - investigação que fechou o cerco a Flávio Bolsonaro, filho "01" do ex-chefe do Executivo.

Desde que o caso veio à tona, o ex-presidente tem investido na narrativa de perseguição. Ontem, não foi diferente.

"Quando se fala em 2026, temos que passar por 2024. Todos aqueles que estão ao meu lado sofrem perseguição. Pagam um preço alto por ombrear-se comigo. Vocês sabem como somos perseguidos. Até baleia colocam na minha frente", discursou Bolsonaro a apoiadores em um ato na Tijuca, na zona norte.

Na quarta-feira, 17, Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais em que o pai anunciava os compromissos públicos no Rio ao lado de Ramagem nesta semana. A gravação de apoio põe fim às especulações sobre uma possível troca de candidato na disputa pela prefeitura do Rio nas eleições deste ano e é considerado uma vitória de Flávio, o principal articulador da campanha de Ramagem.

O senador é tido como a ponte entre Ramagem e Bolsonaro e o principal defensor da candidatura do aliado. Como mostrou o Estadão, o ex-presidente se irritou com Ramagem após a informação de que a Polícia Federal encontrou o áudio da reunião, mas que o PL pretendia manter a candidatura de Ramagem mesmo com o avanço das investigações que apuram um suposto esquema de espionagem ilegal na Abin.

Bolsonaro diz que Haddad quer taxar o PIX

O ex-presidente voltou a investir no discurso de campanha, com acenos a setores da segurança pública, evangélicos e com ataques ao PT. Nos dois atos na capital fluminense, Bolsonaro e aliados entoaram discursos contra a legalização do aborto, a descriminalização das drogas e a favor das escolas cívico-militares.

"O Nordeste era pra ser a melhor região do País. O PT está há 20 anos no Nordeste. Qual o melhor Estado do Brasil: Santa Catarina. O PT nunca passou por lá. Onde o PT está tem a desgraça. O atual prefeito (Eduardo Paes) vive de abraços com o Lula. Vai piorar", afirmou.

O ex-chefe do Executivo alfinetou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). De acordo com Bolsonaro, ele pretende "taxar o Pix".

"Na nossa política econômica atendemos a todos. O Pix passou a ser realidade. Se fosse esse governo, ele tinha negado. Está faltando o Haddad taxar o Pix. Depois de taxar as blusinhas, ele (Haddad) quer taxar o Pix", disse.

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O Ministério da Defesa da Rússia afirmou neste domingo, 20, que as forças ucranianas lançaram ataques noturnos na região de Donetsk, apesar do cessar-fogo de Páscoa. "Durante a noite do #CessarFogoPáscoa, o regime de Kiev lançou 48 drones, incluindo um sobre a Crimeia. Tropas ucranianas atingiram posições russas com armas e canhões 444 vezes e realizaram 900 ataques com drones do tipo quadricóptero", informou o ministério em publicação na rede social X.

Segundo o ministério, houve "mortos e feridos entre a população civil". O ministério afirma que as tropas russas observaram rigorosamente o cessar-fogo. Autoridades instaladas pela Rússia na região ucraniana parcialmente ocupada de Kherson também disseram que as forças ucranianas continuaram seus ataques.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou no sábado uma trégua temporária nos ataques pelo exército russo durante o fim de semana de Páscoa. De acordo com o Kremlin, o cessar-fogo durará das 18 horas, horário de Moscou, de sábado, até a meia-noite do domingo de Páscoa.

Putin não ofereceu detalhes sobre como o cessar-fogo seria monitorado ou se abrangeria ataques aéreos ou batalhas terrestres, que ocorrem 24 horas por dia.

No sábado, poucas horas após anunciar o cessar-fogo, Putin participou de uma missa de Páscoa na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, liderada pelo Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa e defensor da guerra na Ucrânia. A trégua temporária declarada ocorre em meio à ameaça dos Estados Unidos de abandonarem as negociações para um cessar-fogo entre os países, caso não haja um progresso em breve.

A Ucrânia também acusa a Rússia de não respeitar o cessar-fogo. Desde que a trégua temporária foi anunciada por Putin, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que as ações militares russas continuam.

Mais cedo, Zelensky acusou a Rússia de violar o cessar-fogo e contabilizou 26 ataques em 12 horas. O governo ucraniano propõe a extensão do cessar-fogo para 30 dias após a Páscoa.

*Com informações da Associated Press

Opositores do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram protestos em várias cidades dos Estados Unidos no sábado, 19, denunciando o que classificam como "ameaças aos ideais democráticos do país". Os organizadores afirmam se opor ao que chamam de violações dos direitos civis e constitucionais de Trump, incluindo os esforços para deportar dezenas de imigrantes e reduzir o governo federal, demitindo milhares de funcionários públicos e efetivamente fechando agências. Os protestos acontecem apenas duas semanas após manifestações semelhantes em todo o país.

As manifestações incluíram uma marcha pelo centro de Manhattan e um comício em frente à Casa Branca. Em Boston, manifestantes se concentraram na reconstituição das Batalhas de Lexington e Concord, alegando que o país vive um momento perigoso para sua liberdade.

Em Denver, centenas de manifestantes se reuniram no Capitólio do Estado do Colorado com faixas expressando solidariedade aos imigrantes e dizendo ao governo Trump: "Tirem as Mãos!". Milhares de pessoas também marcharam pelo centro de Portland, Oregon, enquanto em São Francisco, centenas soletraram as palavras "Impeach & Remove" em uma praia de areia ao longo do Oceano Pacífico, também com uma bandeira dos EUA de cabeça para baixo. As pessoas protestaram pelo centro de Anchorage, Alasca, com cartazes feitos à mão listando os motivos pelos quais estavam protestando.

Em outros lugares, protestos foram planejados em frente a concessionárias da Tesla contra o bilionário e conselheiro de Trump, Elon Musk, e seu papel na redução do governo federal. Outros organizaram eventos mais voltados para o serviço comunitário, como campanhas de arrecadação de alimentos, palestras e trabalho voluntário em abrigos locais.

Em Washington, manifestantes citavam preocupações com as ameaças aos direitos ao devido processo legal, protegidos pela Constituição, à Previdência Social e a outros programas federais de segurança. Em Columbia, Carolina do Sul, centenas de pessoas protestaram na sede do governo estadual segurando cartazes com slogans como "Lute Ferozmente, Harvard, Lute".E em Manhattan, manifestantes se reuniram contra as contínuas deportações de imigrantes enquanto marchavam da Biblioteca Pública de Nova York em direção ao Central Park e passavam pela Trump Tower. Fonte: Associated Press

Ataques israelenses no Líbano deixaram pelo menos dois mortos e dois feridos neste domingo, 20, segundo a Agência Nacional de Noticias libanesa (NNA), citando informações do Ministério de Saúde Pública do país. Um ataque com dois mísseis foi registrado na cidade de Houla, em Marjeyoun, ao sul do país, e outro ataque terrestre contra um carro ocorreu em Kawthariyeh al-Sayyad, conforme a NNA.

O veículo era do exército libanês e foi atingido por uma explosão com circunstâncias não esclarecidas, que deixou sete soldados feridos, segundo a Defesa Civil do país.

O exército israelense afirmou, em um comunicado, ter matado Hussein Ali Nasr, a quem descreveu como o vice-chefe da Unidade 4400 do Hezbollah. O Exército de Israel afirmou que Nasr ajudou a contrabandear armas e fundos para o Líbano por meio de "agentes iranianos", inclusive através do aeroporto de Beirute.

Desde o fim do cessar-fogo entre Israel e Hamas, ataques aéreos israelenses mataram dezenas de pessoas no Líbano, incluindo civis e membros do grupo paramilitar Hezbollah. O governo de Israel afirma ter como alvo redutos do Hezbollah no sul do Líbano.

O líder do Hezbollah, Naim Kassem, disse na sexta-feira que seus combatentes não se desarmarão enquanto as tropas israelenses permanecerem no sul do Líbano e a força aérea israelense violar regularmente o espaço aéreo libanês.

Mais cedo, autoridades libanesas anunciaram a detenção de várias pessoas que supostamente planejavam lançar foguetes contra Israel e confiscaram as armas, informaram os militares neste domingo.

O exército libanês afirmou que as prisões estão ligadas a outras detenções anunciadas no início da semana e que a inteligência militar investiga o caso.

*Com informações da Associated Press