Bolsonaro sugere que Lula e STF querem 'facilitar' seu assassinato ao comentar tiros em Trump

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se comparou ao presidente americano Donald Trump, que sofreu uma tentativa de assassinato na última semana, e insinuou que querem que o mesmo ocorra com ele no Brasil. A declaração foi dada em um comício na cidade gaúcha de Caxias do Sul nesta quinta-feira, 25.

"Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, eles querem que eu seja executado, não posso pensar em outra coisa", disse o ex-mandatário, ao afirmar que teve baixa de seguranças e carros blindados a suposto mando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por meio de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para assistir ao vídeo da declaração, clique aqui.

Questionado, o STF disse que "não encontrou relação da citada fala do ex-presidente com o STF ou com ministros do STF". A Secom disse em nota que direitos a ex-presidentes estão previstos em lei e que decisões não passam por Lula. A declaração do ex-presidente foi publicada pelo advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, em seu perfil no X (antigo Twitter).

No discurso, Bolsonaro disse que "Lula, pessoalmente" tirou dois carros blindados aos quais ele supostamente tinha direito. O ex-presidente também afirmou que quatro seguranças que trabalhavam em sua equipe foram alvo de medidas cautelares e tirados dele.

"Quando voltei para o Brasil, pela Presidência, tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois carros blindados. Tenho direito a oito funcionários. Os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram os quatro que trabalhavam na minha segurança", disse o ex-presidente.

Segundo a Constituição, ao fim do mandato os ex-presidentes têm direito a dois veículos oficiais com motoristas. Não há menção de que os equipamentos sejam blindados. A lei também garante uma equipe de quatro servidores para segurança e apoio pessoal, pagos com dinheiro público, e a possibilidade de mais dois servidores de nível cinco.

Os servidores aos quais Bolsonaro se refere foram alvo de medidas cautelares expedidas pelo Supremo em investigações envolvendo o caso das joias sauditas, a suposta tentativa de falsificação dos cartões de vacinação e a apurada tentativa de golpe de Estado. Os assessores são Sérgio Cordeiro, Max Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelati. As medidas cautelares impostas incluem a não comunicação deles entre si e com Bolsonaro.

O ex-presidente também mencionou que o filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio, teve o pedido de renovação do porte de arma à Polícia Federal (PF) negado pela Justiça carioca na semana passada. A decisão do magistrado responsável pelo julgamento foi de que era preciso "demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física".

O vereador justificou necessitar de arma de fogo por ser vereador em um dos municípios mais violentos do Estado do Rio, ser pessoa pública e filho do ex-presidente da República. Bolsonaro citou o caso como mais um suposto indício de que há tentativas vigentes para que ele seja executado, afirmando ainda que "o que acontece nos Estados Unidos, como um espelho, vem acontecendo no Brasil".

Nota na íntegra da Secom da Presidência

"As regras para ex-presidentes são as previstas na Legislação (Lei nº. 7.474/1986) e são as mesmas para todos os ex-presidentes: nenhum deles têm veículo blindado à disposição. Nada disso é assunto de decisão do presidente. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem livre direito para apontar qualquer nome para sua segurança, conforme previsto na lei, sendo oito cargos de livre provimento. Se as pessoas apontadas para esses cargos estão sofrendo restrições por medidas cautelares decididas pelo judiciário, o ex-presidente pode tanto mantê-las quanto substituí-las, porque são cargos de livre provimento dele. O ex-presidente Jair Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação."

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.