Após PT defender Maduro, PSOL diz ser justa a cobrança por transparência na eleição venezuelana

Política
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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifestou apoio à posição conjunta dos governos do Brasil, da Colômbia e do México, que pediram às autoridades eleitorais da Venezuela que divulguem os dados desagregados por mesa de votação.

Em nota com quatro tópicos, desta sexta-feira, 2, o PSOL escreveu que "diante das incertezas que rondam o processo eleitoral venezuelano, é justa a cobrança por mais transparência endereçada às instituições eleitorais daquele País".

Em seguida, o partido pediu a condenação dos embargos econômicos aplicados pelos Estados Unidos contra a Venezuela.

"O bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e seus aliados à Venezuela teve como principal vítima o povo pobre, privado do acesso a bens e serviços fundamentais. Por isso, a política de embargos econômicos e a ingerência estrangeira devem sempre ser condenadas", diz o texto.

A legenda também disse considerar "justa" a garantia de acompanhamento internacional independente. Além disso, criticou "ameaças golpistas" que, segundo a sigla, são "sustentadas pela direita venezuelana".

"A proposta de assegurar um acompanhamento internacional independente é justa. Qualquer medida que possa contribuir para legitimar uma saída que respeite a vontade e a soberania popular e a institucionalidade do país barrando as ameaças golpistas - sempre sustentadas pela direita venezuelana - contará com nosso apoio", declara.

Por último, a agremiação pregou a "paz" e a "superação do impasse" no país.

"A América Latina quer e precisa de paz, justiça social, democracia e um projeto de integração soberana e independente. E isso só pode acontecer com a superação do impasse na Venezuela. O PSOL seguirá trabalhando nessa direção", finaliza.

O texto foi publicado cinco dias após a eleição ter ocorrido na Venezuela em 28 de julho. Durante a semana, o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), havia manifestado "preocupação" com a situação da Venezuela.

O órgão eleitoral do país, cuja direção é de maioria chavista, declarou Nicolás Maduro como vencedor de Edmundo González, sem a conclusão da apuração das urnas. Nesta sexta, a instituição reafirmou a vitória de Maduro, mas não tornou públicas as atas reivindicadas.

A posição do PSOL contrasta com a externada pelo PT que, na última segunda-feira, 29, divulgou nota favorável a Maduro, a quem chama de "presidente reeleito" e ao processo eleitoral venezuelano. A nota gerou reações contrárias até mesmo dentro da legenda.

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O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.