Eduardo Bolsonaro posta vídeo antigo de Amorim com Maduro após montagem com IA

Política
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a publicar ontem, 2, um vídeo em que o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, aparece abraçando o ditador venezuelano Nicolás Maduro. Desta vez sem edição, o vídeo mostra um encontro que realmente ocorreu, em março de 2023, mas o deputado omite essa informação e, sem explicar, faz parecer que o vídeo é recente, feito no contexto da eleição no país vizinho.

A primeira versão do vídeo publicado pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro era uma montagem feita com inteligência artificial (IA). Eduardo foi criticado pela edição na qual Amorim aparecia "colado" a Maduro, mas voltou com o vídeo original sem contextualizar o momento em que fora gravado.

Celso Amorim foi enviado para o país vizinho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acompanhar a eleição presidencial que ocorreu no último domingo, 28. A reportagem entrou em contato com ele e com Eduardo Bolsonaro, mas não obteve retorno até o momento.

A plataforma chegou a marcá-la, a partir de denúncias de usuários, como conteúdo deepfake, ou seja, produzido ou adulterado por meio de inteligência artificial. No vídeo com edição, Amorim e Maduro colam os corpos durante um abraço, proximidade que no vídeo original não ocorre. A publicação alterada não está mais rotulada como sendo produzida por IA, opção em que os próprios usuários da plataforma podem alertar sobre um conteúdo possivelmente produzido com ajuda das ferramentas.

A reunião que aparece no vídeo ocorreu no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, nos primeiros meses do terceiro mandato do presidente Lula, quando uma delegação do governo federal foi até Caracas, capital da Venezuela, para retomar as relações com o regime de Maduro. A imagem foi transmitida pela Record TV, que informa que a origem da filmagem é o perfil oficial do venezuelano.

"Mas a esquerda quer te convencer que o problema, que faz Celso Amorim parar sua dedicação à 'democracia' venezuelana, sou eu que postei um vídeo claramente editado de Maduro com Celso Amorim. O encontro de fato aconteceu (vídeo sem edições aqui), mas o vídeo caricato que postei anteriormente não distorce a realidade: nem Celso e nem Lula condenam Maduro, muito pelo contrário", escreveu o deputado, ao publicar o vídeo sem edição.

Eduardo Bolsonaro também usou a publicação para defender o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por supostamente ser o centro de articulações golpistas após a vitória de Lula em 2022. O filho levanta uma falsa simetria entre as eleições venezuelanas, contestada por diversos países, com as eleições brasileiras em que o pai foi derrotado e que, segundo as investigações, articulou para tomar o poder por não aceitar o resultado das urnas.

No final da postagem, Eduardo pergunta se Celso Amorim vai continuar fazendo "cortina de fumaça". "E aí, Celso Amorim, vai continuar reclamando do meu post para criar seus espantalho? Ou vai de fato trabalhar para resolver o que interessa? Eu já sei a resposta", escreveu o deputado.

A Advocacia-Geral da União (AGU) foi questionada pela reportagemo sobre possíveis providências a serem tomadas pelas publicações do deputado. O órgão disse que vai "avaliar o tema em articulação com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)".

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O governo da China isentou de suas tarifas retaliatórias algumas importações dos EUA que o país teria dificuldade em obter imediatamente de outros países para proteger seus interesses nacionais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Entre os produtos, estão alguns semicondutores, equipamentos para fabricação de chips, produtos médicos e peças de aviação.

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Dois comerciantes de semicondutores disseram que a alfândega chinesa suspendeu as tarifas sobre oito categorias de chips fabricados nos EUA, incluindo unidades centrais de processamento, a partir de 24 de abril. As autoridades chinesas não removeram as tarifas sobre chips de memória dos EUA. Muitos chips desenvolvidos pela Intel e Texas Instruments estão isentos das tarifas, enquanto alguns produtos americanos da fabricante de chips de memória Micron Technology continuarão sujeitos às tarifas.

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Ele repetiu que a guerra foi culpa do ex-presidente americano Joe Biden, e disse que a Rússia pôde roubar a região da Crimeia da Ucrânia durante o governo Obama.

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"Os líderes concordaram em conversar novamente na oportunidade mais próxima", afirmou um porta-voz da Downing Street, em nota.

Mais cedo, Zelenski também se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir os esforços por um cessar-fogo com a Rússia.

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