ACM Neto apela para que aliado cotado para ministério não aceite convite

Política
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Acusado de adesismo no próprio partido, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, apelou para que o deputado João Roma (Republicanos-BA), seu ex-chefe de gabinete na prefeitura de Salvador, não se torne o próximo ministro do governo Jair Bolsonaro. A nomeação de Roma como ministro da Cidadania era dada como certa nos bastidores do Palácio do Planalto. O atual ministro, Onyx Lorenzoni (DEM), já foi comunicado que será deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência.

ACM Neto conversou com João Roma para demovê-lo de aceitar a indicação. Eles são amigos de longa data. Um aliado da dupla relatou ao Estadão que o deputado já "vestia a roupa de ministro", mas desistiu. O presidente do DEM saiu da conversa seguro de que "não há a menor chance" de Roma ser ministro.

Interlocutores de Neto afirmam que ele teve de intervir porque, dada a relação de compadrio entre eles, "ninguém acreditaria" que a nomeação não fosse aprovada pelo presidente do DEM. O Estadão não conseguiu contato com Roma.

A sondagem para que o deputado, hoje no Republicanos, aceitasse o cargo de ministro da Cidadania evoluiu desde quarta-feira, dia 3. Ele conversa diretamente com a direção do seu partido, chefiado pelo deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP). O partido apoiou a eleição de Arthur Lira (Progressistas-AL), aliado de Bolsonaro, como presidente da Câmara.

Deputado de primeiro mandato, Roma é muito ligado a ACM Neto e sua indicação poderia sair carimbada como uma indicação para atender o herdeiro político do "carlismo", que dominou a política baiana desde a época de seu avô Antônio Carlos Magalhães. No ano passado, Bolsonaro esteve em Vitória da Conquista (BA) e elogiou o "velho ACM". Além do Onyx, o partido tem outro filiado como ministro, a deputada Tereza Cristina, da Agricultura. Ambos, porém, são escolhas do presidente e não indicações partidárias.

Apesar de rejeitar os "extremos" na política há pelo menos quatro anos, Neto tem dito que não pode, ainda, rechaçar aliança com Bolsonaro para as eleições de 2022, nem com outros nomes de centro.

Em vídeo divulgado nesta sexta-feira, 5, ele negou que vá aceitar compor uma chapa presidencial como candidato a vice-presidente em 2022. "Não serei candidato a vice-presidente da República de Bolsonaro nem de nenhum outro candidato", disse o ex-prefeito da capital baiana.

Neto disse que jamais aceitou "discutir ou negociar cargos ou espaços" e que o DEM não tem interesse em virar base do governo, apesar de o Planalto considerar o partido aliado.

O presidente do DEM está sob pressão por efeito das traições na bancada federal do partido. Os cinco deputados baianos, aliados de Neto, se rebelaram publicamente na semana passada e romperam o acordo do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para apoiar o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na sucessão.

Sem acordo, o DEM optou por não apoiar oficialmente ninguém, mas terminou o processo rachado, com ameaça de debandada. Por não conseguir segurar a bancada baiana do DEM, Neto está em colisão direta com Rodrigo Maia. O ex-presidente da Câmara avalia migrar para o PSL e levar consigo parlamentares e prefeitos do Democratas. Nos bastidores, ACM Neto atribui a Maia as acusações de "bolsonarismo". Rompidos, eles não se falam desde a eleição da Câmara.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.