Pré-candidato à presidência da Câmara, Elmar Nascimento assume liderança do 'blocão'

Política
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Um dos principais pré-candidatos à presidência da Câmara, o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) tomou posse como líder do "blocão", nesta quarta-feira, 14. Maior coalizão política na Casa, o grupo reúne 161 deputados dos partidos União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, Avante, Solidariedade, PDT e PRD.

Em anúncio nas redes sociais, Elmar pregou "diálogo" e "entendimento".

"Com muita honra, mas também senso enorme de responsabilidade, compartilho em primeira mão que assumo a liderança do maior bloco da Câmara dos Deputados, com 161 parlamentares. Construí minha vida pública com base no diálogo e entendimento e é isso que pretendo continuar fazendo", escreveu Elmar.

O deputado prosseguiu: "Somos oito partidos, alguns alinhados mais à esquerda, outros à direita, mas o que nos une é o bem do Brasil. Buscarei, sempre, criar consensos em torno de pautas relevantes para o Brasil que a Câmara terá que votar neste semestre".

Na sequência, ele acrescentou: "A convergência de ideias e o entendimento mútuo serão nossos pilares para avançar nas discussões e aprovações necessárias. Juntos vamos contribuir para construir um futuro melhor para todos os brasileiros, respeitando as diferenças e valorizando o diálogo".

Elmar está na corrida para suceder o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na eleição legislativa do início do ano que vem. Os principais concorrentes do novo líder do "blocão" são o líder do PSD, Antonio Brito (BA), e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). Outros nomes citados nas negociações são os de Hugo Motta (Republicanos-PB), Dr. Luizinho (PP-RJ) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Brito é o líder do segundo maior bloco da Casa, com 147 deputados, que reúne PSD, Republicanos, MDB e Podemos.

Lira havia dito no mês passado que a Câmara amadureceria em agosto a possibilidade de criar um consenso em torno de um pré-candidato. Até o momento, no entanto, não houve consolidação de uma unidade. Também interessado no assunto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou em relação a um eventual apoio.

Segundo relatos do Palácio do Planalto, não está nas prioridades do governo para este mês a possibilidade de anunciar apoio a um pré-candidato à presidência da Câmara. Há uma avaliação de que não é de interesse de Lula antecipar a discussão.

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O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse na terça-feira, 13, que está disposto a alterar as regras federais que podem representar obstáculos para a construção de projetos de energia e capitalizar a abundância de recursos naturais do país.

Carney reiterou seu compromisso em ajudar a construir um oleoduto de oeste para leste para transporte de petróleo bruto - desde que haja um consenso nacional. O premiê disse que procura posicionar o país como uma superpotência energética que inclui, mas não se limita, à produção de petróleo e gás.

"O teste é que os canadenses merecem resultados - não retórica e nem falar uns com os outros", disse Carney em uma entrevista à CTV News Network do Canadá. "Acredito que, tanto por trabalhar no setor privado quanto no governo ao longo dos anos, você não consegue obter resultados a menos que trabalhe com parceiros."

Seus compromissos com o desenvolvimento energético surgem no momento em que o líder de Alberta, rica em recursos, pondera realizar um referendo no ano que vem sobre se a província deve se separar do país. A primeira-ministra de Alberta, Danielle Smith, disse que se opõe à secessão, mas os moradores da província estão irritados e frustrados com a política ambiental federal - sob o comando do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau - que, segundo ela, frustrou as perspectivas econômicas da região.

"Podemos ser uma superpotência energética e temos todos os componentes - em energia nuclear, energia hidrelétrica e, potencialmente, na captura e armazenamento de carbono, o que será um dos determinantes da competitividade industrial e da produtividade em vários setores."

Ele disse que já prometeu reduzir o escopo das avaliações ambientais necessárias antes que os projetos de energia possam receber sinal verde. "Essa é uma grande mudança de abordagem que potencialmente abre uma série de projetos."

Carney nomeou um ex-banqueiro do Goldman Sachs Tim Hodgson como Ministro da Energia. Na entrevista, Carney elogiou a gestão de Hodgson como presidente da Hydro One e como a empresa de distribuição de eletricidade fez incursões com as comunidades indígenas do Canadá para obter consenso sobre importantes projetos de recursos.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de José 'Pepe' Mujica, ex-presidente do Uruguai e ídolo da esquerda latino-americana, nesta terça-feira, 13.

"Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época", afirma o Itamaraty em nota, estacando o seu "compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária"

Mujica morreu aos 89 anos, após ter sido diagnosticado com um câncer de esôfago, que havia se espalhado. Com a idade avançada, ele não pode se submeter a tratamentos mais invasivos e se mostrou resignado com a morte em entrevista no começo do ano.

O Itamaraty relembrou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve com Pepe Mujica em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, no fim do ano passado. Na ocasião, Lula presenteou o líder uruguaio com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração a cidadãos estrangeiros.

O ministério das Relações Exteriores afirma ainda que o legado de Mujica continuará "guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações".

Por fim, o governo brasileiro se solidarizou com os familiares de Pepe Mujica e com os uruguaios.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto "Pepe" Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu.

Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas.

Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou "Pepe" Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como "a pessoa mais extraordinária" entre os presidentes com quem conviveu.

O legado de "Pepe" Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações.

Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade.

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, apresentou seu novo gabinete nesta terça-feira, 13, semanas após sua vitória eleitoral, apostando em novatos e autoridades-chave nas relações com os Estados Unidos para reconstruir uma economia fragilizada pela política tarifária do presidente Donald Trump.

Carney decidiu manter François-Philippe Champagne como ministro das Finanças. Champagne enfrenta duas grandes tarefas imediatas: receber seus colegas do G7 na próxima semana em Banff, Alberta, para um encontro de três dias que deverá ser dominado por questões comerciais; e apresentar um plano orçamentário, provavelmente no próximo mês, delineando cortes de impostos e investimentos, conforme prometido durante a campanha eleitoral.

A maioria dos 28 integrantes do gabinete são recém-eleitos ou estão assumindo um cargo ministerial pela primeira vez. A mudança reflete a tentativa de Carney de distanciar sua administração da anterior, liderada por Justin Trudeau. Ex-presidente do Banco do Canadá, Carney venceu a eleição em 28 de abril defendendo que sua experiência econômica e capacidade de formulação política são o que o país precisa para enfrentar o atual período de turbulência econômica.

"Este novo gabinete foi construído para entregar as mudanças que os canadenses desejam e merecem," disse o primeiro-ministro.

Antes de assumir a liderança do Partido Liberal, Carney criticou o governo Trudeau por não dar a devida atenção à economia, reconhecendo que o país já estava em uma situação frágil antes mesmo de Trump impor tarifas de até 25% sobre importações canadenses estratégicas, como de automóveis, aço e alumínio.

O comércio com os EUA representava cerca de um quinto do crescimento econômico do Canadá, e Carney alertou que a relação econômica de décadas com o país vizinho - marcada por uma rede de suprimentos altamente integrada - chegou ao fim. Ele tem falado sobre explorar novos laços econômicos e de defesa com a Europa e a Ásia.

"Será que o leste do Canadá poderá se reorientar para o comércio com a Europa e o oeste para o comércio com a Ásia? Não é impossível, mas será caro," disse o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel, em podcast produzido pelo CIBC Capital Markets.

Entre as mudanças notáveis no gabinete do primeiro-ministro está a nomeação de Anita Anand como ministra das Relações Exteriores. Mélanie Joly, que ocupava esse cargo e fazia parte do círculo próximo de Carney nas negociações com a Casa Branca de Trump, assumiu o Ministério da Indústria, enquanto Dominic LeBlanc manteve a responsabilidade pelo comércio entre os EUA e o Canadá.

David McGuinty será o novo ministro da Defesa do Canadá.