Novo debate entre candidatos à Prefeitura de SP pode ter ausências de Nunes, Boulos e Datena

Política
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Os candidatos à Prefeitura de São Paulo têm mais um debate marcado para esta segunda-feira, 19, o terceiro da corrida eleitoral de 2024. Apesar disso, há incerteza sobre a presença de alguns concorrentes no evento promovido pela revista Veja. Embora os organizadores tenham informado que todos os candidatos convidados confirmaram presença, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) não incluíram o debate em suas agendas. As assessorias dos dois candidatos evitaram cravar que eles não estarão presentes.

Quem confirmou que não estará presente foi José Luiz Datena (PSDB). O debate está nas agendas de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na zona leste da capital.

Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos. Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que "debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar". A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas "gravações" para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da Veja, por isso não participará do evento. "Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social", acrescentou o emedebista.

No sábado, 18, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso. "Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais", disse o emedebista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma "eleição limpa".

"Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito", disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: "É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral".

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes.

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem provas

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de "comedor de açúcar" e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como "para-choque de comunista" e a Nunes como "falsa direita".

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem "nobreza".

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para "lacrar nas redes sociais", como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Como será o debate desta segunda-feira

O debate desta segunda-feira será dividido em cinco blocos. No primeiro, será sorteado o candidato que fará a primeira pergunta, que poderá escolher quem será seu respondente. Este, por sua vez, seguirá selecionando um novo postulante para fazer um questionamento e assim sucessivamente até que todos tenham feito perguntas e respostas. Cada pergunta deve ser feita dentro de 30 segundos e, para as respostas, os candidatos terão um minuto e 30 segundos. Réplicas e tréplicas terão 30 segundos cada.

O segundo bloco é dedicado às perguntas feitas pelos jornalistas da Veja, que deverão selecionar um candidato para responder e outro para comentar a resposta do primeiro. Os tempos de perguntas e respostas neste bloco serão os mesmos, com exceção dos comentário e tréplicas, que poderão ter um minuto de duração. O terceiro e quarto bloco repetirão os formatos do primeiro e do segundo, respectivamente. Por fim, o quinto e último bloco dará aos candidatos a oportunidade de fazerem um pronunciamento final de até dois minutos.

Onde assistir?

O debate será transmitido pelo canal da Veja no Youtube e pelo site da revista. Além disso, também é possível assistir o embate pela plataforma de streaming Veja+.

Debates em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

- Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).

- Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).

- São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).

- Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).

- Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

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Incêndios devastadores estão assolando a área de Los Angeles, alimentados pelos fortes ventos e fazendo com que os moradores fujam das casas em chamas. Milhares de bombeiros estão lutando contra pelo menos três incêndios separados nesta quarta-feira, 8, desde a costa do Pacífico até Pasadena.

Com um número estimado de 1.000 estruturas destruídas e as chamas ainda se espalhando, o incêndio é o mais destrutivo da história de Los Angeles, de acordo com as estatísticas mantidas pela Wildfire Alliance, uma parceria entre o corpo de bombeiros da cidade e a MySafe:LA.

Através da rede social Truth, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que o governador Gavin Newscum se recusou a assinar a declaração de restauração da água apresentada a ele, que teria permitido que milhões de galões de água, provenientes do excesso de chuva e do derretimento da neve do Norte, fluíssem diariamente para muitas partes da Califórnia.

"Agora o preço final está sendo pago. Exigirei que esse governador incompetente permita que a água doce, limpa e bonita flua para a Califórnia!", escreveu Trump.

*Com informações da Associated Press

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Trump disse antes do Natal que o controle da Groenlândia era "uma necessidade absoluta" para "a segurança nacional e a liberdade em todo o mundo". Em uma coletiva em Mar-a-Lago, ele não descartou o uso da força para anexá-la, o que provocou preocupação e surpresa em Copenhague, assim como em outras capitais europeias.

No entanto, Løkke Rasmussen pediu calma. "Não é necessário dizer em voz alta tudo o que você pensa", disse o ministro. "Eu tento trabalhar com base nas realidades e acredito que todos deveríamos nos fazer um favor, diminuindo um pouco nosso ritmo cardíaco", acrescentou.

Também abordando os comentários de Trump em uma entrevista à emissora dinamarquesa TV2, a primeira-ministra Mette Frederiksen disse que não acreditava que os Estados Unidos usariam poder militar ou econômico para garantir o controle sobre a Groenlândia.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, sugeriu em tom sarcástico que a América do Norte, incluindo os Estados Unidos, poderia ser chamada de "América Mexicana", em resposta a fala do presidente eleito americano, Donald Trump, que demonstrou desejo de renomear o Golfo do México como "Golfo da América".

"Por que não chamamos a América do Norte de América Mexicana? Isso soa bonito, não é verdade?", defendeu Sheinbaum em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, enquanto mostrava um mapa com um desenho de 1607 da América do Norte e dizia que o Golfo do México é reconhecido internacionalmente desde então.

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