Homônimo de Boulos vai disputar Câmara de Vereadores e apoiar Nunes em SP

Política
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Morador da Chácara Santo Antônio, bairro nobre de São Paulo, o empresário Guilherme Boulos (Solidariedade), de 44 anos, tenta se eleger vereador da capital paulista pela primeira vez. Apesar de ter o mesmo nome do candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL), não vai apoiar o xará nas eleições de outubro. O empresário declarou voto no prefeito Ricardo Nunes (MDB), principal rival do concorrente do PSOL na disputa.

No registro no cartório, o primeiro sobrenome difere os dois. O candidato a vereador se chama Guilherme Bardauil Boulos. Já o postulante à Prefeitura é Guilherme Castro Boulos. O primeiro nasceu em 18 de junho de 1980 e o segundo, em 19 de junho de 1982. Os dois cresceram em bairros da zona oeste da capital paulista: o do Solidariedade, no Morumbi, e o do PSOL, em Pinheiros.

Enquanto o candidato a prefeito cursou Filosofia e Psicologia Clínica na Universidade de São Paulo (USP), o postulante à Câmara Municipal de São Paulo se graduou em Propaganda e Marketing e Administração de Empresas pela Universidade Paulista (Unip).

O candidato Boulos, do PSOL, foi professor da rede pública de ensino, até que se elegeu deputado federal em 2022, no terceiro pleito que disputou. Já o xará do Solidariedade construiu uma carreira empresarial no setor de transporte executivo e vai enfrentar as urnas pela primeira vez.

Outra diferença entre os dois está no patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato a prefeito declarou ter R$ 199.596,87 em bens. Já o do Solidariedade, por sua vez, informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1.269.752,43.

Candidatura contestada

Neste ano, os dois estão registrados na Justiça Eleitoral com o mesmo nome de urna. Ao Estadão, o candidato a vereador afirmou que escolheu o sobrenome porque sempre foi chamado de Guilherme Boulos. Ele afirmou não conhecer pessoalmente o xará, também disse não saber se eles têm algum grau de parentesco.

"Eu sou conhecido desde criança como Guilherme Boulos. Nos colégios e tudo me chamavam de Boulos, e também em todos os lugares que eu frequento. Talvez ele (o candidato a prefeito) seja um primo distante", afirmou.

No dia 9 de agosto, o procurador eleitoral Joel Bortolon Junior, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, contestou a candidatura do empresário por utilizar o mesmo nome de urna do deputado do PSOL. Segundo o magistrado, a semelhança "tem o potencial de induzir o eleitorado a erro ou causar confusão, comprometendo a regularidade e a transparência do processo eleitoral".

O promotor citou ainda que o candidato do Solidariedade não está quite com a Justiça Eleitoral, "tendo em vista a ausência de comprovação de regularização de suas obrigações eleitorais, especialmente a falta às urnas em pleitos anteriores".

O processo de impugnação continua em tramitação. Nesta terça-feira, 20, a Justiça Eleitoral deu sete dias para que a defesa de Bardauil Boulos se posicione sobre as acusações. Após essa fase, a anulação da candidatura será julgada.

Ao Estadão, o candidato do Solidariedade afirmou que os advogados estão trabalhando para impedir que a candidatura dele seja barrada e que tem o direito de utilizar nas urnas o nome que preferir. Ele disse também que, ao escolher o sobrenome Boulos, não teve a intenção de prejudicar a transparência eleitoral.

"Eu sou mais velho do que o outro candidato e sou conhecido desde criança como Guilherme Boulos. Eu, como cidadão brasileiro, nascido e criado em São Paulo, tenho o direito a concorrer com o meu nome. Nunca tive a intenção de criar nenhum tipo de confusão entre os eleitores da minha cidade, principalmente porque estamos concorrendo a cargos distintos", afirmou.

Bardauil Boulos também disse não ter débitos com a Justiça Eleitoral. O candidato do Solidariedade enviou à reportagem a documentação mostrando que não possui pendências.

O Estadão procurou o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos, mas não obteve retorno.

Apoio a Ricardo Nunes

Assim como o Solidariedade, Bardauil Boulos vai apoiar Ricardo Nunes. Ao Estadão, ele distribuiu afagos ao emedebista e o classificou como "trabalhador incansável". O candidato a vereador já divulga um "santinho" nas redes sociais com a imagem e o número de urna dos dois.

Apadrinhado pelo ex-deputado federal e fundador do Solidariedade Paulinho da Força, Guilherme Bardauil Boulos aposta em temas voltados para a mobilidade urbana para conseguir uma das 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo. "É um sonho que eu sempre tive. Mas, devido ao trabalho, nunca tinha dado certo", afirmou.

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O governo do Reino Unido anunciou nesta quarta-feira, 12, a expulsão de um diplomata russo e de seu cônjuge, em represália à expulsão de dois funcionários da embaixada britânica em Moscou no início desta semana.

O Ministério das Relações Exteriores britânico convocou o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, para comunicá-lo sobre as expulsões, após o que descreveu como uma "campanha crescente e coordenada de assédio contra diplomatas britânicos". Algo que, segundo Londres, visa forçar o fechamento da embaixada britânica em Moscou.

"Não toleraremos a campanha implacável e inaceitável de intimidação do Kremlin, nem suas tentativas repetidas de ameaçar a segurança do Reino Unido", afirmou o secretário de Relações Exteriores, David Lammy, na rede social X.

Ainda não foi informado um prazo para a saída dos diplomatas expulsos.

Na segunda-feira, 10, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou que os dois diplomatas britânicos expulsos haviam fornecido dados pessoais falsos ao solicitar permissão para entrar no país e estavam envolvidos em atividades de inteligência e subversão que ameaçavam a segurança da Rússia. Não foram apresentadas evidências que comprovassem tais alegações.

"O alcance das ações da Rússia só pode ser enfrentado com força", disse o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. "Este incidente está encerrado, e exigimos que a Rússia faça o mesmo. Qualquer ação adicional por parte da Rússia será considerada uma escalada, e responderemos de acordo."

As expulsões de diplomatas - tanto de enviados ocidentais trabalhando na Rússia quanto de russos no Ocidente - tornaram-se cada vez mais frequentes desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022.

No entanto, as expulsões entre o Reino Unido e a Rússia são tensas há mais tempo. As relações entre os dois países pioraram drasticamente em março de 2018, quando o ex-agente de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha foram envenenados na cidade inglesa de Salisbury, em uma tentativa de assassinato atribuída pelas autoridades britânicas à Moscou, uma acusação que o Kremlin descreveu como absurda.

Um diplomata dos Emirados Árabes, anteriormente identificado por Teerã como portador de uma carta do presidente dos EUA, Donald Trump, para reiniciar as negociações sobre o programa nuclear do Irã, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores iraniano nesta quarta-feira.

Não está claro como o Irã reagirá à carta, que Trump revelou durante uma entrevista televisiva na semana passada. Seu destinatário, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, disse que não está interessado em negociações com um "governo abusivo".

No entanto, o país árabe enfrenta problemas econômicos exacerbados pelas sanções sobre seu programa nuclear e Trump impôs mais sanções desde que assumiu o cargo em janeiro. Essa pressão, aliada à turbulência interna do país e aos recentes ataques diretos de Israel, coloca Teerã em uma das posições mais precárias que sua teocracia já enfrentou desde a Revolução Islâmica de 1979.

Após vencer as eleições parlamentares da Groenlândia da terça-feira, 11, o Partido Demokraatit, de centro-direita, rejeitou nesta quarta, 12, as recentes pressões feitas pelo presidente americano, Donald Trump, para assumir o controle da ilha, que é um território autônomo da Dinamarca. Favorável a uma independência gradual de Copenhague, a legenda declarou que a Groenlândia não está a venda.

"Não queremos ser americanos. Também não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses. E queremos nossa própria independência no futuro. E queremos construir nosso próprio país por nós mesmos, não com a esperança dele", disse o líder do partido Jens-Friederik Nielsen, à Sky News.

Trump tem mencionado abertamente o seu desejo de anexar a Groenlândia. Durante uma sessão conjunta no Congresso no dia 4 de março, o presidente americano afirmou que acreditava que Washington iria conseguir a anexação "de uma forma ou de outra".

Independência

Uma ruptura com a Dinamarca não estava na cédula, mas estava na mente de todos. A Groenlândia foi colonizada há 300 anos pela Dinamarca, que ainda exerce controle sobre a política externa e de defesa do país.

A ilha de 56 mil pessoas, a maioria de origem indígena, está caminhando para a independência desde pelo menos 2009, e os 31 legisladores eleitos moldarão o futuro da ilha enquanto o território debate se chegou a hora de declarar independência.

Quatro dos cinco principais partidos na corrida defendem a independência, mas discordaram sobre quando e como.

A legenda Naleraq ficou em segundo nas eleições. O partido deseja um processo mais rápido de independência, enquanto o Demokraatit favorece um ritmo mais moderado de mudança.

Uma vitória surpreendente

O Demokraatit ganhou quase 30% dos votos, em comparação com apenas 9% na eleição de quatro anos atrás, segundo a Greenlandic Broadcasting Corporation, enquanto Naleraq ficou em segundo lugar com quase 25%, acima dos quase 12% em 2021.

A vitória surpreendente do Demokraatit sobre partidos que governaram o território por anos indicou que muitos na Groenlândia se importam tanto com políticas sociais, como saúde e educação, quanto com geopolítica.

Nielsen, de 33 anos, pareceu surpreso com os ganhos de seu partido, com fotos mostrando-o ostentando um sorriso enorme e aplaudindo na festa eleitoral.

A emissora dinamarquesa DR relatou que Nielsen disse que seu partido entraria em contato com todos os outros partidos para negociar o futuro curso político para a Groenlândia.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen parabenizou o Demokraatit e afirmou que o governo dinamarquês aguardaria os resultados das negociações de coalizão.

União

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Bourup Egede convocou a votação em fevereiro, dizendo que o país precisava se unir durante um "momento sério" diferente de tudo que a Groenlândia já vivenciou.

Depois que os resultados foram conhecidos, Egede agradeceu aos eleitores em uma postagem no Facebook por comparecerem e disse que os partidos estavam prontos para recorrer às negociações para formar um governo.

Seu partido, o Inuit Ataqatigiit, ou United Inuit, recebeu 21% dos votos. Este é um declínio significativo em relação à última eleição, quando a legenda teve 36% dos votos, de acordo com a KNR TV.

O Inuit Ataqatigiit era amplamente esperado para vencer, seguido pelo Siumut. Os dois partidos dominaram a política da Groenlândia nos últimos anos.

O Siumut ficou em quarto lugar com 14% dos votos. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)