O X (Twitter) vai acabar? O que a Starlink tem a ver? Tire dúvidas sobre os bloqueios de Moraes

Política
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão da rede social X (antigo Twitter) nesta sexta-feira, 30. Por ordem do magistrado, a Agência Brasileira de Telecomunicações (Anatel) começou a notificar mais de 20 mil provedoras de internet para interrupção das atividades da plataforma.

Há um precedente já estabelecido pelo próprio Moraes, que, em março de 2022, determinou o bloqueio do Telegram no Brasil. O argumento que embasa o ofício de suspensão da rede é o de que, sem representantes no País, há o risco de a empresa deixar de cumprir determinações da Justiça brasileira.

Uma eventual decisão do STF, ainda que monocrática, deve obter um aval posterior dos demais ministros da Corte. O pedido de bloqueio é intermediado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por informar os provedores de internet sobre a decisão judicial. Com a ordem, o cumprimento do bloqueio por parte dos provedores é obrigatório, e passível de sanção na Justiça.

O X (antigo Twitter) vai acabar?

A plataforma X não vai acabar, mas o acesso ao site no território brasileiro vai ser bloqueado a qualquer momento a mando de Alexandre de Moraes. O ministro do STF se envolve desde abril em um embate público com Elon Musk, proprietário da plataforma.

Assim que Moraes ordenou a suspensão da rede social, a Anatel já começou a notificar os provedores de internet. O órgão funciona como um intermediário entre o Poder Judiciário e as empresas.

Por que o X (antigo Twitter) ser bloqueado?

Alexandre de Moraes e Elon Musk estão em embate público desde abril. Neste mês, contudo, a situação chegou ao limite. Em 17 de agosto, Musk anunciou a retirada dos escritórios do X no País. Nesta quarta-feira, 28, Moraes intimou a empresa a indicar, num prazo estabelecido, um representante legal no Brasil.

Nesta quinta-feira, 29, o X confirmou que não fez a indicação do representante no tempo estipulado. Com o descumprimento da determinação, o bloqueio do serviço foi solicitado por Moraes, com base no precedente estabelecido pelo próprio ministro.

Por que o X (antigo Twitter) vai sair do Brasil?

A ausência de representantes do X no Brasil fez com que, sob a ameaça do descumprimento de sanções judiciais, fosse solicitado o bloqueio da rede no País.

O precedente para o bloqueio do X foi estabelecido por Alexandre de Moraes em março de 2022, ao determinar o bloqueio do aplicativo Telegram em território nacional. Nesta ocasião, o ministro revogou a decisão após um recuo da empresa, que indicou seus representantes legais no Brasil.

Que horas o X (antigo Twitter) vai sair do ar?

Moraes determinou que o X seja suspenso por todos os provedores de internet em até 24 horas - que dá no fim da tarde deste sábado, 31. As empresas que não cumprirem o determinado até o prazo estarão sujeitas a multa por descumprimento de ordem judicial.

O presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, acredita que os provedores de internet de menor porte levarão até o término do final de semana para interromper o acesso à plataforma.

"Nosso entendimento é que as principais empresas de telecomunicações, as grandes, conseguem, sim, estabelecer no prazo estabelecido na decisão judicial. Como a gente está falando de uma diversidade muito grande de empresas, cada uma vai ter o seu tempo de implementação. Mas certamente as maiores vão conseguir fazer isso de forma mais rápida e assertiva e aos poucos todas as 20 mil vão ter que cumprir a decisão judicial. A gente espera que provavelmente ao longo do fim de semana todas as empresas consigam implementar o bloqueio", disse Baigorri em entrevista à GloboNews.

O que é Starlink e como funciona?

Starlink é empresa de internet via satélite de Elon Musk. O fornecimento de internet via satélite permite que o serviço alcance áreas em que os cabos de fibra óptica não estão presentes.

Elon Musk é o proprietário da SpaceX, empresa do setor aeroespacial e utiliza satélites no espaço para o provimento da Starlink. Por enquanto, o serviço está presente em todos os Estados brasileiros, possuindo 215 mil clientes no País, incluindo escolas públicas e Forças Armadas.

O que a Starlink tem a ver com o X (antigo Twitter)?

Tanto a Starlink quanto o X pertencem ao mesmo dono, Elon Musk. Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias da Starlink por considerar a existência de um "grupo econômico de fato" sob comando do empresário e mandou bloquear todos os valores financeiros do grupo para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira contra a rede X (antigo Twitter).

Vou ter minha internet Starlink desativada?

Por ora, houve o bloqueio das contas bancárias associadas ao serviço de internet Starlink. A Starlink, em nota aos clientes, afirmou que recorrerá da decisão de Moraes que mandou bloquear todos os recursos financeiros do grupo econômico de Elon Musk, para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça contra o X.

De imediato, a medida não prejudica os serviços, segundo intermediários da tecnologia de Elon Musk consultados pelo Estadão. Entretanto, ela colocou o mercado em alerta para impactos futuros provocados pela eventual impossibilidade de pagamento de fornecedores de serviços prestados em terra.

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Os serviços de emergência e milhares de voluntários corriam contra o tempo neste domingo, 30, em busca de sobreviventes do terremoto de sexta-feira, 28, que deixou quase 1,7 mil mortos em Mianmar e 18 na vizinha Tailândia.

Na região de Mandalay, próxima do epicentro, uma réplica de magnitude 5,1 ocorreu no domingo de manhã, fazendo com que as pessoas saíssem correndo de hotéis e abrigos aos gritos em busca de segurança. Um tremor semelhante foi sentido na noite de sábado. Muitos dos 1,5 milhão de habitantes da cidade passaram a noite ao ar livre, sem abrigo ou com medo de que novos tremores derrubassem edifícios já fragilizados.

O cheiro de corpos em decomposição tomou as ruas dessa que é a segunda maior cidade de Mianmar, enquanto pessoas trabalhavam com as próprias mãos para remover escombros na esperança de encontrar alguém ainda vivo.

O tremor derrubou dezenas de prédios e danificou outras infraestruturas, incluindo o aeroporto da cidade. Os esforços de resgate foram dificultados por estradas rachadas, pontes destruídas e falhas nas comunicações.

Ao mesmo tempo, a janela de oportunidade para encontrar sobreviventes está se fechando rapidamente. A maioria dos resgates ocorre nas primeiras 24 horas após um desastre, e as chances de sobrevivência diminuem drasticamente a cada dia que passa.

SEM RECURSOS

Essa busca, porém, tem sido conduzida principalmente por moradores locais, sem a ajuda de equipamentos pesados, usando as mãos e pás para remover os escombros sob um calor de 41°C, com poucas escavadeiras disponíveis.

As equipes de resgate trabalham sob ordens de uma repressiva junta militar. Os esforços oficiais de socorro na capital, Naypyitaw, priorizaram prédios governamentais e moradias de funcionários, deixando moradores e grupos de ajuda humanitária para escavar os escombros sob o forte odor da morte no ar.

Os trabalhos estão concentrados principalmente em Mandalay e Naypyitaw, consideradas as áreas mais atingidas, mas muitas outras regiões foram afetadas e ainda havia poucas informações sobre os danos. "Recebemos relatos de centenas de pessoas presas em diferentes áreas", disse Cara Bragg, gerente da organização Catholic Relief Services em Mianmar.

GUERRA CIVIL

Além dos danos causados pelo terremoto, os resgates são dificultados pela violenta guerra civil que assola o país. Em 2021, os militares tomaram o poder do governo eleito de Aung San Suu Kyi, líder política e ganhadora do Nobel da Paz, desencadeando uma forte resistência armada.

As forças militares perderam o controle de grandes áreas do país, tornando muitas regiões perigosas ou inacessíveis para as equipes de resgate. De acordo com as Nações Unidas, mais de 3 milhões de pessoas já estavam deslocadas devido à guerra e quase 20 milhões necessitam de ajuda humanitária. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ataques aéreos contra a capital do Iêmen, Sanaa, deixaram ao menos uma pessoa morta e outras quatro feridas na manhã desta segunda-feira, 31, de acordo com o grupo rebelde houthi, que controla a cidade. A extensão total dos danos e outras possíveis baixas não ficaram claras. Os Estados Unidos iniciaram uma ofensiva contra os houthis no dia 15. Desde então, 59 pessoas morreram, segundo o grupo. Fonte: Associated Press.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste domingo, 30, "não estar brincando" sobre tentar encontrar meios para cumprir um terceiro mandato. A fala foi a indicação mais clara do presidente sobre sua intenção de ultrapassar uma barreira constitucional contra a continuação no poder após o término de seu segundo mandato, em 2029.

Trump disse à apresentadora do programa Meet the Press, Kristen Welker, que "muitas pessoas" querem que ele cumpra um terceiro mandato, de acordo com uma transcrição da entrevista fornecida pela rede NBC News. "Existem métodos pelos quais você poderia fazer isso. Mas ainda temos um longo caminho pela frente. Estou focado no atual (mandato)", disse.

Na entrevista, Welker observou que ela o ouviu brincar sobre servir um terceiro mandato várias vezes. Trump deixou claro que considerava isso uma possibilidade real. "Não, não estou brincando", disse.

A 22.ª Emenda - adicionada à Constituição em 1951 após o presidente Franklin D. Roosevelt ser eleito quatro vezes seguidas - diz que "nenhuma pessoa será eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes".

Welker perguntou a Trump se uma potencial via para um terceiro mandato seria ter o vice-presidente J.D. Vance concorrendo ao cargo principal e "depois passar o bastão para você". "Bem, essa é uma (possibilidade). Mas existem outras também."

"Você pode me dizer uma outra?" perguntou Welker. "Não", respondeu Trump. O gabinete de Vance não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência Associated Press.

Trump, que teria 82 anos ao final do seu segundo mandato, foi questionado se ele gostaria de continuar servindo no "trabalho mais difícil do país" naquele ponto da vida. "Bem, eu gosto de trabalhar", respondeu o republicano.

POPULARIDADE

Ele sugeriu que os americanos concordam com um terceiro mandato por conta de sua popularidade. Ele afirmou falsamente ter "os números mais altos de aprovação de qualquer republicano nos últimos 100 anos".

Dados do Instituto Gallup mostram o presidente George W. Bush alcançando uma taxa de aprovação de 90% após os ataques de 11 de setembro de 2001. Seu pai, o presidente George H.W. Bush, atingiu 89% após a Guerra do Golfo, em 1991.

Trump alcançou o máximo de 47% nos dados da Gallup durante seu segundo mandato, apesar de alegar estar "nos altos 70(%) em muitas pesquisas reais".

Na entrevista deste domingo foi a primeira vez que Trump - que já se referiu a si mesmo como um rei e mostrou afinidade por líderes autocráticos, algo que especialistas e historiadores comparam ao autoritarismo - indicou estar considerando seriamente a ideia.

Após a divulgação da entrevista, a Casa Branca reiterou que o presidente estava focado em seu mandato atual e era "cedo demais para pensar" nisso.

ALIADOS

Trump já falou antes sobre servir mais de dois mandatos, mas sua abordagem costumava ser em tom de brincadeira em comícios para apoiadores.

Seus aliados, porém, passaram a alimentar a ideia. Três dias após o republicano tomar posse pela segunda vez, o deputado Andy Ogles, do Tennessee, propôs uma emenda à Constituição que tornaria o presidente elegível para um terceiro mandato. Passar a medida seria extraordinariamente difícil: emendas constitucionais exigem aprovação por votação de dois terços do Congresso e então a ratificação de três quartos dos Estados.

Em entrevista ao NewsNation, no dia 19, Steve Bannon, aliado que atuou como estrategista-chefe da Casa Branca, disse que ele e outros estão trabalhando em maneiras para Trump buscar um terceiro mandato, apesar dos limites constitucionais. Segundo ele, Trump vai "concorrer e ganhar de novo em 2028". (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.