Horário eleitoral começa com ataque de Boulos a Marçal, ignorado pelos demais

Política
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O candidato do PSOL na disputa pelo comando da Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, usou parte do seu primeiro programa eleitoral de rádio, que foi ao ar nesta sexta, 30, para atacar o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que não terá espaço na propaganda gratuita.

Boulos, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi o único dos concorrentes no pleito paulistano a citar o Marçal, que avançou nas últimas pesquisas de intenção de voto - acendendo o sinal de alerta nos adversários.

No início do programa, o deputado federal prometeu apresentar propostas. Porém passou a discursar contra Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, e Marçal.

Ele disse que "São Paulo já derrotou o bolsonarismo em 2022 e, agora, essa ameaça vem de novo". Pontuou: "Tem dois candidatos que representam esse projeto. De um lado, o prefeito atual, uma figura covarde, que herdou o cargo faz três anos e meio e só decidiu aparecer agora na véspera da eleição e, mesmo assim, tudo que faz é mal feito ou suspeito".

"Do outro lado, mas no mesmo time, um candidato oportunista, que tenta iludir as pessoas com discurso de prosperidade, mas que prosperou mesmo foi no mundo do crime", afirmou, sem citar o nome de Marçal. "Escolher qualquer um desses dois é entregar São Paulo nas mãos do bolsonarismo e do crime".

Câmara Municipal

O horário eleitoral foi aberto com Nunes, que conta com dois terços da minutagem em cada faixa de exibição, tanto no rádio como na TV, graças à coligação que o apoia, que tem mais de uma dezena de partidos.

O emedebista saudou o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem era vice. Covas faleceu em maio de 2021, vítima de câncer no aparelho digestivo. "Eu tive a honra de ser vice-prefeito do Bruno Covas, que infelizmente nos deixou", afirmou. Em seguida, destacou que assumiu a Prefeitura "no momento mais difícil", durante o pico da pandemia. O programa também destacou a passagem de Nunes pela Câmara Municipal, com foco em sua participação na elaboração do orçamento da cidade.

Promessa

O apresentador de TV José Luiz Datena, candidato do PSDB, fez um ataque velado a ao prefeito: "O que tem de gente contando mentira por aí, batendo no peito e dizendo que vai fazer coisa que não tem coragem para fazer, não está no gibi. Prometem o que já não cumpriram. Mentir é muito mais fácil, não custa nada, falar a verdade custa caro".

Periferia

Ao contrário dos demais candidatos, Tabata Amaral (PSB) não participou diretamente da estreia de sua campanha no rádio. O áudio veiculado fez menção a problemas na fila do ônibus e de exames médicos e seu locutor indagou: "Está cansado de morar na periferia e nunca ser prioridade?"

A estratégia de Tabata para o horário eleitoral foi adiantada pela Coluna do Estadão. Enquanto publica vídeos com ataques contundentes a Marçal em suas redes sociais, o tom beligerante não deve ser repetido na propaganda gratuita. Ela teme que isso possa resultar em direito de resposta do influenciador, o que consumiria o seu o tempo no rádio e na TV.

Barreira

Marçal não terá espaço para propaganda gratuita porque seu partido não atingiu a cláusula de barreira nas eleições de 2022. Estão na mesma situação: Marina Helena (Novo), Bebeto Haddad (Democracia Cristã), João Pimenta (PCO), Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Senese (UP).

O horário eleitoral gratuito vai até o dia 3 de outubro. As campanhas a prefeito têm 20 minutos em cada mídia, divididos em dois blocos diários de 10 minutos.

Marçal é multado por associar Boulos ao uso de cocaína

Pablo Marçal foi multado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em R$ 30 mil por associar, sem provas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), também candidato, ao uso de cocaína. Procurada para comentar a decisão, a assessoria do candidato do PRTB não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Na decisão de quarta-feira, 28, o juiz Rodrigo Marzola Colombini afirmou que Marçal utilizou as redes sociais para espalhar propaganda eleitoral negativa e inverídica contra o oponente.

A ação foi apresentada por Boulos e sua coligação à Prefeitura. O pedido se baseia num vídeo postado no perfil do Instagram do influenciador no qual ele diz que o deputado "é um drogado" e "já foi preso portando droga".

Além do processo que originou a multa, tramita no TRE-SP uma ação em que Boulos solicita direito de resposta nas redes sociais de Marçal pela insinuação de que seria usuário de drogas. O pedido de Boulos, por ora, está suspenso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.