Lira vê como 'quase impossível' aprovar aumento de tributos para empresas e acionistas

Política
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), descartou neste sábado, 31, a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), um tributo cobrado sobre o lucro das empresas, e do imposto sobre a renda retido na fonte incidente nos Juros sobre Capital Próprio (JCP), um tipo de remuneração paga pelas companhias aos seus acionistas.

"Discussão de JCP e CSLL para aumento de arrecadação para cumprir a meta é improvável, é quase impossível" disse em painel realizado no Expert Week, em São Paulo. "Qualquer projeto de aumento de tributo é muito difícil de ser aprovado", mencionou.

O projeto de lei encaminhado pelo governo ao Congresso nesta sexta-feira eleva a alíquota da CSLL em 1 ponto porcentual (pp) para empresas e em 2 pp para instituições financeiras. Também aumenta de 15% para 20% a alíquota do imposto sobre a renda retido na fonte incidente sobre JCP. O governo espera arrecadar R$ 20,94 bilhões em 2025.

No evento deste sábado, Lira também descartou eventual alteração na meta de resultado primário, de déficit zero. Por outro lado, ele criticou o governo no esforço para atingir a meta de resultado primário com base no aumento de arrecadação.

"Não há essa possibilidade (de alterar a meta), o próprio ministro não proporia essa mudança. O arcabouço fiscal vai ser respeitado pelo Congresso, não tenho dúvida", afirmou. Ele lembra que, no regramento da lei, em relação à limitação de gastos estabelecida, há gatilhos a serem acionados se houver descumprimento da meta de primário.

O presidente da Câmara defendeu que a solução para garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo é a desindexação orçamentária. Ele reforçou que o Congresso deve avançar com mais força nessa discussão, já ventilada pela equipe econômica do governo.

"O início de uma discussão forte do Congresso de desvinculação e desindexação orçamentária é quase obrigatória. Porque o arcabouço fiscal não será ultrapassado em hipótese nenhuma", disse.

A discussão sobre reduzir despesas obrigatórias indexadas passa pelos pisos constitucionais da Saúde e Educação, bem como pela desvinculação entres os benefícios do INSS e o reajuste do salário mínimo.

Orçamento da União

Lira disse ainda que o Legislativo tem ingerência sobre o Orçamento Federal e declarou que o correto, na avaliação dele, seria que os parlamentares decidam e opinem sobre emendas.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu mais dez dias para que o Congresso e o governo federal cheguem ao acordo final para liberação das emendas impositivas e as chamadas "emendas Pix".

"Primeiro erro é achar que Orçamento da União pertence apenas ao Executivo", declarou. "O mais correto é que parlamentares decidam e opinem sobre emendas."

A prorrogação do prazo pelo STF foi anunciada após reunião entre os ministros Luís Roberto Barroso e Flávio Dino, relator das ações sobre as emendas na Corte.

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EUA: republicano Randy Fine conquista cadeira na Câmara da Flórida e vence adversário democrata -

/04/2025 - O senador estadual republicano Randy Fine venceu uma eleição especial nesta terça-feira para representar o 6º Distrito Congressional da Flórida, derrotando o democrata Josh Weil e anulando os esforços dos democratas nacionais, que gastaram milhões de dólares na disputa.

Fine estava a caminho de uma vitória muito mais apertada do que a margem de 33 pontos pela qual Mike Waltz venceu o distrito em novembro, de acordo com os primeiros resultados.

As margens reduzidas podem sinalizar uma mudança no sentimento público, impulsionada por um entusiasmo democrata excepcionalmente forte em um reduto tradicionalmente republicano. Isso está acontecendo a menos de cinco meses da eleição presidencial e após um forte aumento na arrecadação de fundos entre os democratas preocupados com a reforma agressiva do governo iniciada por Donald Trump.

Os republicanos conquistaram as duas cadeiras da Câmara da Flórida uma eleição especial nesta terça-feira, 1, derrotando seus adversários democratas.

Jimmy Patronis venceu no 1º Distrito Congressional da Flórida, apoiado pelo endosso do presidente Donald Trump para preencher a vaga. Patronis, o diretor financeiro do estado, concorreu contra a democrata Gay Valimont. Ele ocupará a vaga no noroeste do estado deixada pelo ex-deputado Matt Gaetz, que foi escolhido para ser o procurador-geral de Trump, mas desistiu de concorrer em meio a alegações de má conduta sexual.

Mais cedo, o senador estadual republicano Randy Fine conseguiu o assento no 6º Distrito Congressional do estado, derrotando o democrata Josh Weil.

"As duas cadeiras da Câmara da Flórida foram conquistadas, em grande escala, pelos candidatos republicanos. O apoio de Trump, como sempre, provou ser muito maior do que as forças do mal dos democratas. Parabéns América!!!", escreveu o presidente no Truth Social.

*Com informações da Associated Press

O governo de Donald Trump iniciou amplos cortes de pessoal no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixando alguns funcionários fora dos prédios federais e transferindo outros para novas agências, incluindo o Serviço de Saúde Indígena.

Os e-mails notificando os funcionários sobre os cortes e remanejamentos inundaram as caixas de entrada na noite de segunda-feira e na manhã de hoje. A medida faz parte da estratégia do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., de reduzir e remodelar os órgãos de saúde do país.

Os cortes se estendem por toda parte, desde a Administração de Alimentos e Medicamentos e os Institutos Nacionais de Saúde até os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Na plataforma de mídia social X, Kennedy disse que o que o governo anterior vinha fazendo não estava funcionando: "Precisamos mudar de rumo. Essas mudanças não afetarão o Medicare, o Medicaid ou outros serviços essenciais de saúde".