Boulos afirma em sabatina que manter o 'bom nível' na disputa por São Paulo está difícil

Política
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O candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), afirmou nesta terça-feira, 3, durante sabatina realizada pela Rádio Eldorado, que há adversários políticos que "só querem rolar na lama" nestas eleições, o que tem dificultado o nível do debate de propostas para a capital paulista.

"Tem gente que acha que eleição é concurso de quem faz guerra mais intensa na internet", disse o candidato do PSOL referindo-se ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que apareceu numericamente em primeiro lugar nas intenções de voto medidas pela pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta manhã, com 21%. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), completam o empate técnico triplo, com 20% das intenções de voto cada.

O candidato também falou sobre seu desempenho nas pesquisas recentes, afirmando que a sua maior preocupação é discutir o plano de governo para a cidade, e não os resultados dos levantamentos de intenção de voto.

Nunes usa a máquina e Marçal é 'franco-atirador'

Ao ser questionado sobre qual tem sido o maior obstáculo que sua campanha enfrenta para aglutinar o campo progressista de esquerda nestas eleições, o deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como "franco-atirador".

"Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba", disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates "para a lama".

Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. "Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha", afirmou Boulos.

Histórico com o MTST

Boulos também foi questionado sobre a possibilidade de invasões de propriedades privadas aumentarem durante o seu governo, case ganhe as eleições, por conta de seu histórico nos movimentos sociais de luta por moradia.

O candidato, que foi coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que combater os loteamentos ilegais financiados pelo crime organizado, afirmando que pretende tratar os movimentos sociais com respeito e diálogo e que, buscará atender as expectativas do setor.

Segurança

Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar "cirurgicamente" sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.

Ainda no contexto, Boulos alertou para "o risco de infiltração do crime organizado na Prefeitura de São Paulo". Para o candidato do PSOL, esta dinâmica "já está acontecendo", vide a situação da Cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.

Segundo Boulos, a situação se agravaria diante do "elo de relações suspeitas" do entorno de Marçal. Para exemplificar o tema, o deputado citou o caso revelado pelo Estadão dos articuladores do ex-coach que, segundo a Polícia Civil paulista, trocavam carros de luxo por cocaína a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Voto evangélico

Perguntado sobre a plataforma da campanha para os evangélicos, Boulos afirmou que já mantém pontes de relacionamento com o segmento, oriundas, inclusive, de sua vida egressa à política, com MTST.

"Pouca gente sabe, mas a maior parte das pessoas que fazem parte do movimento sem-teto são evangélicas", disse o candidato do PSOL. "A forma de diálogo está sendo feita e seguirá sendo feita desta maneira, a partir da vida concreta das pessoas. E eu tenho o maior respeito pelo trabalho social que as igrejas evangélicas fazem".

Segundo Boulos, sua campanha já recebeu o apoio de líderes de comunidades religiosas que reconhecem no programa do PSOL os "valores de solidariedade, de igualdade, e de soluções para os problemas que os fiéis destas igrejas vivem".

Considerações finais

Em suas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com "sensatez, equilíbrio, preparo e projeto", dizendo que parte de seu trabalho é "não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta" da capital.

Próximas sabatinas

Também foram convidados para a série de entrevistas da Rádio Eldorado os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que foi sabatinado nesta segunda-feira, 2; o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que assumiu compromisso e não compareceu, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que será a próxima entrevistada, nesta quarta-feira, 4.

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Mais 135 brasileiros repatriados dos Estados Unidos chegaram neste sábado, 15, ao País. Em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o quarto voo com imigrantes deportados desde o começo do ano pousou em Fortaleza e depois desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Minas Gerais costumava ser o destino dos voos com deportados dos Estados Unidos, mas o governo decidiu mudar a rota para reduzir o tempo que os brasileiros passam algemados depois que o tratamento dado aos imigrantes abriu uma crise diplomática entre Brasília e Washington. As algemas foram retiradas já na parada em Fortaleza.

De volta à Casa Branca, Donald Trump fechou o certo contra os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e intensificou as prisões como parte da operação para deportação em massa. Estima-se que 230 mil brasileiros estão em situação irregular nos Estados Unidos. Desses, 38 mil estão sob ordem de deportação, sem possibilidade de recurso.

No primeiro voo de deportação da era Trump, as imagens de brasileiros algemados em território nacional e as denúncias de maus tratos por parte das autoridades americanas levaram o governo a pedir explicações sobre o tratamento considerado degradante.

Depois do episódio, o chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, pediu desculpas em reunião a portas fechadas. E autoridades dos dois países se reuniram para discutir os próximos voos com deportados.

José Maria Ferreira da Costa, um dos deportados, afirmou que a tentativa de imigrar para os Estados Unidos não valeu a pena. Ele ficou detido por quatro meses após cruzar a fronteira. "A gente nos Estados Unidos é tratado muito mal dentro da prisão. Passa muita fome, é muito maltratado. É uma situação muito desagradável para um pai de família, uma mãe de família, com suas crianças. Não desejo para ninguém", relatou no desembarque em Minas Gerais.

Em Fortaleza, os deportados receberam os primeiros atendimentos antes de seguir para Minas Gerais, origem de boa parte dos imigrantes. A operação envolve os ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública e Defesa, além da Polícia Federal.

De acordo com o governo brasileiro, os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar os documentos e apoio logístico para retornar a suas cidades de origem. No aeroporto de Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição dos deportados.

Com o voo deste sábado, o total de repatriados dos Estados Unidos desde o começo do ano chega a 498, segundo informações do governo. O País tem recebido deportados com frequência desde 2018, em acordo com os EUA para reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos por imigração ilegal.

Dentre os deportados, dois foram presos pela Polícia Federal já na parada em Fortaleza por estarem com mandado de prisão em aberto no Brasil: um, de Rondonópolis (MT), foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma; outro, de Contagem (MG), cometeu um roubo e havia fugido da prisão.

Uma forte tempestade atingiu várias regiões dos Estados Unidos neste fim de semana, provocando tornados, incêndios e ventos extremos. Pelo menos 17 pessoas morreram e centenas de casas foram destruídas. O Estado mais afetado foi o Missouri, onde 11 mortes foram confirmadas após tornados durante a madrugada deste sábado, 15. Em Arkansas, três pessoas morreram e 29 ficaram feridas em oito condados. No Texas, três pessoas morreram em colisões causadas por uma tempestade de poeira.

Os ventos chegaram a 130 quilômetros por hora, causando incêndios em Oklahoma, Texas, Kansas, Missouri e Novo México. Mais de 130 focos de fogo foram registrados apenas em Oklahoma, onde 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt afirmou que 266 mil hectares já foram queimados. Em Texas e Oklahoma, milhares de pessoas ficaram sem energia após os ventos derrubarem linhas de transmissão e tombarem caminhões em rodovias.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas para tornados, incêndios e nevascas. Em Estados do norte, como Minnesota e Dakota do Sul, a previsão é de nevascas com ventos de 100 quilômetros por hora e acúmulo de até 30 centímetros de neve. Fonte: Associated Press.

Os bombardeios americanos contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen mataram pelo menos nove civis e feriram outros nove em Sanaa, capital do país, segundo informou neste sábado, 15, Anees al-Asbahi, porta-voz do ministério da saúde controlado pelo grupo.

Imagens que circulam na internet mostram colunas de fumaça preta sobre a área do complexo do aeroporto de Sanaa, que inclui uma extensa instalação militar. Moradores relataram que pelo menos quatro ataques aéreos atingiram o bairro Eastern Geraf, no distrito de Shouab, ao norte da capital. "As explosões foram muito fortes", disse Abdallah al-Alffi, morador da região. "Foi como um terremoto."

Nasruddin Amer, vice-chefe do escritório de mídia dos houthis, afirmou que os bombardeios não vão dissuadir o grupo, que promete retaliar contra os Estados Unidos. "Sanaa continuará sendo o escudo e o apoio de Gaza e não a abandonará, não importam os desafios", acrescentou em mensagem nas redes sociais.

O presidente Donald Trump anunciou a operação enquanto passava o dia no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida. O ataque foi realizado exclusivamente pelos EUA, segundo uma autoridade americana, sem participação de Israel ou do Reino Unido, países que também já bombardearam alvos houthis no passado.

A operação ocorre poucos dias depois de os houthis anunciarem que retomariam ataques contra embarcações israelenses em águas próximas ao Iêmen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Segundo o grupo, as ameaças valem para o Mar Vermelho, o Golfo de Áden, o Estreito de Bab el-Mandeb e o Mar Arábico.

O escritório de mídia dos houthis afirmou que os ataques americanos atingiram "um bairro residencial" no distrito de Shouab. Para os houthis, as agressões elevam seu perfil em um momento em que enfrentam problemas econômicos e intensificam a repressão aos dissidentes e trabalhadores humanitários em meio à guerra civil que há uma década desestrutura o país mais pobre do mundo árabe.

Os bombardeios acontecem duas semanas após Trump enviar uma carta aos líderes iranianos oferecendo um caminho para retomar conversas bilaterais sobre o programa nuclear do Irã. Ao mesmo tempo, o presidente americano adotou uma postura mais dura ao reinstituir a designação de "organização terrorista estrangeira" para os houthis e prometeu responsabilizar Teerã pelas ações do grupo rebelde, como parte de sua estratégia de "pressão máxima" contra o regime iraniano. Fonte: Associated Press.