TV: Tarcísio mira eleitores de Marçal e diz que Nunes tem mais chance contra Boulos no 2º turno

Política
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Em gravação exibida no horário eleitoral desta quarta-feira, 4, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), diz que Pablo Marçal (PRTB) é a "porta de entrada" para Guilherme Boulos (PSOL) e que só o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem chance de vencer o líder sem-teto num eventual segundo turno. A nova peça, segundo integrantes da campanha de Nunes, tem como objetivo conquistar o voto de eleitores do ex-coach, que aparece nos levantamentos recentes empatado tecnicamente com os candidatos do PSOL e MDB.

"As pessoas me perguntam: por que você tem certeza que o Ricardo Nunes é o melhor? Tenho vários motivos. Parceria, confiança, caráter. Mas um deles é que eu não quero que a esquerda ganhe. Eu não quero o Boulos. E hoje, o Pablo é a porta de entrada para o Boulos. Porque num segundo turno entre os dois, o Boulos pode ser eleito. E aí quem perde é São Paulo. Basta ver as pesquisas: só Ricardo Nunes ganha do Boulos no segundo turno", diz a peça que foi ao ar nesta quarta-feira, 4.

O apelo de Tarcísio para que os eleitores optem pelo voto útil em Ricardo Nunes ocorre em meio ao risco de o prefeito não avançar para o segundo turno. Na pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta terça-feira, Boulos aparece com 40% das intenções de voto no segundo turno, contra 37% de Marçal, configurando um empate técnico. Já Nunes tem 45% de intenções de voto contra 35% do candidato do PSOL, ou seja, uma vantagem de 10 pontos porcentuais. Esses dados foram apresentados na gravação de Tarcísio.

Tarcísio se tornou o principal fiador da candidatura de Nunes, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem adotado uma postura dúbia, mantendo o apoio formal ao prefeito, mas flertando com a candidatura de Marçal. Tarcísio deve viajar a Brasília nesta quarta-feira para conversar com o ex-presidente sobre a campanha da capital paulista.

O governador revelou a interlocutores nesta semana que o ex-presidente Jair Bolsonaro o aconselhou a se distanciar de Nunes, argumentando que a associação com o prefeito poderia prejudicar a imagem de Tarcísio.

Bolsonaristas sinalizam para Marçal

Apesar de o PL ter o coronel Ricardo Mello Araújo como vice na chapa de Nunes, parlamentares do partido começaram a sinalizar apoio ao ex-coach. Em uma chamada de vídeo com Marçal nesta quarta-feira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que, embora seu partido apoie formalmente Ricardo Nunes, ela tem "ressalvas" ao prefeito e mantém uma "muito boa relação" com Marçal desde 2018. Ela afirmou, no entanto, que tem receio de se envolver em uma campanha para a Prefeitura, lembrando o apoio dado a João Doria em 2016, que hoje é um desafeto do bolsonarismo.

Na semana passada, Marçal recebeu afagos públicos do vereador Carlos Bolsonaro (PL), um dos filhos do ex-presidente. Em seu perfil no X, antigo Twitter, Carlos afirmou que se entendeu com o candidato, descrevendo-o como "educado e bacana" na conversa. "Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", escreveu Carlos, que foi chamado de "retardado mental" e "imbecil" pelo ex-coach.

O senador bolsonarista Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) não apenas declarou apoio público a Marçal, como tem atuado como conselheiro informal do ex-coach. "Eu continuo 100% com o Bolsonaro, só que nessa questão aí eu optei pelo Marçal. E o Bolsonaro também não fez nenhuma ponderação comigo, entendeu? Não me identifico com Nunes", disse Cleitinho ao Estadão.

Para tentar conter dissidências na campanha, o diretório municipal do PL divulgou uma nota afirmando que tomará "medidas cabíveis" caso algum candidato esteja apoiando outra candidatura que não seja a de Ricardo Nunes.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.