Sidebar

04
Dom, Mai
85 Noticias Novas

Silvio Almeida é o quarto ministro a cair no governo Lula; dois foram por denúncias; relembre

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A queda do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, demitido nesta sexta-feira, 6, após acusações de supostos casos de assédio sexual, é a quarta ocorrido no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A exoneração de Almeida e a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias foram motivadas por denúncias. Os outros dois integrantes da Esplanada caíram devido à costura de apoios políticos entre o presidente e partidos do Centrão.

Em abril do ano passado, quando o governo Lula havia acabado de completar cem dias, Gonçalves Dias foi exonerado por Lula devido a denúncias veiculadas na imprensa. A queda foi motivada por gravações do Palácio do Planalto, durante os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, que mostraram uma postura passiva de Gonçalves Dias diante da depredação do patrimônio público.

As outras mudanças feitas por Lula foram motivadas por pressão política. Nos ministérios dos Esportes e do Turismo, Lula colocou novos ministros em troca de apoio no Congresso Nacional. Em julho de 2023, Daniela Carneiro foi retirada do Turismo para a pasta abrigar o deputado federal Celso Sabino (União-PA). Em setembro, Ana Moser foi exonerada da pasta dos Esportes para o governo acomodar o deputado federal André Fufuca (PP-MA).

Nesta quinta-feira, 5, a ONG Me Too Brasil, que presta suporte a mulheres vítimas de abuso sexual, publicou uma nota afirmando que Silvio Almeida foi denunciado por assédio sexual por ex-integrantes do ministério. O comunicado da entidade veio a público após a publicação da notícia pelo site Metrópoles. O Me Too Brasil omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto. Segundo o portal, uma das vítimas é a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Por meio de uma nota oficial publicada pelo Ministério dos Direitos Humanos, Silvio Almeida rechaçou as acusações e disse que toda denúncia deve ser apurada, mas destacou a necessidade de provas.

"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", reagiu ele, em nota. "Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro", completou. Silvio Almeida também gravou um vídeo e postou mensagem em sua rede social, repetindo o teor do que havia escrito.

Silvio Almeida e Gonçalves Dias não foram os únicos membros da Esplanada que foram alvos de denúncias. Desde o início do governo Lula, uma série de reportagens do Estadão mostrou que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, estava envolvido em um suposto esquema de desvio de verbas federais na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Em junho deste ano, a Polícia Federal (PF) indiciou Juscelino, imputando a ele os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Juscelino, porém, foi poupado por Lula e mantido no cargo. Na época do indiciamento, o petista afirmou que Juscelino tinha o direito de "provar que é inocente" e que estava "feliz" por ter ele no governo. Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente demonstrou desconforto com as acusações, mas preferiu manter ele no cargo por ser uma indicação do União Brasil, partido que integra o Centrão.

Três ministros saíram das pastas que foram empossados no início do governo para ocupar outros cargos. Em setembro de 2022, Márcio França deixou o Ministério de Portos e Aeroportos para assumir o Ministério do Empreendedorismo, em rearranjo do governo para dar mais espaço ao Centrão.

Em fevereiro deste ano, Flávio Dino saiu da Justiça para assumir a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado por Lula. No mês de maio, Paulo Pimenta foi deslocado da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para chefiar a Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, durante a tragédia climática no Estado.

Abril de 2023 - Gonçalves Dias é exonerado do GSI

No dia 19 de abril de 2023, Gonçalves Dias deixou o GSI após a divulgação de uma gravação do circuito interno de TV do Palácio do Planalto mostrar ele em uma postura passiva diante dos golpistas do 8 de Janeiro. Após o início da crise, membros do governo aconselharam o ex-ministro a pedir demissão, o que foi feito por ele. A solicitação de exoneração foi prontamente aceita por Lula.

Com a queda de G. Dias, o GSI foi chefiado interinamente por Ricardo Cappelli por um mês. Desde maio do ano passado, o chefe da pasta é o general Marcos Amaro dos Santos.

Julho de 2023 - Daniela Carneiro deixa Turismo em gesto de Lula ao Centrão

Em 14 de julho de 2023, Lula fez a primeira mudança na Esplanada com o intuito de agradar o Centrão e angariar apoio no Congresso. O petista trocou a ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro, colocando o deputado federal Celso Sabino (União-PA) no lugar. A troca foi feita para acomodar os interesses do União Brasil, que se sentia subvalorizado pelo Executivo.

Setembro de 2023 - Ana Moser é exonerada dos Esportes para dar cadeira ao PP de Arthur Lira

Dois meses depois, no feriado de 7 de Setembro, a ex-ministra dos Esportes Ana Moser foi exonerada por Lula em uma minirreforma ministerial que buscou trazer o PP e o Republicanos para a base do governo. Sem histórico político, Moser foi trocada pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Setembro de 2024 - Suposto assédio contra ministra derruba Silvio Almeida

Silvio Almeida foi demitido um dia após a ONG Me Too afirmar, em nota, que ele foi denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao governo federal. A organização omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto. De acordo com o portal Metrópoles, uma das vítimas seria Anielle Franco.

Lula decidiu exonerar Almeida para estancar a crise deflagrada pelas denúncias. O agora ex-ministro pediu à Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que o Me Too apresente uma série de esclarecimentos no prazo de 48 horas.

Também nesta sexta, a Comissão de Ética Pública (CEP), órgão ligado à Presidência da República, abriu um processo administrativo para apurar as denúncias contra Silvio Almeida. Ele tem até dez dias para se defender perante o colegiado.

Em outra categoria

A embaixada do Brasil em Portugal está em contato com autoridades portuguesas para entender a ordem dada pelo governo interino do país, no último sábado, 3, para expulsar 18 mil estrangeiros, às vésperas de uma eleição legislativa marcada para 18 de maio.

Procurado pelo Estadão, o Ministério de Relações Exteriores respondeu que a embaixada acompanha o tema de perto. "A Embaixada do Brasil em Portugal está acompanhando de perto o tema, em contato direto com as autoridades locais", afirmou.

No último sábado, o ministro da Presidência António Leitão Amaro disse que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país ilegalmente saiam.

O ministro disse que as autoridades começarão na próxima semana pedindo a cerca de 4,5 mil estrangeiros que saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro Luis Montenegro convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu um voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou neste domingo, 4, que não pretende buscar um terceiro mandato, embora tenha evitado descartar a possibilidade de forma definitiva. Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC News, Trump afirmou: "Serei um presidente de oito anos, serei um presidente de dois mandatos".

O republicano mencionou nomes que considera preparados para sucedê-lo, incluindo o vice-presidente JD Vance e o secretário de Estado, Marco Rubio. "Acho que ele é um cara fantástico e brilhante. Marco é ótimo. Há vários que são ótimos", disse. Segundo ele, ainda é "cedo" para definir um herdeiro político. Em março, Trump havia dito à mesma emissora que "muitas pessoas" pedem para ele seguir além de 2028, e que a ideia não era uma brincadeira.

Durante a entrevista, Trump também foi questionado se, mesmo com seus planos de deportar milhões de imigrantes sem documentação, ele deve respeitar a Constituição. "Não sei", respondeu. "Tenho advogados brilhantes que trabalham para mim, e eles obviamente vão seguir o que a Suprema Corte disse".

Segundo o presidente, garantir julgamento individual a todos os imigrantes seria impraticável. "Se você está falando sobre isso, teríamos que ter um milhão, dois milhões ou três milhões de julgamentos. Fui eleito para tirá-los daqui, e os tribunais estão me impedindo de fazer isso", afirmou.

A entrevista foi gravada na última sexta-feira, na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, e exibida neste domingo pela emissora norte-americana. Ao longo da conversa, o presidente abordou temas como economia e política externa.

Agentes de combate ao terrorismo da Inglaterra prenderam neste domingo, 4, cinco homens por um suposto plano de ataque em Londres, informou a Polícia britânica.

Os suspeitos, com idades entre 29 e 46 anos, foram detidos no sábado em várias partes de Inglaterra pela suspeita de prepararem "um ato terrorista" a um alvo ainda não identificado. Quatro deles são cidadãos iranianos e a nacionalidade do quinto ainda não foi divulgada.

Todos estão sendo interrogados pela polícia britânica, mas ainda não foram acusados formalmente. A polícia informou que ainda efetua buscas em várias propriedades em Londres, Manchester, e outras localidades da Inglaterra.

Segundo agentes envolvidos nas investigações, o plano de ataque visava um único local que não foi informado "por razões operacionais".

O chefe do Comando Antiterrorista da polícia britânica, comandante Dominic Murphy, disse que a polícia ainda investiga quais seriam as motivações para o atentado, além de tentar "identificar se pode haver algum risco adicional para o público".

Mais três prisões de iranianos

Além desse episódio, três outros homens iranianos, de 39, 44 e 55 anos, foram detidos em Londres por suspeita de crime contra a segurança nacional, no âmbito de uma investigação não relacionada ao ataque terrorista, informou a polícia.

A Ministra do Interior, Yvette Cooper, afirmou que as detenções são "acontecimentos graves que demonstram a necessidade permanente de adaptar a nossa resposta às ameaças à segurança nacional".

"O governo continua a trabalhar com a polícia e as agências de inteligência para apoiar todas as ações e avaliações de segurança necessárias para manter o país seguro", disse.

Conspirações "potencialmente letais"

A polícia não determinou se a alegada conspiração está ligada ao Irã, mas os serviços secretos britânicos alertaram para a ameaça crescente de ataques ligados a Teerã.

Em outubro, o chefe dos serviços de segurança interna do MI5, Ken McCallum, afirmou que os seus agentes e a polícia tinham enfrentado 20 conspirações "potencialmente letais" apoiadas pelo Irã desde 2022, a maioria das quais dirigidas a iranianos no Reino Unido que se opõem às autoridades do país.

Na época, ele afirmou que havia o risco "de um aumento ou alargamento da agressão estatal iraniana no Reino Unido" se os conflitos no Oriente Médio se aprofundassem.

Em março de 2024, Pouria Zeraati, apresentador de uma estação de televisão em língua farsi que criticava o governo iraniano, foi esfaqueado na perna diante de sua casa em Londres. Mais tarde, dois homens foram detidos na Romênia e acusados pelo ataque.