Boulos propõe que empresas de aplicativos financiem centros de apoio aos trabalhadores em SP

Política
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Candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou nesta segunda-feira, 10, que, caso seja eleito, pretende enviar um projeto de lei à Câmara Municipal para que empresas de aplicativos, como Uber, 99 e iFood, assumam "contrapartidas de responsabilidade financeira" na construção dos centros de apoio aos trabalhadores de aplicativos, uma proposta prevista em seu programa de governo para a capital paulista.

Segundo a pesquisa Datafolha mais recente, divulgada na quinta-feira, 5, Boulos tem 23% das intenções de voto, o que o coloca em empate técnico na primeira posição com o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e com o influenciador Pablo Marçal (PRTB), ambos com 22%. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-03608/2024.

Questionado sobre a razoabilidade de a Prefeitura arcar com a construção desses centros no lugar das empresas, Boulos esclareceu que, embora isso não esteja detalhado em seu programa de governo, o projeto prevê que as empresas cubram uma parte significativa do investimento necessário para os centros de apoio. "Vou mandar um projeto de lei para a Câmara Municipal propondo as responsabilidades dessas empresas", disse em sabatina promovida pelo UOL e a Folha de S. Paulo.

Em seu programa de governo, o candidato do PSOL propõe a criação de "centros de apoio aos trabalhadores de aplicativo". Segundo o texto, esses espaços contarão com banheiro, copa equipada para esquentar marmitas, água, café, área de descanso e ponto de recarga para celulares. Além disso, oferecerão postos de assistência aos trabalhadores, incluindo consultoria jurídica, assessoria administrativa e financeira, e orientações sobre microcrédito.

"Nós vamos chamar as empresas, como a Uber, a 99 e o iFood, para que também arquem com suas responsabilidades", disse Boulos, explicando que o ideal seria resolver o impasse por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com mediação do Ministério Público (MP). O candidato do PSOL enfatizou, no entanto, que cabe ao Poder Público assumir a responsabilidade para que um projeto como esse se concretize.

"[Se formos] Esperar que elas façam por conta própria, não fizeram até hoje. [Elas, as empresas] Não tão nem aí para o motoqueiro que trabalha 12 horas por dia, nem para o motorista que fica até de noite trabalhando de forma insegura. As empresas só querem saber do lucro delas", afirmou na sabatina UOL/Folha.

Em relação ao modelo de responsabilização das empresas, que poderia, por exemplo, incluir a criação de um novo imposto, o candidato do PSOL afirmou que ainda não pode fornecer maiores detalhes sobre o projeto de lei que pretende enviar à Câmara. Boulos explicou que o programa de governo apresenta apenas as diretrizes gerais e que questões específicas, como essa, seriam detalhadas no plano de metas de sua gestão municipal, caso seja eleito.

Dependendo do modelo de responsabilização das empresas de aplicativos, o preço dos serviços poderá ser impactado na capital paulista. A teoria macroeconômica explica que a criação de uma nova taxa sobre um produto geralmente resulta em um aumento no preço pago pelo consumidor. Isso ocorre porque o imposto eleva o custo de produção do produto. Com custos mais altos, os produtores reduzem a oferta do produto, o que leva a um aumento no preço para o consumidor.

Poupatempo da Saúde

Carro-chefe do plano de governo de Boulos na área da saúde, o programa Poupatempo da Saúde prevê a criação de 16 equipamentos públicos na capital. No entanto, o nome do projeto passou a ser alvo de disputa judicial. A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal aliado político de Nunes, entrou com uma ação contra a campanha do PSOL pelo uso indevido da marca "Poupatempo", um serviço do governo estadual.

Durante a sabatina, Boulos explicou que foi Daniel Annenberg, um dos criadores do Poupatempo estadual, quem nomeou seu programa de saúde. O candidato também criticou a gestão de Tarcísio pela ação movida na Justiça. "O atual prefeito criou uma ampliação das filas, e o governador aliado dele prefere atacar a proposta em vez de enfrentar o problema. Essa atitude mesquinha, como se um programa público fosse propriedade de um partido ou de uma gestão específica, é vergonhosa", afirmou.

Orçamento

Boulos também defendeu que suas propostas para São Paulo são viáveis dentro do Orçamento da cidade. Questionado se a capital teria recursos para dobrar o efetivo da Guarda Civil Municipal, como previsto em seu plano de governo, o psolista afirmou que a falta de dinheiro não é um problema. Ele citou, por exemplo, que o Poupatempo da Saúde deve custar R$ 4,4 bilhões em quatro anos aos cofres públicos, enquanto seus propostas para a segurança pública, R$ 1,5 bilhão.

"O gasto com pessoal, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, pode chegar a 60% da receita corrente líquida. Hoje, em São Paulo, está em 30%, ou seja, na metade. Portanto, esse não será um problema [o porcentual de gasto com pessoal]", disse. "Considerando a métrica da LDO dos últimos quatro anos, teremos R$ 41 bilhões só de recursos próprios da Prefeitura para os próximos quatro anos. É dai que vou tirar [o dinheiro], e todo o meu programa de governo [cabe no Orçamento]. Foi feito o calculo para caber no Orçamento no próximos quatro anos, esse calculo foi muito bem feito". Acrescentou.

Sobre a redução da velocidade nas vias da capital, uma proposta defendida por gestões de esquerda como a do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), Boulos afirmou que não pretende retomar esse projeto devido à falta de aceitação pela população da cidade.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.