Nunes diz precisar de Bolsonaro para gravar vídeo e aposta em 2º turno com Boulos

Política
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O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) negou, durante sabatina realizada pelo Estadão, que Jair Bolsonaro (PL) não participe de sua campanha à reeleição e afirmou que o ex-presidente vai gravar material ao lado dele para exibição na propaganda eleitoral na televisão.

"[Bolsonaro] participa e deve participar, com certeza", disse Nunes, que ponderou que o aliado viaja pelo País para fazer campanha em outras cidades. "Nós temos no nosso banco de dados mais de 2 horas de gravações com o presidente Bolsonaro das ações que a gente fez junto. Eu preciso, inclusive, tê-lo junto até para fazer um vídeo do acordo do Campo de Marte. Eu consegui, quando ele era presidente, resolver a dívida da cidade de R$ 25 bilhões [com a União]. Agora ele está viajando", continuou.

O acordo pôs fim a uma disputa de décadas na Justiça. A Prefeitura concordou que o terreno pertence ao governo federal em troca do abatimento do débito bilionário.

A campanha eleitoral começou há quase um mês, mas Bolsonaro ainda não fez campanha ao lado do emedebista - agenda inicial de compromissos do ex-presidente em setembro não prevê a presença dele na capital paulista - e nem apareceu no horário eleitoral gratuito. Nas redes sociais, gravou um vídeo no início de agosto em que reafirma estar com Nunes em meio à migração do eleitorado bolsonarista para Pablo Marçal (PRTB).

O prefeito declarou também que, pelo histórico das eleições paulistanas, a existência de um eleitorado de esquerda na cidade e o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acredita que Guilherme Boulos (PSOL) irá para o segundo turno com ele. Pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira, 11, coloca Nunes com 24%, Marçal com 23% e Boulos com 21%. O emedebista ganharia dos dois adversários em um eventual segundo turno.

"Eu ganho tanto do Boulos como do Pablo Marçal. Acho que é um reconhecimento da população, do trabalho que a gente desenvolveu e das nossas entregas.", disse Nunes, que comemorou continuar na disputa pela liderança mesmo após a entrada e subida de Marçal, com quem reconhece dividir o eleitorado.

"Mesmo tendo uma pessoa com essa forte atuação na rede social, mesmo com os métodos que ele utiliza, mente bastante. Mesmo assim eu tenho conseguido manter a liderança e uma baixíssima rejeição", analisou.

O prefeito disse que sua intenção é manter a tarifa de ônibus baixa em um eventual segundo mandato, mas evitou cravar que manterá o valor congelado em R$ 4,40 como ocorreu nos últimos quatro anos. "Não vou cometer nenhuma irresponsabilidade. Se tiver uma guerra e explode o diesel?", argumentou.

Ele também afirmou que não há uma milícia formada por guardas civis metropolitanos e policiais na Cracolândia. A declaração vai na contramão do que diz o Ministério Público, que aponta a existência de um grupo organizado para extorquir comerciantes na região. "Não existe milícia na nossa cidade. A gente teve algumas pessoas de uma forma errada, acabaram por cometer alguma ilegalidade", justificou.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.