Morre Juan Arias Martínez, jornalista e escritor, aos 92 anos

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O jornalista e escritor Juan Arias Martínez morreu na última sexta-feira, 22, em Saquarema, no Rio de Janeiro, onde morava. A informação foi divulgada pelo jornal El País, onde escrevia uma coluna. A causa da morte foram complicações de uma insuficiência renal.

Aos 92 anos de idade, ele nasceu na cidade de Arboleas, na província de Almería, na Espanha, e trabalhava no periódico desde 1977, e chegou a cobrir o cotidiano de Roma, na Itália, e do Vaticano.

Sua última coluna foi publicada no El País no dia 8 de novembro, quando escreveu sobre a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ele havia se mudado ao Brasil após se casar com a escritora Roseana Murray.

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Uma família registrou boletim de ocorrência contra o Shopping Pátio Higienópolis, na região central da cidade de São Paulo, por uma suposta discriminação racial cometida contra dois adolescentes negros na tarde de quarta-feira, 16. Os jovens são alunos do Colégio Equipe, localizado nas proximidades. Uma manifestação está sendo organizada para a próxima quarta-feira, 23.

Em nota, o centro comercial lamentou o caso e disse que está em contato com a família. "O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade", respondeu. Também destacou que tem uma "frequente grade de treinamentos e letramento", a qual será reforçada para reiterar o "compromisso inegociável com a construção de um espaço verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas".

A Polícia Civil de São Paulo informou que o caso será apurado pelo 77º Distrito Policial (Santa Cecília), "para as medidas cabíveis e esclarecimento dos fatos".

O Colégio Equipe divulgou um comunicado em que manifesta "profundo repúdio". "Além da abordagem injustificável, os jovens foram advertidos pelos funcionários do shopping com menções à proibição de 'pedir esmolas no recinto', numa clara demonstração de preconceito e discriminação racial", afirmou.

Na manifestação, a escola diz que a situação expõe a "urgência de mudanças concretas".

"Lamentamos que, em pleno 2025, ainda sejamos obrigados a proteger nossas crianças e adolescentes de violências que decorrem do racismo estrutural. Um espaço em que jovens negros são constantemente vigiados, questionados ou tratados como ameaça não pode ser considerado seguro para ninguém", acrescentou.

O colégio propõe à sociedade refletir, se mobilizar e agir para evitar que situações como essa se repitam. "Combater o racismo não se limita à responsabilização pontual dos envolvidos. É necessário compromisso institucional com o letramento racial, com a formação de equipes preparadas para lidar com a diversidade, e com a implementação de políticas antirracistas efetivas", completou.

Shopping tem histórico de denúncias de racismo

A Comissão Antirracista de Famílias e Responsáveis do Colégio Equipe também lembrou de outros casos de suposto racismo no shopping. Em 2021, o centro comercial chegou a firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de São Paulo para treinar suas equipes quanto à abordagem de menores de idade em situação de vulnerabilidade social e desacompanhados.

Em 2017, no mesmo shopping, gerou repercussão o caso denunciado pelo artista plástico Enio Squeff. Ele relatou que foi abordado por um segurança enquanto jantava com o filho, na época com 7 anos. "Viu uma criança negra e imediatamente assumiu que se tratava de um pedinte", contou o pai ao Estadão.

No ano seguinte, o auxiliar administrativo Anderson Nascimento relatou que seu filho, então com 14 anos, teria sido discriminado por um segurança. O homem teria mandado o garoto tirar as mãos dos bolsos.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a sentença que aplica medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade às adolescentes acusadas de praticar ataques racistas contra uma das filhas da atriz Samara Felippo. O episódio foi denunciado pela atriz no ano passado, quando a filha teve o caderno escolar rasgado e rasurado com insultos. O caso ocorreu em um colégio particular da zona oeste de São Paulo.

O processo foi julgado em primeira instância, e cabe recurso. A reportagem não teve acesso ao processo, que está em segredo de justiça. Por esse motivo, não foi possível entrar em contato com a defesa das acusadas.

"Esse caso é emblemático porque reafirma que práticas de racismo não serão toleradas, mesmo quando praticadas por adolescentes, e que o sistema de justiça está atento à proteção da dignidade e da igualdade racial, valores fundamentais de nossa Constituição", afirma, em nota, a advogada da vítima, Thais Cremasco.

Ela reforça ainda que "a sentença reconheceu a gravidade dos fatos e aplicou a medida socioeducativa cabível às adolescentes envolvidas, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente".

De acordo com a sentença, as estudantes devem prestar os serviços à comunidade por quatro meses, durante seis horas semanais. Alguns exemplos de trabalhos que podem ser exercidos são:

- Escolas públicas: apoio em bibliotecas (organização de livros, catalogação), auxílio em atividades esportivas ou culturais e organização de material escolar e apoio a eventos;

- Hospitais e postos de saúde: organização de filas e orientação de usuários, apoio logístico (distribuição de senhas, organização de documentos) e ajuda na separação e entrega de materiais de higiene ou medicamentos (não aplicam medicamentos);

- ONGs de assistência social: apoio a projetos sociais (oficinas, cursos, feiras comunitárias), organização de campanhas de arrecadação (roupas, alimentos) e trabalho de apoio administrativo leve (digitalizar documentos, arquivar papéis);

- Asilos e casas de acolhimento de idosos: companhia a idosos (leitura, jogos de tabuleiro, conversas), apoio em atividades recreativas e pequenos trabalhos de organização de materiais;

- Parques, praças e espaços públicos: ações de preservação ambiental (plantio, limpeza de jardins), apoio a campanhas de conscientização ambiental e organização de eventos comunitários (feiras, festivais);

- Bibliotecas públicas e centros culturais: organização de acervos, apoio em exposições e eventos culturais e auxílio a usuários (orientação sobre localização de livros, espaços).

Segundo a advogada, a família da vítima espera que essa decisão represente não apenas uma resposta ao ocorrido, mas também "um passo importante na conscientização da sociedade sobre o impacto da violência racial, especialmente no ambiente escolar".

Entenda o caso

Samara Felippo abriu um boletim de ocorrência em abril do ano passado, quando ocorreu o episódio. O caso foi registrado como "preconceito de raça ou de cor" e encaminhado ao 14° DP (Pinheiros).

O colégio Vera Cruz, onde ocorreu o crime, suspendeu as duas alunas identificadas como autoras da agressão. Samara, porém, pedia pela expulsão das estudantes e afirmou, à época, que a escola estava sendo omissa diante de diversos casos de preconceito.

De acordo com relato feito pela atriz, sua filha mais velha teve o caderno furtado, folhas foram arrancadas e, em seguida, o objeto foi devolvido ao achados e perdidos da escola com uma ofensa de cunho racial escrita em uma das páginas.

A Polícia Civil do Maranhão prendeu em flagrante uma mulher de 36 anos apontada como a principal suspeita de envenenar um ovo de Páscoa e enviar para uma família, no município de Imperatriz. A investigada, detida na tarde de quinta-feira, 17, é ex-namorada do atual companheiro de uma das vítimas.

"As investigações iniciais apontam que ciúme e vingança podem ter sido a motivação para a mulher envenenar o chocolate e enviar para a família", informou a Polícia Civil. Um menino de sete anos morreu, e a mãe e a irmã dele permanecem internadas em estado grave após consumirem o chocolate.

"O atual companheiro da vítima, mãe das crianças também supostamente envenenadas, é ex-companheiro da suspeita. Ele foi ouvido pelos policiais e seu depoimento foi fundamental para que se chegasse até a mulher e fosse efetuada a prisão dela", disse a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão.

Ainda de acordo com a secretaria, a prisão, realizada menos de 12 horas após o crime, foi resultado de uma operação conjunta da Polícia Civil do Maranhão e do Centro de Inteligência da SSP. O nome da suspeita não foi revelado e, desta forma, a defesa não foi localizada.

Prisão

A polícia chegou até a suspeita depois de analisar imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento comercial da cidade maranhense. No vídeo, a mulher apareceria usando peruca e comprando o chocolate.

"Além disso, a prisão teve como base depoimentos de testemunhas e familiares que indicavam a mulher como sendo a principal suspeita de cometer o crime", disse a Polícia Civil.

Os agentes conseguiram interceptar e prender a mulher em uma rodovia. A suspeita estava em um ônibus intermunicipal viajando de Imperatriz para Santa Inês, município onde residia.

Na ocasião, os policiais civis apreenderam duas perucas (uma loira e outra preta), restos de chocolate, remédios e passagens de ônibus. Um dos bilhetes foi comprado na última segunda-feira, 14, dois dias antes de a família receber a encomenda entregue por um mototaxista.

Durante o curto período em que esteve em Imperatriz, a suspeita ficou hospedada em um hotel.

Investigação continua

O corpo da criança foi submetido a exame de necropsia no Instituto Médico Legal de Imperatriz e a Polícia Civil aguarda o laudo pericial para confirmar a causa da morte.

O Instituto de Criminalística da cidade também foi requisitado para fazer a coleta de material para análise laboratorial das vítimas hospitalizadas.

"A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Imperatriz, que conduz o inquérito criminal, concluiu o flagrante na noite de quinta-feira, e remeteu à Justiça de Santa Inês", disse a SSP.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, por sua vez, informou que a suspeita encontra-se detida em Santa Inês. Ela aguarda a realização da audiência de custódia, momento em que o Poder Judiciário avaliará e decidirá sobre a sua situação processual.

Sem indício de cumplicidade

O chocolate supostamente envenenado foi entregue na residência da família por volta das 19 horas de quarta-feira, 16, por um mototaxista contratado pela suspeita.

"Ele foi ouvido pela polícia e as informações repassadas foram fundamentais para que se chegasse até a mulher. Não há, no momento, indícios de que ele pudesse estar envolvido no crime", afirmou a secretaria.