O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médico (Enem), com questões de Ciências da Natureza e Matemática, foi aplicado na tarde deste domingo, 16. O caderno de questões teve perguntas envolvendo o atleta Usain Bolt e a criação do Ozempic.
Para professores, a prova teve nível de dificuldade médio e manteve as tendências observas em anos anteriores do exame, como o enfoque em Ecologia.
"A prova estava extremamente objetiva, uma prova direta, com poucas contas", disse Virgilio Aveiro, professor de Química da Escola SEB AZ Lafaiete, sobre as questões de Ciências da Natureza. "Chamou atenção a ausência de questões de Botânica", completou Fernando Roma, professor de Biologia da instituição.
Para Yann Spinelli, professor de Biologia do Colégio Andrews, o enfoque na área ambiental "não surpreende". "A Ecologia é sempre o ponto alto da prova, correspondendo a quase metade das questões aplicadas nos últimos dez anos", afirmou.
A professora Gabriella Leal, professora de Biologia do Colégio pH, avaliou o nível de dificuldade da prova como médio. "Achei a prova equilibrada: não tivemos textos-base muito longos, os comandos estavam claros e, muitas vezes, o próprio texto-base já conduzia o aluno para o que era esperado na resposta", disse a docente.
Sobre o conteúdo, Gabriella avalia que o Enem manteve o enfoque em questões de Ecologia. Por outro lado, ao deixar de abordar Fisiologia Humana, fugiu do padrão de edições anteriores.
Já o professor Rafael Cafezeiro, da plataforma AZ, avalia que a prova de Biologia teve "poucas questões desafiadoras", de nível fácil se comparada a 2024. "Dentro do esperado em relação aos assuntos, com bastante Ecologia, impacto ambiental e transgenia", declarou Cafezeiro.
O professor de Química Caio Zanvettor, do pH, avaliou o conteúdo da prova como "dentro do esperado". "Não percebi nenhuma mudança no estilo da prova", disse o docente.
Para Zanvettor, as perguntas de química acentuaram a tendência "conteudista" do Enem, ou seja, exigiram do candidato o conhecimento prévio do assunto abordado, "As questões não eram daquelas em que o texto consegue te encaminhar para a resposta", afirmou.
Para Caio Britto, professor de Física do pH, as questões de Física mantiveram o padrão dos últimos anos. "Muitas questões com pegadinhas de interpretação e raciocínio lógico, que o aluno precisava ter para solucionar a questão ou, pelo menos, para ajudar muito no método de resolução", disse.
Segundo o docente, apesar de manter as tendências de edições anteriores, a prova deste ano foi mais equilibrada entre questões teóricas e de cálculo. "No ano passado, tivemos uma maioria esmagadora de questões teóricas. Este ano, não, foi bem dividida".
Como foi o segundo dia de provas do Enem
As provas começaram a ser aplicadas às 13h30, com prazo de encerramento às 18h30. A saída dos participantes foi autorizada a partir das 15h30.
O exame é aplicado em mais de 1.800 municípios, com 11 mil locais de prova e 164 mil salas, mobilizando mais de 300 mil pessoas.
Nas cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, as provas serão aplicadas nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, em razão da realização da COP30.
Já a reaplicação do Enem ocorrerá nos dias 16 e 17 de dezembro, e o resultado final está previsto para janeiro de 2026.
No primeiro dia do Enem, foram aplicadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas, além da redação.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), dos 4,8 milhões de estudantes que tiveram a inscrição confirmada nesta edição, 73% compareceram ao primeiro dia de prova, enquanto a abstenção foi de 27%, índice próximo ao registrado em 2024.