Karabtchevsky faz o público dançar valsa na Cinelândia em concerto de celebração de 90 anos

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O maestro Isaac Karabtchevsky comemorou na noite desta sexta-feira, 27, 90 anos de idade em seu lugar preferido: à frente de uma orquestra, em praça pública. E o cenário não poderia ser melhor para a comemoração de uma data tão importante, a Cinelândia, no Centro do Rio, ladeada pelos prédios históricos do Teatro Municipal, do Museu Nacional de Belas Artes e da Câmara dos Vereadores.

O público enfrentou a chuva para reverenciar o maestro que popularizou a música clássica no Brasil, cantando Parabéns antes mesmo de o concerto começar. Logo depois, Karabtchevsky foi agraciado com a medalha Tiradentes, a maior honraria do estado do Rio.

A Orquestra Petrobras Sinfônica, sob o comando de Karabtchevsky, abriu a apresentação com a suíte VI de O pássaro de fogo, de Stravinsky, seguida da marcha Radetzky, de Strauss, e do clássico Bolero, de Ravel.

Estimulando a participação do público, o maestro pediu palmas e até mesmo um backing vocal improvisado. Na Valsa do Imperador, de Strauss, ele convocou a plateia para dançar em frente ao palco.

Uma composição de Heitor Villa-Lobos, claro, não poderia faltar no repertório do maestro que se tornou um verdadeiro embaixador da obra do brasileiro em suas apresentações no exterior.

Em 2018, à frente da Osesp, Karabitchevsky gravou as 11 sinfonias de Villa-Lobos, um trabalho que incluiu ainda a reconstituição das partituras daquele que é considerado o maior compositor brasileiro.

Sob muitos aplausos da multidão reunida na principal praça do Centro do Rio, a orquestra tocou O Trenzinho do Caipira, uma das composições mais conhecidas de Villa-Lobos. A Petrobras Sinfônica apresentou ainda, sob a regência do maestro, duas das composições mas conhecidas do natalino O quebra-nozes, de Tchaikovsky, e encerrou o espetáculo com Abertura 1812, também de Tchaikovsky.

"Eu vim aqui só para chorar e agradecer", afirmou, visivelmente emocionado, o médico Victor de Souza, de 54 anos, que foi à Cinelândia na noite de uma sexta-feira chuvosa para prestigiar os 90 anos de Karabtchevsky - 70 deles dedicados à música.

O maestro é diretor artístico da Petrobras Sinfônica desde 2004 - ela foi criada há 49 anos e conta com 74 músicos - e, desde 2011, também do Instituto Baccarelli, em São Paulo, um projeto social na comunidade de Heliópolis, que reúne 1.500 alunos, distribuídos entre cinco orquestras e 17 corais.

Por 26 anos, Karabtchevsky esteve à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, onde criou o Projeto Aquarius, para popularização da música clássica e formação de público. Os eventos gratuitos em áreas abertas chegaram a reunir 300 mil pessoas, desbancando o mito de que a música clássica é para poucos eruditos. Não por acaso, o maestro foi homenageado no carnaval de 2015 pela escola de samba Unidos de Vila Isabel, com o enredo O maestro brasileiro está na terra de Noel.

"Era um absurdo condicionar a música a um público limitado", afirmou o maestro em entrevista exclusiva ao Estado em meados de dezembro. "Nós tínhamos necessidade de expandir esse círculo a proporções antes totalmente inauditas."

Parte de sua carreira foi na Europa, como regente titular da tradicional Orquestra Tonkunstler (1988-1994), em Viena, e como diretor musical no Teatro La Fenice (1995-2001), em Veneza. Ele também comandou a Orquestra Nacional do Vale do Loire (2004-2009), nas cidades francesas de Angers e Nantes.

Isaac Karabtchevsky nasceu em São Paulo, em 27 de dezembro de 1934, filho de uma mezzo soprano ucraniana. Seu primeiro instrumento foi o oboé, mas já manifestava o desejo de reger desde os 12 anos. Para aprender esse ofício ele foi aluno do alemão radicado no Brasil Hans-Joachim Koellreutter.

"Era desse jeito que queria comemorar meu aniversário de 90 anos", disse. "Com um concerto ao ar livre para o meu público."

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Um casal morreu após a formação de uma cabeça d'água em uma cachoeira em Conceição do Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Os corpos de Thássia Almeida e do marido, Leone Barbosa, foram localizados pelo Corpo de Bombeiros no início da tarde deste domingo, 20, cerca de 15 horas após o acionamento da corporação. Oito pessoas foram resgatadas com vida.

Os bombeiros receberam um chamado por volta das 19 horas de sábado, 19, para realizar o resgate de um grupo de dez pessoas impactadas por uma ocorrência de cabeça d'água próximo ao Cânion do Peixe Tolo, na Cachoeira Bocaina, no Parque Estadual Serra do Intendente.

O fenômeno consiste em um aumento repentino do nível da água de um rio ou cachoeira, geralmente causado por fortes chuvas.

Segundo a corporação, a equipe que se dirigiu até o local precisou enfrentar outra cabeça d'água durante o percurso para subir o rio - a rota de acesso pelas margens foi tomada.

Os bombeiros continuaram no trajeto, considerado de difícil acesso, e localizaram um grupo de oito pessoas já por volta de 1h45 da madrugada do domingo. Informações preliminares indicam que eles estavam bem quando as equipes os encontraram, embora assustados pela situação.

Por questões de segurança, os bombeiros passaram a madrugada com as pessoas encontradas, aguardando o dia amanhecer e a melhora de visibilidade na região.

Para sair de lá, eles fizeram o mesmo caminho por dentro do rio, pela parte mais rasa, por não haver mais passagem seca pela margem. As oito pessoas agora se encontram em local seguro, conforme a corporação.

Buscas por casal contaram com helicóptero

Os bombeiros relatam que, assim que fez contato, o grupo relatou que, ainda durante o sábado, um casal que estava com eles foi arrastado pela correnteza, que se formou subitamente. As buscas pelos dois, com a aeronave Arcanjo, se iniciaram na manhã do domingo.

A escolha pela operação aérea se deu porque o acesso terrestre só era possível por dentro do rio até aquele momento.

Os corpos foram localizados pelas equipes terrestres por volta do meio-dia. Eles foram levadas a um local seguro para que fossem repassados a um veículo de apoio.

Thássia Almeida se dizia "sempre em busca de destinos inéditos" nas redes sociais.

Ela tinha um perfil no Instagram para compartilhar dicas de viagens, muitas delas em Minas, e mostrar experiências ao lado do marido.

A publicação mais recente é uma foto na Cachoeira do Tabuleiro, também em Conceição do Mato Dentro.

Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, no interior de São Paulo, pediu respeito ao papa Francisco durante a missa solene das 8 horas deste domingo de Páscoa, 20, realizada no Santuário Nacional, na cidade do interior paulista.

O pontífice argentino, de 88 anos, passou mais de um mês internado recentemente por conta de uma grave pneumonia bilateral. Neste domingo, ele fez uma breve aparição para abençoar milhares de fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano.

"Vamos respeitar o Papa Francisco. Porque a igreja, ela sim, é a encarregada de continuar, até o fim do mundo, a grande alegria da ressurreição", afirmou Dom Orlando Brandes, em solenidade transmitida no Youtube. "É assim, irmãos e irmãs, que nós estamos também vivendo esta Páscoa. E Páscoa, Ressurreição tem tudo a ver com vida, nada com morte. Pelo contrário, é a superação da morte", acrescentou, durante a missa.

A fala de Dom Orlando Brites sobre o Papa Francisco se deu após o arcebispo relembrar uma atitude do discípulo João com o discípulo Pedro em uma passagem bíblica. "Pedro e João correram para ver o túmulo vazio. João chegou antes, porque ele é o discípulo amado, quem ama vai na frente. Pedro é a instituição, é a norma, é a organização da Igreja, aí vai mais devagar. Mas João respeitou Pedro e esperou para que Pedro entrasse primeiro no túmulo. Depois, João entrou. Isso é amar a Igreja. João quer respeitar a igreja", disse.

A longa hospitalização de Francisco, com pelo menos dois momentos críticos em que o pontífice ficou perto da morte, reacendeu o debate sobre a sucessão no Vaticano. Na mesma época, também circularam na internet notícias falsas que apontavam para o agravamento do estado de saúde ou até o óbito do papa.

Mensagem ecológica

O arcebispo também aproveitou a ocasião para transmitir uma mensagem sobre preservação ao meio ambiente, uma das prioridades de Francisco à frente da Igreja Católica. "Vida no útero materno, vida humana, vida espiritual, e agora preste bem atenção: vida ecológica", disse.

Ele acrescentou que quem é testemunha da ressurreição "respeita a criação do jardim do Senhor". "É assim que a própria natureza, o próprio cosmos, é testemunha de Jesus ressuscitado", afirmou durante sermão.

Um repórter da Band TV sofreu uma tentativa de assalto na noite do sábado, 19, enquanto estava posicionado para fazer uma entrada ao vivo no Jornal da Band. O jornalista Igor Calian trabalhava na Avenida Faria Lima, em São Paulo, quando um assaltante passou de bicicleta e tentou furtar o celular do repórter, que conseguiu desviar.

O momento em que o homem se aproxima para furtar o aparelho foi flagrado pelo cinegrafista e exibido durante o telejornal.

Ele se aproxima de bicicleta, quando Calian desvia e xinga o criminoso, acrescentando: "Sabia que você ia tentar pegar. Não conseguiu, né, bichão?!"

Os apresentadores do telejornal comentaram sobre a tentativa de assalto.

"Sem o menor medo. Ele viu que estava sendo filmado, microfone posicionado, o Igor também, e simplesmente foi ali tentar pegar", comentou a apresentadora Thais Dias. "Zero constrangimento", completou o âncora Eduardo Oinegue.

Taxa alta de roubos na capital

Dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgados no ano passado, mostram que o Brasil tem dois celulares levados por ladrões a cada minuto.

As estatísticas mostram que São Paulo tem a terceira maior taxa de furtos ou roubos de celulares entre as cidades com mais de 100 mil habitantes.

A capital paulista registra índice 1.781,6 celulares subtraídos dentro desse grupo, ficando atrás apenas de Manaus (2.096,3) e Teresina (1.866).

O Radar da Criminalidade do Estadão, que permite monitorar os índices de roubos de celulares nos diferentes pontos da cidade, mostra uma alta de crimes patrimoniais em Pinheiros, um dos bairros cortados pela avenida.