O arquiteto Jefferson Dias Aguiar, de 43 anos, atropelou um assaltante e morreu após ser baleado por ele nessa terça-feira, 1º, no Butantã, zona oeste de São Paulo. Ele tinha se casado havia dois anos e planejava ter filhos. Na página de sua empresa de arquitetura nas redes sociais, publicava projetos de mobiliário e decoração com design sofisticado.
Como revelou em seus perfis sociais, ele se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista, e atualmente dirigia sua própria empresa de arquitetura. Antes, havia frequentado a Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, zona leste paulistana, na área de construção civil.
Em 2012, o arquiteto abriu a empresa Aguiar Arquitetura, mas encerrou o negócio em 2015. Atualmente, mantinha ativo o cadastro de microempreendedor individual (MEI), aberto em 2017, em endereço na Vila Andrade, região do Morumbi, na zona sul da capital. Com registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de São Paulo, Jefferson chegou a assinar algumas obras civis como arquiteto.
Apaixonado pela arquitetura com design, Aguiar projetava, desenhava e desenvolvia mobiliário para apartamentos e escritórios. "Para os que dizem que arquitetura é privilégio de poucos e se negam ao conforto de morar bem, está aí mais um projeto nosso com bom resultado de economia, praticidade e reutilização de materiais, juntos num só espaço preparado para a primavera que está por vir", escreveu, sobre um de seus trabalhos.
Em sua página no Facebook, ele fez postagens sobre seu casamento, em março de 2023, revelando o plano de ter filhos. O arquiteto também gostava de pets, especialmente gatos - há imagens dos felinos em suas redes sociais. Os posts revelam que se interessava por ciclismo e viagens para destinos mais exclusivos, como o Deserto do Atacama, no Chile, e o sítio arqueológico de Machu Pichu, no Peru.
Nas redes sociais, amigos e conhecidos lamentaram a morte do arquiteto. "Foi guerreiro demais, excelente pessoa. E pensar que eu que vendi esse carro (Montana) para ele. Lembro que disse que estava muito feliz com a Montana e ia utilizar para trabalhar em novos projetos", postou Newton Cuesta.
À TV Globo, a irmã de Jefferson, Jaqueline Dias, disse que a família está abalada. "Era uma pessoa de coração muito bom, ajudava todo mundo, a família toda. Estava sempre presente, sempre junto." Ela também lamentou a ausência do irmão nos almoços da família a partir de agora. "Vai ser horrível, vai faltar um pedaço gigante."
A reportagem entrou em contato com familiares de Jefferson e aguarda retorno.
Entenda o que aconteceu
O crime ocorreu na Rua Desembargador Armando Fairbanks, na região do Butantã, zona oeste de São Paulo. Imagens de câmeras sugerem que Jefferson teria tentado impedir dois homens que realizavam assaltos naquela região - as circunstâncias do crime são apuradas pela Polícia Civil.
Os assaltantes tinham acabado de roubar aliança e celular de uma mulher e fugiam, quando a caminhonete Montana dirigida por ele atingiu a moto. O assaltante atropelado desceu e executou o arquiteto com três tiros.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), mas não resistiu. A Polícia Civil investiga o caso como latrocínio - roubo seguido de morte.