A família de um menino autista não verbal de 6 anos acusa a diretora do colégio particular Estudarte, em Campinas, no interior de São Paulo, de agredir a criança durante uma crise sensorial. A mãe do menino também deu entrada em um processo para suspender as atividades da escola.
Procurada, a instituição informou que a diretora "não teve alternativa senão realizar a contenção mecânica da criança por imobilização" e que o procedimento é padrão em casos de crise. Segundo o advogado Murilo Miotti, que representa o colégio, a professora agiu para garantir a segurança dos outros alunos (leia a íntegra da manifestação ao final da matéria).
O caso aconteceu no final de março e chegou ao conhecimento da família a partir da denúncia de uma então funcionária da escola, que gravou o episódio com o celular escondido na roupa. O vídeo mostra a criança deitada no chão, aos gritos, e a diretora em cima dela, segurando seus braços. A mulher também dá tapas no menino.
A criança estava matriculada na escola há menos de duas semanas. Ao registrar o boletim de ocorrência, a mãe afirmou que o menino "foi submetido a violência física, psicológica e humilhação por parte de quem deveria zelar por sua segurança e bem-estar".
A família também move uma ação judicial contra a instituição de ensino. A mãe alega no processo que, ao invés de acolher e incluir, a escola "violentou" e "marginalizou" o menino.
Ao Estadão, a advogada Thaís Cremasco, que representa a família no caso, defende que a proteção legal para crianças autistas é insuficiente. "Acaba sendo uma violência pra nós mulheres, que somos as maiores cuidadoras dos filhos. Como uma mãe trabalha em paz com uma situação dessa?"
A advogada informou que vai acionar o Ministério Público, a Vara da Infância e Juventude e a Secretaria de Educação para apuração administrativa e possível cassação da licença da escola.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO MURILO MIOTTI, QUE REPRESENTA A ESCOLA
Recebemos informações que circula um vídeo envolvendo a Professora Ellen e um aluno com comportamentos típicos de TEA, onde a professora supostamente teria agredido a criança com tapas ao tentar contê-la. Ocorre que as informação são mentirosas, conforme demonstraremos a seguir.
A criança em questão tem comportamentos típicos de autista, segundo preenchido na ficha de saúde do menor pela mãe. A criança estava matriculada em outra escola (que por questões éticas não será divulgado o nome) onde a diretora passou informações que não tinham mais condição de cuidar do aluno, pelo seu histórico de agressões, indicando a Estudarte (que possui outros alunos com comportamentos típicos de autista, sendo referência no assunto), onde prontamente, recebeu o aluno.
O aluno estava matriculado na Estudarte desde o dia 06/03/2025, onde, por várias vezes, agrediu outros alunos, professores e monitores, e sempre precisou de intervenção, inclusive sendo necessário por diversas vezes, o contato com a genitora para vir busca-lo.
No dia dos fatos, o aluno chegou 30 minutos antes de seu horário convencional (das 9:00 às 13:00), e por ter saído de sua rotina, já chegou na instituição descompensado e muito agressivo, inclusive contra o próprio responsável em trazê-lo.
O aluno foi recebido pela Professora Ellen, e o aluno estava com muita agressividade, conforme já relatado. Entrou na instituição se debatendo e se jogando no chão, com o intuito de sair correndo para fora da escola, agredindo a Professora Ellen com mordidas, tapas chutes e arranhões conforme fotos das marcas deixadas.
A Professora Ellen é portadora de Lúpus Eritematoso Sistêmica (LES), Esclerose Múltipla com alteração do campo visual (CID H54), e por possuir fraqueza e visão limitada, era agredida constantemente pelo aluno, e, por não ter ajuda da Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) que estava próxima, decidindo filmar ao invés de auxiliar a conter a crise, não teve alternativa senão realizar a contenção mecânica da criança por imobilização, estando em conformidade com o procedimento padrão em casos de crises como a ocorrida, visando a segurança da criança e daqueles que estão ao seu redor, sendo este o último recurso possível utilizado, por ter tentado todas as alternativas possíveis.
Vale ressaltar que a Professora Ellen tem 33 anos de experiência na educação, sendo nesse período professora, coordenadora, diretora e escritora, com diversos livros publicados, sendo inclusive autora intelectual de métodos de ensinos utilizados em diversas escolas da região, tendo vasta experiência com os diversos tipos de criança, afirmando que jamais agrediu a qualquer criança, tampouco o aluno em questão, sendo que a manobra realizada está dentro do procedimento padrão após se esgotarem todas as alternativas anteriores.
Nos colocamos a disposição para eventuais esclarecimentos, sendo essa a verdade dos fatos ocorridos.